segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Cochinchina de Sandra Barata Belo no Teatro Meridional


Cochinchina é uma adaptação livre da obra de Afonso Cruz, Princípio de Karenina e encerra a trilogia de adaptações de obras literárias a teatro iniciada por Sandra Barata Belo em 2013. Nesse ano estreou Morreste-me, a partir da obra homónima de José Luís Peixoto e, em 2015, Carta de uma Desconhecida, a partir da obra com o mesmo nome de Stefan Zweig

Tal como as obras anteriores, Cochinchina ergue-se através de uma carta que fala com inquietude dos sítios aparentemente estáveis onde se guarda o passado, onde o presente é frágil e mal se sente. A dualidade é constante, o pensamento também e o futuro chega antes do tempo. E quando já não há tempo, chega inesperadamente uma carta. Cedo demais, tarde demais.

E depois das cartas, como se segue com a vida, quando tudo o que ainda está por vir jamais alterará o passado? O futuro torna-se irreversível ou é reparável? Como se recebem estas cartas? E como fica quem as escreveu?

Cochinchina estreia em Lisboa a 9 de Fevereiro, no Teatro Meridional, onde está em exibição até dia 20, de quarta-feira (Dia do Espectador) a sábado, às 20h00 e domingo às 16h00.

Sinopse
 
Um homem vive na dualidade entre o que está dentro da sua porta e para além dela. O estrangeiro tanto o inibe como o fascina. Até ao dia em que uma empregada da Cochinchina vem trabalhar para sua casa e quebra com todas as fronteiras criadas, primeiramente pelo pai e depois por ele. A partir daqui, há uma luta constante entre o amor e a desilusão, a coragem e a cobardia, entre ir ou ficar, e estranhamente está tudo certo. No fim da sua vida quando não há mais para adiar, restando-lhe apenas a morte, parte para o Oriente em busca de uma filha que nunca o irá conhecer e escreve-lhe uma carta, revelando a sua história, que é também a base do nosso Portugal, em contrários e com os seus antónimos.