Dezoito meses após a chegada a Portugal da pandemia de Covid-19, quando foram confirmados oficialmente os primeiros casos de infecção, a associação cultural CC11 apresenta no Núcleo Central do Taguspark – Cidade do Conhecimento a exposição fotográfica "Diário de uma pandemia", envolvendo mais de 130 fotógrafos, que nos relatam estes dias que alteraram de forma brusca
o panorama dos portugueses.
A exposição "Diário de uma pandemia" é constituída por quatro módulos, que têm a fotografia e a informação como seu fio condutor:
*EVERYDAYCOVID, projecto fotográfico criado no Instagram, onde 119 fotógrafos e fotojornalistas portugueses, entre eles oito editores que diariamente seleccionavam os registos fotográficos deste grupo de profissionais.”O isolamento, o sentido de clausura, a nova realidade das máscaras, a dinâmica dentro dos hospitais, lares, momentos políticos e até funerais, são alguns dos temas retratados”, como descreve o fotojornalista Miguel A. Lopes, um dos fundadores do projecto, juntamente com Gonçalo Borges Dias. Para a curadoria deste módulo da exposição foram convidados os fotojornalistas Daniel Rocha, Ilídio Teixeira, Luís Filipe Catarino e Tiago Miranda que seleccionaram cerca de 90 fotografias que integram um percurso expositivo que termina com um mural onde se lê o nome de todos os autores do projecto e um vídeo que mostra todas as imagens e histórias partilhadas na página Everydaycovid. “A nossa história terá com certeza outros momentos, mas só houve uma oportunidade para registar este. Será a cápsula do tempo desta época que vivemos”, lê-se no texto dos curadores.
*RETRATOS DE PORTUGAL PELAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS, uma selecção de fotografias das agências AFP, AP, Getty Images, Lusa/EPA e Reuters, que fazem o relato visual de como Portugal reagiu à pandemia. “Enquanto muitos ficaram a trabalhar na segurança das suas casas, os correspondentes – tal como outros trabalhadores essenciais – continuaram fora de quatro paredes: mostraram ao mundo os bairros de Lisboa sem turistas, o caos dos hospitais, as missas sem crentes, entre tantos outros momentos que marcaram um período nunca antes vivido”, relata Catarina Demony, correspondente da Reuters em Portugal.
*DIAS DA PANDEMIA PELA IMPRENSA NACIONAL, uma linha de tempo entre Março e Julho de 2020, contada pelas capas dos jornais e revistas portuguesas, a partir de uma selecção do editor João Paulo Cotrim, que nos diz: “A máscara tornou-se o rosto geral, tornando todos um pouco mais iguais, menos indivíduos. Dançamos atrás de cortinas, diz uma chapa, mas ainda assim distinguimos idades e dores, a passagem do tempo, no esvoaçar do branco nos cabelos, no engelhado da mão”.
*CLARO E ESCURO, de Luísa Ferreira, autora de inúmeras exposições e livros, desde 1989, recebeu recentemente o Prémio Autores 2019, Artes Visuais, Melhor Trabalho de Fotografia, traz-nos o seu olhar crítico e intimista sobre a pandemia.
Esta exposição foi organizada pela associação CC11 e produzida com o apoio do Taguspark, da Casa da Imprensa e da Canon Portugal. A associação cultural CC11, foi fundada no início do ano 2020 e tem como finalidade divulgar e promover a fotografia e o fotojornalismo em Portugal.
Durante o período em que a exposição está patente, a CC11 e o Taguspark organizam vários eventos, em datas a anunciar, como visitas guiadas à exposição acompanhadas por autores e editores e apresentação do livro Everydaycovid, seguida de debate com convidados.
"Diário de uma pandemia" estará patente até 27 Novembro 2021, no Núcleo Central do Taguspark - Cidade do Conhecimento, em Oeiras.