“Não Posso Ter Nada” é uma canção pop na sua essência. Uma canção para dançar, cantar e sorrir. Os ritmos mexidos, a melodia vibrante, os arranjos divertidos e inesperados e as letras corriqueiras revelam uma vontade do músico de se aproximar do público.
Com uma estrutura clássica, um refrão orelhudo, um verso desafiante e evolutivo e uma letra subjetiva, mas fácil de acolher, Tiago Vilhena revela que está por cá para nos oferecer músicas para ouvir, repetir e reter. A aura da canção de intervenção está presente, mas trocou a camisa por uma t-shirt e o relógio de pulso pelo smartphone. Por outras palavras, ouvimos “Não Posso Ter Nada” com uma roupagem moderna, fresca e leve, mas que consegue trazer consigo uma bagagem extensa da cultura musical portuguesa. O sotaque das beiras é deixado escapar de uma forma subtil, a guitarra clássica constrói o esqueleto, os sintetizadores vestem o sujeito e o ritmo fá-lo dançar. Sendo assim, não podíamos esperar um vídeo que não tivesse movimento. Filmado em Lisboa e realizado por Mariana Romão, este transpira boa disposição, saúde e cor. Todas as cores. Fica assim a primeira amostra do álbum que será divulgado ao longo do ano de 2022 e pelo que parece, a boa disposição vai ser o ingrediente principal.