De 18 a 20 de Junho o Oeiras Ignição Gerador junta mais de 40 autores num festival online que se propõe a discutir o futuro da cultura e da criatividade. Em Março deste ano o covid-19 paralisou o setor da cultura: espaços, artistas e programadores foram obrigados a reinventar-se e encontrar novas formas de criar, apresentar e programar cultura. Para este primeiro grande fórum de discussão sobre o setor após o início da pandemia foram convocados autores e pensadores de várias áreas, nomeadamente das artes visuais e plásticas, programadores e especialistas em museus que, ao longo de três dias, integram painéis de conversas, masterclasses e apresentações.
No dia 18 de Junho no Palco Oeiras, o palco principal do festival, Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, participa numa conversa dedicada ao estado atual da cultura numa altura marcada pelo isolamento social e pela pandemia, juntamente com Ana Matos Fernandes (Capicua), Jorge Barreto Xavier e Rui Horta.
Paulo Pires do Vale, comissário do Plano Nacional das Artes, participa no painel “Pode a pandemia fazer-nos repensar as fronteiras da cultura?", juntamente com Joana Gomes Cardoso, presidente da EGEAC e o sociólogo João Teixeira Lopes.
A artista Grada Kilomba junta-se para refletir sobre o que mudou no consumo da cultura após o início da pandemia e como será a fruição cultural do futuro, com Margarida Pinto Correia, Salvador Sobral e Sérgio Machado Letria, diretor da Fundação José Saramago.
Já o artista plástico José Taborda integra um painel de conversa dedicado a novos criadores sob o tema “Por onde passa o futuro da cultura em Portugal”. Juntamente com a ilustradora Clara Não e a designer têxtil Constança Entrudo trazem à discussão o olhar das novas gerações e a forma como estas questionam e põem em causa o que foi estabelecido pelas gerações anteriores.
O dia 19 de Junho, no Palco Oeiras, é dedicado a apresentações individuais onde autores trazem à discussão temas que consideram relevantes. A espanhola María Acaso, uma das convidadas, é chefe da Área de Educação do Museu Reina Sofia, em Madrid, e centra os seus projetos no desenvolvimento da educação contemporânea e na transformação dos formatos de transmissão de conhecimento.
Miguel Januário (Mais Menos), que é já uma referência no panorama nacional e internacional de arte urbana, vai também partilhar as suas ideias numa apresentação.
Está também confirmada a norte-americana Nina Simon, ex-diretora executiva do Museu de Arte e História de Santa Cruz e hoje CEO da OF / BY / FOR ALL, uma organização sem fins lucrativos global que cria ferramentas digitais para ajudar organizações cívicas e culturais a tornarem-se mais inclusivas, relevantes e sustentáveis.
O artista plástico português Vasco Araújo, que expõe regularmente no estrangeiro e em Portugal, e que em 2003 recebeu o Prémio EDP Novos Artistas, encerra o Palco Oeiras neste segundo dia de festival.
No último dia, 20 de Junho, Wouter van der Horst vai dar uma masterclass sobre a transformação digital dos museus. Durante 6 anos e meio, o holandês reuniu conteúdo digital e educacional no Rijksmuseum, em Amesterdão. Hoje coordena a organização We Share Culture, especialista em estratégias inovadoras para envolver o público, usando as novas tecnologias, dentro e fora do museu.
O Oeiras Ignição Gerador é uma ideia do Gerador com o alto patrocínio do município de Oeiras, cidade candidata à Capital Europeia da Cultura em 2027.