O Forum Madeira revela as principais conclusões sobre a campanha “Zona Zero Ecrãs”, que foi realizada para sensibilizar sobre o uso de dispositivos digitais na infância. Sob o lema "Desconecte-se para se reconectar", foram desenvolvidas iniciativas focadas em fornecer às famílias ferramentas para promover o uso responsável de ecrãs, aproveitar momentos de qualidade juntos e reconectar-se como família.
Durante os dias em que o evento decorreu no centro comercial, foi lançado um desafio sem ecrãs para as famílias, incentivando-as a descontrair numa aula de Yoga, e depois em brincar em família, na Praça Central com jogos tradicionais, desfrutando de momentos de qualidade e reconectando-se em família.
Distanciamento emocional, incapacidade de detectar problemas e substituição da comunicação são as principais preocupações.
A maior preocupação dos pais não é apenas o tempo de ecrãs, mas também a falta de controle sobre o conteúdo, a exposição a mensagens inapropriadas e o papel dos algoritmos que exibem conteúdo mesmo quando a criança não o procurou ativamente. As famílias expressaram preocupações comuns como a sensação de distanciamento emocional, o receio de que os telemóveis substituam a comunicação em casa e a dificuldade em detetar problemas emocionais, alterações de humor ou situações de isolamento atempadamente.
O tempo de uso de ecrãs continua a ser uma fonte de tensão em muitos lares. Os pais reconhecem as dificuldades em estabelecer limites sem gerar conflitos, uma crescente sensação de dependência e o impacto do uso de telemóveis à noite no sono, nos estudos e no humor das crianças. A isto somam-se as dúvidas constantes sobre a idade apropriada para ter o primeiro telemóvel ou para aceder às redes sociais, num ambiente marcado pela comparação social e pela pressão de que "todos têm um".
Apoio, exemplo e conexão: fatores-chave
Os especialistas também partilharam diretrizes para ação, concordando que o tempo gasto em frente aos ecrãs na infância geralmente deve-se a fatores estruturais e emocionais, como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, fadiga ou falta de redes de apoio, e não à falta de interesse por parte das famílias.
Portanto, recomendam começar pelo exemplo dos adultos, já que a redução do tempo de ecrã pelos pais tem um impacto maior do que qualquer regra. Entre as diretrizes acordadas estão o estabelecimento de algumas regras claras e consistentes, como evitar ecrãs durante as refeições, enquanto estuda ou à noite, e adiar ao máximo o acesso a smartphones e redes sociais.
Na adolescência, os especialistas enfatizam a importância de priorizar a conexão em vez do controle, incentivar a conversa, oferecer alternativas saudáveis ao entretenimento digital e apoiar os jovens em quaisquer dificuldades, entendendo os erros como parte natural da aprendizagem.
“Zona Zero Ecrãs” oferece lições e experiências familiares em formato de documentário e podcast disponível gratuitamente
