«Churchill era um homem profundamente atípico», diz Vincent Delmas, autor dos dois livros de BD sobre o estadista britânico publicados recentemente pela Gradiva.
A liderança está intimamente ligada ao temperamento do político, que deve ser carismático, mas também à sua competência para reagir a uma crise, o que se prende com a sua capacidade de antecipação. Churchill percebeu a ameaça representada pela ascensão de Hitler ao poder na Alemanha antes de todos os outros, o que lhe permitiu estar menos «atordoado» do que outros líderes quando foi necessário reagir. Quando a Glénat/Fayard me propôs fazer uma biografia em banda desenhada de Churchill, eu sabia que se tratava de uma personalidade que tinha desempenhado um papel decisivo durante a Segunda Guerra Mundial, que era o dirigente preferido dos britânicos, um verdadeiro político, truculento, erudito, e com sentido de humor, mas antes de começar o trabalho de documentação desconhecia até que ponto ele era fora do comum. Por exemplo, foi ele que inventou a aviação armada e o tanque, inovações decisivas na Primeira Guerra Mundial. Quando se mudava para o campo de batalha, era sempre com uma banheira, uma caldeira e uma quantidade considerável de champanhe e de Saint‑Emilion. Também recebeu o Prémio Nobel de Literatura e pintou mais de 500 quadros. Churchill era um homem profundamente atípico.
