segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Emma Ruth Rundle em Portugal para apresentação de novo álbum


A norte-americana Emma Ruth Rundle - que deu a conhecer o segundo single de avanço (Blooms of Oblivion) do muito aguardado sexto álbum a solo, depois de ter lançado o primeiro single em setembro (Return) - regressa a Portugal para realizar concertos muito especiais a solo, pela primeira vez ao piano, em Lisboa, na Culturgest, no dia 26 de fevereiro de 2022, e no Porto, na Casa da Música, no dia 25 de fevereiro. Dois concertos integrados na tour europeia de apresentação do novo álbum, Engine of Hell, que será lançado no dia 5 de novembro, com selo Sargent House. 

Emma Ruth Rundle sempre se mostrou como uma artista multifacetada, igualmente capaz de se exprimir através de sonhadoras abstrações ambientais (como no seu álbum de estreia Electric Guitar: One), de explorações texturais maximalistas (ouça-se o seu trabalho com os Marriages, Red Sparowes e Nocturnes ou as colaborações com Chelsea Wolfe e Thou), bem como na tradição clássica de cantautora, de guitarra acústica em punho (como no álbum Some Heavy Ocean). 

Com alguma surpresa, Emma Ruth Rundle regressa agora aos discos sentada ao piano, tocando um instrumento que lhe ensinou música, mas que foi sendo colocado de lado à medida que a outras abstrações e a eletricidade do rock foi moldando o seu percurso. Engine Of Hell é, por isso, uma viagem ao passado, pelas intensas memórias que hoje tem das suas dores de crescimento, como uma peregrinação semi-poética às feridas da juventude. Tal como temos escutado, e sentido na nossa pele, a escrita de canções tem sido um crucial veículo de salvação onde Emma se tem exposto, nua e crua, enfrentando os seus fantasmas, mas servindo de porto seguro para outros que a ouvem.

Depois de uma década de discos e colaborações, Engine of Hell marca assumidamente o início de um novo ciclo, com a mesma frontalidade de outras obras, mas aberta a novas ideias, artes e reflexões. E para celebrar esse momento, Emma quis contar-nos esta mudança sozinha em palco, ao piano, da forma mais intimista possível,  mexendo nas lesões para as sarar, olhando para dentro de si connosco.

Em combinação com a sua voz, o piano que reverbera em Engine of Hell cria uma espécie de intimidade, como se estivéssemos sentados ao lado de Emma Ruth Rundle no banco, ou até como se tocássemos, nós mesmos, estas canções que exploram e encapsulam as imperfeições e a vulnerabilidade humanas. O instrumento da infância de Rundle é, então, o veículo perfeito para um álbum que é essencialmente uma colecção de memórias da sua juventude, e que capta um momento artístico em que a compositora, magistralmente, se nega a quaisquer floreados ou adereços, para que cada nota e cada palavra atinjam o ouvinte com o máximo impacto. São canções dolorosas e íntimas, mas a mestria de Emma Ruth Rundle revela-se também na facilidade com que nós, ouvintes, nos conseguimos rever nas suas perdas e na sua mágoa, como se um negro espelho se levantasse diante de nós.

Os bilhetes para o concerto da Culturgest, em Lisboa, custam entre 5€ (com descontos) e 16€ e estão à venda na Culturgest e na rede Ticketline e, para o concerto do Porto, na Casa da Música custam 20€.