terça-feira, 19 de outubro de 2021

Como Hitler usou a «ciência» para justificar as Leis de Nuremberga


Na senda de A Fuga dos Nazis e Hitler Morreu no Bunker?, o antigo correspondente do Médio Oriente Eric Frattini volta a insistir na denúncia do racismo de Estado da Alemanha Nazi no seu mais recente livro, Ahnenerbe: Os Cientistas de Hitler com tradução de Rita Custódio e Àlex Tarradellas.

Declarada organização criminal em 1946, a Ahnenerbe, ou Sociedade para a Investigação e Ensino da Herança Ancestral Alemã, era a divisão «científica» do Terceiro Reich – apoiada por Adolf Hitler e dirigida por Heinrich Himmler, sob a alçada das SS –, usada para validar a ideologia nazi e as Leis de Nuremberga. Neste livro, Eric Frattini explica o que foi a Ahnenerbe, por que se criou e como foi possível o patrocínio científico de um misticismo conspiratório, paranoico e racista.

Os cientistas de Hitler tinham três objetivos: pesquisar o alcance territorial do espírito da «raça germânica», investigar e recuperar as tradições alemãs e difundir a cultura tradicional alemã entre a população. Sob a capa da antropologia, da arqueologia e da medicina, escondia-se uma ferramenta de propagação da política racial nazi, que combinava ocultismo, pseudociência e ideologia e procurava reunir evidências (ou falsificá-las) que fundamentassem a ideologia nacional-socialista e justificassem as Leis de Nuremberga.

Nas palavras de Eric Frattini: «Só entendendo as raízes do mal poderemos descobrir mais depressa os sinais de alerta que milhões de alemães não detetaram, ou não quiseram detetar, até ser demasiado tarde.»

Sobre o Autor

Eric Frattini foi correspondente para o Médio Oriente e residiu em Beirute (Líbano), Nicósia (Chipre) e Jerusalém (Israel). É autor de 25 livros, traduzidos em 16 idiomas e publicados em 42 países. O seu livro Os Espiões do Papa foi incluído na biblioteca de estudos sobre serviços secretos da CIA, em Langley. Em 2013, recebeu o Prémio Nacional de Investigação Jornalística da revista italiana Terra Incognita pela sua investigação do caso Vatileaks, que serviu de base ao livro Os Abutres do Vaticano, e em julho do mesmo ano foi distinguido com o Prémio Anual Strillaerischia (Itália) para o Melhor Enviado Especial pelo seu trabalho no Afeganistão. Foi produtor de documentários para o Discovery Channel e o National Geographic.