sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Festival Internacional de Balonismo de Coruche


6h30 da manhã, Coruche, a noite ainda enche os céus e um frio que entra pelos ossos dentro impossível de evitar e para quê?

A oportunidade é imperdível, assistir ao Festival Internacional de Balonismo de Coruche, que decorre até ao próximo dia 14.

Neste evento os 20 balões de ar quente são reis e senhores do festival contando com o apoio da Wind Passenger, uma empresa especializada em passeios de balão e que conta com o maior balão de ar quente do mundo a voar comercialmente com uma capacidade para 34 pessoas.

Mas antes de tudo isto voltemos atrás e deixe-nos partilhar consigo a nossa experiência que teve tanto de arrebatadora como de única.

Após a nossa chegada ao recinto ainda de madrugada assistimos à montagem dos balões, um procedimento meticuloso e feito com todas as regras de segurança a serem tidas em conta.
Perto das 7h30 já o nosso balão começava a ganhar forma e a querer levantar voo, até que perto das 8h decolamos e lentamente nos dirigimos para os céus de Coruche. Cada balão demora entre 45 minutos a 1 hora a ser preparado.


Poucas palavras existem para descrever a experiência de andar de balão, a calma e o silêncio apenas interrompidos por alguns latidos de cães assustados com os balões e pelo soltar de gás para dentro do balão.

Durante o voo chegamos aos 1200 pés, ou perto do 400m de altura, e desengane-se quem pensa que estaria frio, pois estamos tão perto do ar quente do balão que o ambiente é muito confortável.

E a vista? A vista……. Deslumbrante, única, de tirar a respiração.


É impossível não nos sentirmos brevemente como Willy Fog na sua volta ao mundo em 80 dias.
O balão não tem direcção nem se sabe onde poderá aterrar, estes factores permitem-nos ter um sentido de incerteza e aventura que são únicos.

O Guido, responsável da Wind Passenger foi o nosso “piloto”, o que só por si nos dava a segurança de estarmos em boas mãos, mas a perícia e os anos de experiência mostraram que isto não é para qualquer um, afinal o Guido já fez desde Monção até Beja num balão de ar quente, são 450km e 7h de voo.
Se nesta hora de voo pela Lezíria do Sorraia já nos pareceu poder ver o mundo desde 400m de altura, a nossa imaginação divaga pela fantástica experiência que serão 7h de voo.

Perguntámos ao Guido qual foi a reacção mais engraçada que já teve ao longo da sua vasta carreira, desengane-se quem pensa que foi com um passageiro, foi na realidade com “uma senhora que estava a trabalhar a terra, ao ver o balão aproximar-se para a aterragem, ela largou a enxada e começou a correr e a gritar “Eles vêm-me buscar” (risos).


O Cultura e Não Só teve ainda a sorte de partilhar o balão com a Dona Joana com mais de 70 anos, responsável pelo restaurante A Tasca, em Coruche. Este é já o seu terceiro passeio de balão e ao que parece não será certamente o último pois esta é uma actividade que adora sempre que existe o festival de Balonismo de Coruche.

No final do voo a Dona Joana surpreendeu tudo com um “abafadinho” e uns queques divinais feitos por ela própria, o final ideal para aquecer o corpo porque a alma estava cheia de emoções.

O festival de Balonismo tem ainda muito mais para oferecer para quem quiser ficar com os pés no chão.
Além dos batismos de voo e outras actividades que podem ser reservadas no site da organização, pode ainda contar com jogos tradicionais portugueses e outras animações, a caminhada do Dia Europeu do Enoturimos com provas de vinhos locais, espectátuclos com bandas musicais ou o já famoso e tradicional espectáculo nocturo “Night Glow”, entre muitas outras actividades. Para ficar a saber o programa completo visite www.festivalbalonismocoruche.com ,o seu escape este fim de semana.


Texto: Rui Cardoso
Fotografia: António Murteira da Silva com o apoio da OPPO (reportagem fotográfica realizada com o telemóvel OPPO Reno 6 Pro, fotos sem qualquer tipo de edição).