quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Entre o desejo e o dever



A vida nunca mais é a mesma depois de encontrarmos o verdadeiro amor. Mas o que fica quando este se torna impossível?  

Madona com Casaco de Peles, o mais conhecido romance do aclamado autor turco Sabahattin Ali, chega finalmente a Portugal, com a chancela Porto Editora, depois de ter conquistado leitores em todo o mundo.

Publicado pela primeira vez em 1943, este romance é muitas vezes descrito como autobiográfico, por evocar nomes e experiências que o autor referira em cartas pessoais trocadas com uma amiga. A obra acompanha Raif, um homem aparentemente banal e silencioso, que esconde no passado a história de um amor intenso e improvável com Maria Puder, uma artista alemã que conheceu em Berlim. Entre eles nasce uma relação apaixonada e conturbada que se vê posta à prova quando Raif é chamado a assumir o seu papel junto da família, após a morte do pai.

Madona com Casaco de Peles é o retrato de um amor interrompido pelas escolhas que fazemos – ou que a vida nos impõe – e pelas barreiras culturais. É uma história arrebatadora sobre o que fica por dizer, por viver, por sentir, o testemunho de uma vida marcada pelo arrependimento daquilo que não se fez.

Sobre o Autor

Sabahattin Ali (1907-1948) nasceu na cidade otomana de Egridere (atual Ardino, na Bulgária). Professor, escritor, jornalista e ativista, foi proprietário e diretor do popular semanário Marko Pasa. A determinação com que, por meio da escrita, defendia as suas convicções políticas é, ainda hoje, motivo de admiração. As suas ideias levaram-no várias vezes à prisão durante o Governo de Ataturk. Madona com Casaco de Peles foi publicado pela primeira vez em 1943 e as edições sucederam-se internacionalmente. Agora publicado pela Porto Editora, continua a ser não apenas o livro de Sabahattin Ali mais aclamado pelos leitores e a crítica, mas também um texto incontornável da cultura literária turca.

Escola das Artes apresenta “Alô?”, de Yuli Yamagata



A artista brasileira Yuli Yamagata traz ao Porto a exposição Alô?, um universo de tecidos, cores sintéticas e figuras grotescas que oscilam entre o belo e o inquietante. A exposição inaugura no próximo dia 9 de outubro, às 18h30, na Sala de Exposições da Escola das Artes, com curadoria de João Mourão, Luís Silva e Nuno Crespo. O projeto resulta de uma residência artística no Católica Art Center e é uma co-produção da Escola das Artes e da Kunsthalle Lissabon. A exposição pode ser visitada até 13 de dezembro de 2025, com entrada livre, de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 19h00.

Yuli Yamagata nasceu em São Paulo, em 1989. Licenciada em Belas Artes, especialização em Escultura pela Universidade de São Paulo, expõe regularmente desde 2015. O seu trabalho tem sido apresentado em instituições e galerias de referência, como a Anton Kern Gallery (Nova Iorque), o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Brasil), o Denver Art Museum (EUA) e no Art Basel Parcours (Suíça).

“Na obra de Yuli Yamagata, o familiar transforma-se em estranho. Tecidos comuns, cores artificiais e objetos banais ganham vida própria e confrontam-nos com o grotesco, o fantástico e o humor que habitam o nosso quotidiano”, indica Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. O também curador da exposição acrescenta: “Yuli, ao deslocar objetos e imagens para contextos inesperados, revela como o excesso, o artifício e a ficção moldam a nossa experiência contemporânea.”

De descendência japonesa, desenvolveu interesse por diversos aspetos da cultura, como o shibori, uma técnica manual de tie-dye, ikebana e mangá. Para criar as suas peças, Yuli Yamagata trabalha, essencialmente, com tecidos, sobrepondo diferentes têxteis, texturas e padrões - da seda ao veludo, incorporando materiais como resina e tinta, bem como objetos de natureza distintas, sejam eles orgânicos ou artificiais.

A costura desempenha um papel central, funcionando como gesto de justaposição e aglutinação que dá forma a corpos fragmentados, membros postiços e volumes estofados. As suas obras, de cores vibrantes e sintéticas, projetam-se no espaço expositivo como personagens saídas de mangás, ficção científica ou filmes de terror, cruzando o grotesco e o fantástico.

Yuli descreve o seu processo criativo como algo que parte da fisicalidade do material em si ou de uma narrativa previamente escolhida. Os seus trabalhos, sempre cheios de camadas, referências e sobreposições, convidam o público a decifrar e a interpretar as formas e origens dos seus objetos, dando origem a um jogo intenso com o seu recetor.

Nos últimos anos, Yamagata tem expandido a sua prática para a imagem em movimento e a animação, dando continuidade às suas figuras em ambientes dinâmicos, onde estas parecem ganhar uma espécie de “pós-vida”. No Porto, desenvolveu um novo trabalho em vídeo, recorrendo à infraestrutura técnica do Católica Art Center, enquanto se integrou no meio artístico local através de colaborações e diálogos com outros criadores.

A exposição Alô? reúne trabalhos recentes e apresenta o resultado do processo de residência da artista. Entre camadas de tecidos, resina, objetos do quotidiano e imagens em movimento, Yamagata propõe um jogo de perceção intenso, no qual o público é convidado a decifrar formas, narrativas e referências. No cruzamento entre o belo e o grotesco, o humor e a inquietação, Yuli afirma-se como uma das vozes mais singulares da arte contemporânea.

A exposição “Alô?”, que é uma co-produção da Escola das Artes e da Kunsthalle Lissabon, vai estar patente ao público na Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa até 13 de dezembro de 2025. A Sala de Exposições da Escola das Artes faz parte do Católica Art Center que integra a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea a nível nacional. De referir que além da Sala de Exposições, o Católica Art Center inclui mais dois espaços: o Auditório Ilídio Pinho, que tem programação semanal de cinema e encontros com artistas; e a Blackbox mais vocacionada para as artes performativas.

Ponta Delgada Capital da Cultura 2026 celebra produtores de leite açorianos



No ano em que se assinalam os 10 anos do Programa Leite de Vacas Felizes, Ponta Delgada Capital da Cultura 2026 lança, em parceria com a Bel Portugal, um projeto de arte pública que pretende prestar homenagem aos produtores de leite açorianos, aos animais e à ligação à terra. homenageia os produtores de leite açorianos, os animais e a ligação à terra.

A iniciativa insere-se na programação oficial da Capital da Cultura, assumindo-se como uma das peças centrais de um ano em que a cidade e a ilha de São Miguel serão palco de cruzamento entre tradição e vanguarda, comunidade e criação contemporânea. A escultura será instalada em espaço público, como tributo simbólico aos produtores que fazem parte da história e identidade açoriana.

Curadoria e processo de seleção
O autor da obra será escolhido através de um processo que decorre em duas etapas. Numa primeira fase, e sob a curadoria de José Maçãs de Carvalho (curador de artes visuais de Ponta Delgada 2026), foram selecionados quatro artistas – Cristina Ataíde (Portugal), Marcelo Moscheta (Brasil), João Miguel Ramos (Açores) e Sofia de Medeiros (Açores) – que apresentarão propostas originais para a escultura.
A escolha do autor da obra decorrerá em duas fases. Sob a curadoria de José Maçãs de Carvalho, curador de artes visuais de Ponta Delgada 2026, foram selecionados quatro artistas – Cristina Ataíde (Portugal), Marcelo Moscheta (Brasil), João Miguel Ramos (Açores) e Sofia de Medeiros (Açores) – que irão apresentar propostas originais para a escultura. Estas propostas serão avaliadas por um júri multidisciplinar, integrando representantes da Capital da Cultura, do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas da Ribeira Grande e da Bel Portugal. O artista vencedor será anunciado a 18 de outubro, na Conferência “Cultura, Educação e Território no Lugar do Amanhã”, um evento promovido pela Ponta Delgada – Capital Portuguesa da Cultura 2026.

Sustentabilidade e Cultura de mãos dadas
Para Katia Guerreiro, Comissária da PDL26, “Este projeto simboliza o espírito de PDL26 – Capital Portuguesa da Cultura: a valorização do território, da sua cultura e das suas pessoas. Honrar os produtores de leite açorianos através da arte é também reforçar a identidade e a memória coletiva, num gesto que alia tradição, contemporaneidade e sustentabilidade.”

Paula Amaral, Responsável de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Bel Portugal, acrescenta: “O Programa Leite de Vacas Felizes nasceu há 10 anos com a ambição de colocar o bem-estar animal, o apoio aos produtores e a qualidade do leite no centro da nossa missão. Anunciar este projeto no Dia Nacional da Sustentabilidade e em parceria com Ponta Delgada 2026 é especialmente simbólico: é uma forma de agradecer e homenagear todos os que fazem parte desta história e de reforçar o nosso compromisso com os Açores, com as suas gentes e com o futuro.”

A inauguração da peça está prevista para dia 20 Março 2026, Dia Mundial da Agricultura, em Ponta Delgada, no âmbito da programação oficial da Capital Portuguesa da Cultura.

Porto de Encontro - João Carlos Brito dá-nos 1001 razões para amar o Porto



Dicionário Sentimental do Porto estará em destaque na próxima sessão do Porto de Encontro, com Germano Silva e Helder Pacheco como convidados especiais.
 
Mais do que qualquer outra, a 120.ª edição do Porto de Encontro, que se realiza no sábado, dia 11 de outubro, pelas 17h00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, é dedicada à cidade do Porto.

Nesta edição do ciclo de conversas com escritores promovido pela Porto Editora, será apresentada a mais recente obra de João Carlos Brito, Dicionário Sentimental do Porto, um inventário afetivo da cidade, composto por expressões, memórias, personagens, tradições e um léxico onde cada verbete carrega um pedaço da alma portuense.

Ao autor juntam-se duas figuras incontornáveis da Invicta: Germano Silva, ex-jornalista e historiador, e Helder Pacheco, investigador, escritor e cronista das culturas e tradições do Porto. Esta será, por isso, uma conversa com pronúncia do Norte, moderada por Sérgio Almeida.

João Carlos Brito é professor, autor de romances e coordenador de diversos projetos ligados à escrita e à língua portuguesa – o seu tema predileto. Além deste novo livro, já explorou as particularidades da nossa língua em obras como Falar à moda do Porto, Dicionário de Calão do Norte e Em Português nos (des)entendemos.

O Porto de Encontro conta com o apoio da Câmara Municipal do Porto, da Antena 1, do Jornal de Notícias e das Livrarias Bertrand. A entrada no evento é gratuita, mas limitada aos lugares disponíveis.

‘Em Ponto Pequeno’ é a nova exposição do Museu do Carro Eléctrico



O Museu do Carro Eléctrico inaugurou, este mês, a exposição temporária ‘Em Ponto Pequeno’, uma viagem pelo universo da arte em miniatura.

Desde a Pré-História até à atualidade, o fascínio pelo detalhe em escala reduzida tem acompanhado a sociedade, assumindo diferentes significados ao longo do tempo: símbolo de poder e estatuto, ferramenta pedagógica e objeto de colecionismo.

Inspirada na relação histórica entre os carros elétricos e a cidade do Porto, a exposição coloca lado a lado as recriações destes veículos emblemáticos e outros objetos em miniatura que percorrem diferentes áreas: ciência, natureza e arquitetura.

No total, mais de 20 peças dão corpo à exposição, com destaque para coleções particulares de José de Freitas, Joaquim Leorne e António Freitas, e para o contributo do Museu da Ciência do Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas.

‘Em Ponto Pequeno’ é uma oportunidade para (re)descobrir a grandeza das pequenas coisas e pode ser visitada até 2026, de terça-feira a domingo, entre as 10h00 e as 18h00, no Museu do Carro Eléctrico (Alameda Basílio Teles, 51).

Estreias de cinema de 2 de Outubro de 2025



Esta semana dentre as várias estreias de cinema nas salas nacionais o "Cultura e não Só" destaca as seguintes:



Lumière, A Aventura Continua

Em “Lumière! A Aventura Continua”, Thierry Frémaux, director do Festival de Cannes e do Instituto Lumière, dá continuidade ao trabalho iniciado com “Lumière!” (2016), o seu filme anterior. A partir de cópias restauradas, reúne mais obras filmadas pelos irmãos Lumière e pelos seus operadores, revelando um arquivo precioso que documenta não apenas os primeiros passos do cinema, mas também os costumes, os gestos e os olhares de uma época em plena transformação.

Este documentário revela um arquivo único dos primórdios do cinema, funcionando igualmente como um convite à redescoberta do seu poder de comover e de aproximar as pessoas. 



The Smashing Machine: Coração de Lutador

Conhecido como “The Smashing Machine” pelo estilo agressivo e pela capacidade de dominar adversários, Mark Kerr (Dwayne Johnson) foi um dos lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas) mais notórios dos anos 2000. Ídolo do público, alcançou a glória nos ringues enquanto enfrentava, em silêncio, uma dura batalha contra os próprios demónios: a dependência de analgésicos, as pressões da fama e os altos e baixos de uma vida marcada por triunfos, mas também por dolorosas derrotas pessoais. Em 1999, sofreu uma “overdose” que se revelou um ponto de viragem na sua vida.
O filme acompanha Kerr dentro dos ringues, onde derrotava adversários poderosos, e fora deles, onde tentava manter o equilíbrio, sempre com o apoio de Dawn Staples (Emily Blunt), a sua companheira.

Com argumento e realização de Benny Safdie – que, em parceria com o irmão, Josh Safdie, assinou “Vão-me Buscar Alecrim” (2009) e “Good Time” (2017) –, esta biografia desportiva sobre Kerr recebeu o Leão de Prata no Festival de Cinema de Veneza. Conta ainda com Lyndsey Gavin, Ryan Bader, Zoe Kosovic, Bas Rutten e Oleksandr Usyk. 



Honey Don't!

A história acompanha Honey O'Donahue, uma detective privada de Bakersfield (Califórnia) que se depara com o corpo de uma mulher assassinada dentro de um carro, a mesma que, surpreendentemente, a tinha contactado nessa mesma manhã. Mais tarde, vem a descobrir que o crime está ligado a uma complexa operação de tráfico de drogas, envolvendo o reverendo da paróquia local e um perigoso assassino em série.
Este “thriller” com laivos de humor negro é realizado e produzido por Ethan Coen (“Este País Não é Para Velhos”, “Fargo”, “A Propósito de Llewyn Davis”, “Indomável”), que assina também o argumento em parceria com Tricia Cooke. O elenco reúne Margaret Qualley, Aubrey Plaza, Charlie Day, Billy Eichner, Chris Evans, Lera Abova, Jacnier e Gabby Beans. 

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Museu Zer0: nasce no Barrocal Algarvio o primeiro Centro dedicado exclusivamente à Arte Digital



“0 zer0 nã0 s1mb0l1za 0 vaz10, 0 nada, mas, pel0 c0ntrár10, c0nsubstanc1a 0 t0d0, a plen1tude”. A frase de Paulo Teixeira Pinto, fundador do Museu Zer0, serve de mote à abertura do primeiro museu de arte digital em Portugal. Situado nos silos da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Azeite (CAPA) de Santa Catarina da Fonte do Bispo, no coração do Barrocal Algarvio, o Museu Zer0 nasce como oficina viva, sem acervo, mas com residências artísticas, investigação e produção contínua. A sua missão cruza território, comunidade, memória e inovação, projetando-se a partir do território para outros contextos nacionais e internacionais.

Sem um acervo tradicional, o Museu Zer0 visa convocar o futuro, incentivando à criação artística em arte digital, e acolhendo obras desenvolvidas através do uso das novas tecnologias. Privilegia a produção in situ de obras de arte, concebidas em função dos espaços expositivos existentes, num modelo de oficina viva centrada em residências artísticas, criação contínua e ligação ao território e à comunidade.

Assumindo-se como um Centro de Arte Digital, além de um espaço de exposição, de uma sala imersiva, de um estúdio de som, de um pátio que apela a concertos e projeções, um espaço para criação e produção artística, uma sala órgão que serve paralelamente para exposição e criação de projetos a partir da máquina industrial existente, de uma sala polivalente para projetos de mediação cultural, de um espaço para investigadores e ainda de um espaço FabLab, o Museu Zer0 assume-se como um espaço de acolhimento artístico, de experimentação crítica e de reflexão artística e social sobre o impacto da era digital.



O Museu Zer0 abre as suas portas em dois tempos (27 de setembro e 18 de outubro), dois gestos complementares que dão corpo à sua própria missão de pensar a arte como processo contínuo, em construção, em diálogo com a comunidade, o território e o futuro. Entre estes dois momentos, o Museu permanecerá aberto ao público, em produção, montagem e criação, assumindo-se como um espaço vivo, em que escolas, instituições, habitantes de Santa Catarina da Fonte do Bispo e visitantes poderão acompanhar os bastidores, conhecer artistas, dialogar com processos artísticos e descobrir como se constrói uma exposição.

“A abertura do Museu Zer0 será um marco na paisagem cultural do Algarve e do país, com uma programação artística pensada como um gesto inaugural com densidade simbólica e força experiencial. Um conjunto de propostas que não ilustram um conceito — encarnam-no. Instalações, ações performativas, vídeo mapping, concertos, experiências imersivas e processos de cocriação revelarão, desde o primeiro momento, o ADN do Museu Zer0, um espaço artístico, experimental, crítico e inclusivo, enraizado na comunidade e no território e projetado para o mundo”, destaca Fátima Marques Pereira, programadora geral de abertura do Museu Zer0.

No projeto das residências artísticas, o Museu Zer0 conta com o importante apoio da Fundação MEO, pretendendo desafiar artistas e investigadores a proporem projetos inovadores, capazes de dar visibilidade ao Museu, pela sua diferença enquanto oficina viva – residências artísticas. Esta oficina viva afirma-se como um núcleo de criação, investigação e partilha artística situado no território.

"Na Fundação MEO acreditamos que a arte, quando aliada à tecnologia, é uma força transformadora capaz de aproximar pessoas e territórios. O apoio ao projeto das residências artísticas do Museu Zer0 traduz o nosso compromisso em impulsionar a criatividade, a inclusão e a coesão comunitária, dando palco ao talento e à inovação no Algarve. É neste cruzamento entre arte digital e impacto social que nascem novas formas de futuro, mais abertas, acessíveis e inclusivas", afirma Carolina Pita Negrão, diretora da Fundação MEO.

A programação artística para a abertura teve presente a preocupação de se relacionar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com as prioridades Estratégicas da Comissão Europeia, uma abordagem que reforça o alinhamento do Museu Zer0 com os grandes compromissos globais e europeus — nomeadamente o Pacto Ecológico Europeu, a Promoção do Modo de Vida Europeu, a transição digital e a construção de uma economia mais inclusiva, participativa e centrada nas pessoas.

“Estamos a trabalhar para atrair artistas que possam passar uma temporada neste território algarvio, para criar uma obra in situ, e que a mesma possa ser apresentada noutros espaços artísticos”, refere João Correia Vargues, presidente da direção do Museu Zer0.



Abrindo em 2025 o seu edifício ao público, o Museu Zer0 conta já com cerca de 7 anos de trabalho na região e em Portugal. Entre exposições, concertos, conferências, atividades em escolas ou residências, já muito caminho foi trilhado. O Museu Zer0 teve o privilégio de contar com o projeto transfronteiriço Magalhães (de 2021 a 2023) e o projeto designado como Ágora Interuniversitária. O projeto Magalhães permitiu ao Museu Zer0 reabilitar alguns dos seus espaços para os dedicar à aprendizagem, criação e produção artística. Por seu lado, a Ágora Interuniversitária dinamizou e pretende continuar a dinamizar um espaço para encontros entre a comunidade académica portuguesa que trabalha no campo alargado da arte digital.

“O Padre António Vieira escreveu no século XVII uma prodigiosa obra que tinha como título um paradoxo que era uma verdadeira contradictio in terminis: "História do Futuro". Assim também o nosso Museu não visa celebrar o passado, antes sim convocar o futuro. Porque, nas lapidares palavras de Paul Gauguin, "a arte ou é revolução ou plágio". O que tanto vale para o pincel como para o pixel”, refere Paulo Teixeira Pinto, a propósito da abertura do Museu Zer0.

O Museu Zer0 está aberto de quarta-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, e a entrada é gratuita.

Casino Estoril recebe stand-up comedy SuitCase



O Salão Preto e Prata do Casino Estoril recebe, amanhã, dia 2 de outubro, a partir das 20 horas, a stand-up comedy SuitCase. Um conceituado elenco de actores russos sobe ao palco para protagonizar uma stand-up que concilia o bom humor com alguns momentos nostálgicos de um passado longínquo. 

O herói desta stand-up comedy viaja da antiga União Soviética rumo aos Estados Unidos, levando consigo, apenas, uma pequena mala. Passados alguns anos, abre-a e encontra uma série de coisas que o fazem recordar o seu passado. Cada uma delas ganha vida numa história repleta de emoções que concilia momentos divertidos com outros mais melancólicos e de alguma tristeza.

Com um registo divertido, SuitCase revela uma sucessão de histórias sobre a vida de diversas pessoas e acontecimentos que integram um mosaico da era soviética que o público terá a oportunidade de recordar. 

A stand-up comedy SuitCase é inspirada numa das obras do escritor russo, nascido em Ufa, Serguey Dovlatov. O tom nostálgico de algumas memórias, as observações irónicas e as metáforas subtis de Serguey Dovlatov ganham vida graças a um elenco de estrelas do meio artístico russo. Estarão em destaque os actores Alexei Kortnev, Alexei Agranovich, Semyon Treskunov, Valentin Samokhin e Nina Shkara.  

A sonoplastia criada para a apresentação desta stand-up comedy proporciona uma atmosfera única, onde o humor e a nostalgia coabitam durante o desenrolar de histórias simples que evocam o amor, a amizade e a autodescoberta.
 
SuitCase realça que é possível colocar múltiplas referências de uma vida numa mala e manter bem presentes inúmeras memórias quando se está longe de casa. Trata-se de uma vantagem nos momentos mais difíceis porque existe sempre algo que nos torna mais fortes quando recordamos um passado de amor e de esperança.

Cuidar com dignidade: superando barreiras invisíveis no cuidado a idosos



Considerado um dos maiores desafios da atualidade, o envelhecimento da população traz consigo uma série de desafios que exigem uma abordagem renovada aos cuidados de saúde e ao diagnóstico. Os obstáculos que esta população enfrenta são vários, destacando-se o preconceito etário. “Um dos maiores desafios que as pessoas idosas enfrentam é o idadismo, o preconceito mais generalizado na nossa sociedade”, afirma Manuel Carrageta, presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia. Isto porque, confirma, “diminui as pessoas idosas em todos os aspetos da vida, mesmo nos cuidados de saúde, estereotipando-as como pessoas frágeis e fisicamente dependentes, tendo como consequência uma prestação de menos cuidados e piores resultados”. A propósito do Dia Mundial do Idoso, que se assinala hoje, a  GE HealthCare, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, alerta para a importância do diagnóstico precoce e dos cuidados continuados, prevenindo situações em que “os adultos idosos, por causa da idade, têm menos probabilidade de receber o mesmo tratamento que os adultos mais jovens”, refere o especialista. 

Outro dos grandes desafios é, garante o especialista, a “solidão, uma epidemia com riscos significativos para a saúde, nomeadamente ao aumentar a ocorrência de vários problemas mentais e físicos, como a ansiedade, a depressão, a demência, o AVC, a doença cardíaca e o cancro. As consequências nocivas deste risco têm sido comparadas às de fumar e até se estima que superem as da obesidade e da inatividade física”.

O diagnóstico precoce configura uma oportunidade, mas nem sempre é fácil de alcançar. “As pessoas idosas assumem, muitas vezes erradamente, que com o envelhecimento é normal surgir cansaço, falta de ar com os esforços ou esquecimento e, por isso, não referem estes sintomas ao médico, o que leva ao atraso no diagnóstico e início da terapêutica”. 

De resto, refere o especialista, “a apresentação atípica da doença nos idosos é um dos grandes desafios da medicina geriátrica. É frequente que a primeira manifestação de um episódio de doença aguda seja sintoma não específico (queixas atípicas) que não chame a atenção para o órgão doente, o que torna o diagnóstico mais difícil”.

É o que acontece, por exemplo, com a insuficiência cardíaca, cujos sintomas clássicos são a falta de ar, cansaço e edemas. No entanto, nas pessoas “dominam os sintomas de fadiga, falta de forças, confusão mental, quedas, insónia, tosse não produtiva, etc. Há o risco de a pessoa se começar a cansar mais e atribuir esta queixa à idade, o que leva o doente a não ir atempadamente ao médico”, refere Manuel Carrageta. A esta dificuldade junta-se outra: “a interpretação dos sinais de insuficiência cardíaca nos adultos idosos é mais difícil”.

Se o papel do diagnóstico é essencial para melhorar a qualidade de vida na população mais idosa, não menos importante é a existência de um sistema de cuidados continuados de qualidade. Segundo Manuel Carrageta, este “permite que as pessoas idosas, que sofram um declínio significativo nas suas capacidades, recebam os cuidados e o apoio que necessitam para ter uma vida compatível com os seus direitos básicos, liberdades fundamentais e dignidade humana. Sem eles, os idosos correm o risco de sofrer um aumento do isolamento social, problemas de saúde mental, acidentes evitáveis e uma redução na duração e na qualidade de vida. Ao gerir as doenças crónicas e fornecer apoio consistente, os cuidados continuados de qualidade ajudam a prevenir problemas de saúde graves que poderiam levar a internamento hospitalar”.

Neste cenário de desafios enormes, a inovação tecnológica e científica torna-se uma espécie de farol: “apoia o diagnóstico e a vigilância médica por meio de dispositivos vestíveis que monitorizam os sinais vitais, sensores domésticos inteligentes que detetam quedas e automatizam tarefas, programas de IA que preveem problemas de saúde e plataformas de telessaúde que permitem consultas remotas. Essas inovações promovem a deteção precoce de problemas de saúde, apoiam a vida independente e melhoram a segurança e a conectividade social dos idosos”.

A GE HealthCare exemplifica esta abordagem inovadora, em que a tecnologia e o conhecimento facilitam um acompanhamento mais próximo, humano e sustentável. O objetivo é prolongar a vida com qualidade, apoiando soluções que promovam maior literacia em saúde e capacitem os sistemas de saúde a responder ao envelhecimento populacional. Nos últimos anos, a GE HealthCare tem desenvolvido ativamente ferramentas para cardiologia intervencionista, eletrofisiologia e radiologia intervencionista como procedimentos não invasivos, melhorando a qualidade de vida de pacientes idosos quando comparados com procedimentos cirúrgicos para tratar os mesmos problemas (vasculares e cardíacos) que têm uma prevalência muito alta em pessoas idosas. Rui Costa, Diretor Geral da GE HealthCare em Portugal, afirma que a empresa “está a fazer isso através de um forte foco em estratégias de redução de dose e no desenvolvimento de aplicações avançadas projetadas para otimizar fluxos de trabalho e reduzir o tempo dos procedimentos”.

Os avanços já existentes, como “os sensores vestíveis (smartwatches, monitores de fitness) e sensores domésticos inteligentes, capazes de recolher continuamente dados sobre os níveis de atividade, sinais vitais (frequência cardíaca, oxigénio no sangue, glicemia), fomentar a adesão à medicação, alertando os cuidadores ou profissionais de saúde para potenciais problemas, proporcionam uma rede de segurança vital para uma vida independente. Além da monitorização da saúde, auxiliam nas tarefas diárias, ajudam as pessoas idosas a manter as suas conexões, independência e qualidade de vida”.

Celtic Legends com "The Life in Green Tour - 225" no Casino Estoril



É já na próxima sexta-feira, dia 3 de outubro, pelas 21 horas, que os Celtic Legends sobem ao palco do Salão Preto e Prata do Casino Estoril, no âmbito da "The Life in Green Tour - 2025".

Mantendo-se fiel à tradicional cultura da Ilha Esmeralda, "The Life in Green Tour - 2025" passa pelo Casino Estoril, transportando a famosa atmosfera de pub irlandês ao espaço cénico do Salão Preto e Prata. 

Os Celtic Legends apresentam uma nova produção artística que celebra as histórias, lendas e tradições celtas. Trata-se de um espectáculo de dança, música e canto que promete contagiar o público com o seu ritmo alucinante.  

Numerosas canções serão interpretadas, ao longo de 90 minutos, por um dos mais importantes cantores irlandeses da actualidade. Com os instrumentos a definirem o ritmo vigoroso da dança dos Celtic Legends, um grupo de 17 bailarinos marca os passos certos coreografados por Jacintha Sharpe que irão garantir uma combinação incrível de dança, música e canções irlandesas 100% ao vivo.

Com um registo dinâmico, o sapateado será o elo de ligação dos diferentes ambientes apresentados, numa recriação inovadora da história do folclore tradicional da Ilha Esmeralda que faz sucesso mundial, há mais de 20 anos.