terça-feira, 27 de outubro de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco

Esta semana vamos abordar as eventuais causas da Depressão.

A causa exata da depressão não está clara, mas uma série de fatores pode tornar a sua ocorrência mais provável. Os fatores de risco incluem:

Uma tendência familiar (hereditariedade);

Eventos emocionalmente angustiantes, especialmente os que envolvem uma perda;

Ser do sexo feminino, porque envolve alterações dos níveis hormonais;

Certas doenças orgânicas;

Efeitos secundários de determinados medicamentos.

A depressão não significa uma fraqueza de caráter e pode não refletir um transtorno de personalidade, um trauma de infância ou falta de atenção dos pais. A classe social, a origem étnica e fatores culturais aparentemente não exercem influência sobre a possibilidade de uma pessoa ter depressão ao longo da vida.

Fatores genéticos contribuem para a depressão em aproximadamente metade das pessoas que a têm. Por exemplo, a depressão é mais comum em parentes de primeiro grau, de pessoas com depressão. Os fatores genéticos podem afetar o funcionamento de substâncias que ajudam as células nervosas a comunicarem entre si (neurotransmissores). Serotonina, dopamina e noradrenalina são neurotransmissores que podem estar envolvidos na depressão.

As mulheres são mais propensas a apresentarem depressão que os homens, embora as explicações para esse fato não sejam claras. Entre os fatores orgânicos, as hormonas são os mais associados à depressão. Alterações nos níveis hormonais podem causar alterações no humor um pouco antes da menstruação (como parte da síndrome pré-menstrual), durante a gravidez e depois do parto. Algumas mulheres ficam deprimidas durante a gravidez ou durante as quatro primeiras semanas após o parto (depressão pós-parto). A função alterada da tiróide, que ocorre com bastante frequência em mulheres, pode ser outro fator.

A depressão pode manifestar-se em conjunto com um determinado número de doenças orgânicas e/ou fatores, ou ser causada por eles. Doenças físicas podem ser a causa direta de uma depressão (como quando uma doença da tiróide afeta os níveis hormonais), ou sua causa indireta (como quando a artrite reumatóide provoca dor e incapacidade, o que indiretamente causa melancolia e tristeza). A depressão resultante de uma doença orgânica tem, frequentemente, causas diretas e indiretas. Muitas pessoas afirmam que se sentem mais tristes no final do Outono e no Inverno e atribuem essa tendência à diminuição das horas de luz natural e às temperaturas mais baixas. No entanto, em algumas pessoas, essa tristeza é grave o bastante para ser considerada um tipo de depressão (chamada de transtorno afetivo sazonal).

Vários transtornos de saúde mental podem predispor uma pessoa à depressão. Eles incluem certos transtornos de ansiedade, alcoolismo, outros transtornos por uso de substâncias e esquizofrenia. Pessoas que já tiveram depressão têm mais probabilidade a tê-la novamente.

Eventos emocionalmente angustiantes, como a perda de um ente querido, às vezes podem desencadear depressão, mas geralmente apenas em pessoas predispostas à depressão, como as que têm pessoas na família com esta patologia. Contudo, a depressão pode surgir ou piorar sem nenhum motivo aparente ou significativo.

Vamos continuar a abordar este tema nas próximas semanas, que é tão atual e que causa tantas dúvidas.

Até para a semana. Cuidem sempre da vossa saúde. Da vossa e da dos que os rodeiam. Procure ajuda especializada quando necessário, sem preconceito. Uma boa semana para todos.

Apresentação Joana Franco

Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.

Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.

Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.

Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, actualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.

Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.