terça-feira, 16 de junho de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco



O Ser Humano é mais do que um ser racional – as emoções, nomeadamente os afectos, são o substrato incontornável da vida mental, que “comandam” pelo menos as crianças nos primeiros anos de vida. O comportamento humano é afectado, inevitavelmente, por situações emocionais relevantes, pelo que a angústia e a dor mental, bem como vivências inconscientes, fazem parte do desenvolvimento pessoal e, muitas vezes, revelam sinais de adaptação essenciais. De facto, o que sentimos não está certo nem errado e as emoções devem ser reconhecidas e sintonizadas de acordo com as percepções, actos e pensamentos. Neste sentido, mais do que ter “pensamentos positivos” é importante ter “pensamentos verdadeiros”. 

Pensar a experiência emocional é um exercício de inteligência e uma fonte de enriquecimento pessoal na relação consigo próprio e com os outros. É, por isso, fundamental estarmos atentos a nós próprios, procurando estar em contacto com as nossas emoções. Por isso, quando há crises (ou conflitos) emocionais importa aceitá-las e superá-las, elaborando-as, revendo eventualmente as nossas estratégias e dando valor às nossas capacidades e qualidades, não tendo receio de conferir o que se passa com quem confiamos, nomeadamente um profissional credenciado, se for o caso.

Com efeito, sempre que o grau ou a duração de sofrimento emocional sejam sentidos como excessivos, há que recorrer a um profissional de saúde, de preferência, que apresente competência psicoterapêutica. Para toda a dor tem de haver uma escuta; o isolamento e a incompreensão agravam qualquer problema, pelo que devem ser evitados, eventualmente contrariados. No caso das crianças e jovens, os adultos significativos deverão assumir esse papel e procurar um profissional de saúde para uma avaliação mais detalhada do risco.

Se for diagnosticada uma perturbação mental, a intervenção deve ser feita por especialistas e preferencialmente em equipa – nomeadamente nas mais graves o diagnóstico clínico e a prescrição farmacológica são actos médicos fundamentais em muitas situações, que em regra carecem de ser complementados por profissionais das áreas psicossociais. Nas mais comuns a psicologia clínica pode ser suficiente no apoio ao desenvolvimento do projecto de vida de cada pessoa.

Resumindo, a doença mental não é atributo de “espíritos fracos”. A base genética parece ser no geral pouco significativa, havendo muita evidência de a qualidade afectiva durante o amadurecimento psíquico (que só termina no final da adolescência) ser extremamente relevante. Em particular as perturbações de ansiedade e do humor (instalação de tristeza patológica) muitas vezes são tratáveis por psicoterapia, que apenas nalguns casos pode ter de ser apoiada medicamentosamente.
Cuide Sempre da sua Saúde!! Procure ajuda especializada quando necessário, sem preconceito.
Fique bem!! Até para a semana.

Apresentação Joana Franco


Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.
Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.
Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.
Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, actualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.
Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.