«Tudo começa a partir de agora – Renasci.» É com estas palavras, escritas a 31 de maio de 1949, que Susan Sontag, com apenas dezasseis anos, revela o seu espírito inquieto e insatisfeito, que irá torná-la numa das figuras mais proeminentes de meados do século XX. «Agora sei a verdade – sei o quanto amar é bom e legítimo – foi-me, de certa forma, dada autorização para viver», conclui, numa das muitas entradas que compõem Renascer. Diários e Apontamentos 1947-1963, editados postumamente pelo filho, David Rieff.
«O que sei é que, enquanto leitora e escritora, a minha mãe adorava diários e cartas – quanto mais íntimos, melhor. Assim, talvez Susan Sontag, a escritora, tivesse aprovado o que eu fiz. Seja como for, assim o espero», escreve, em justificação pela divulgação destes textos íntimos, que se iniciam com os anos da adolescência, em 1947, atravessam os anos da faculdade, as primeiras experiências na escrita, a sua formação sexual e emocional, e terminam em 1963, quando Susan Sontag era já plena participante e observadora da vida intelectual e artística da cidade de Nova Iorque.
Com tradução de Nuno Guerreiro Josué, Renascer regressa às livrarias a 13 de janeiro.