sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Quetzal publica o novo romance de João Reis


«Última hora. Chegou à nossa redação a informação de que tropas russas terão atravessado a fronteira da Ucrânia e de que estarão a ocorrer confrontos com o exército ucraniano.» A notícia podia estar nas páginas de um jornal de hoje mas faz parte do novo romance de João Reis, escritor que acaba de ser nomeado para o Prémio Literário Internacional de Dublin e que, a partir de 3 de março, se junta ao catálogo da Quetzal com Cadernos da Água, uma história sobre o que nos poderia acontecer à mercê de uma extrema escassez de água.

O Estado português dissolveu-se e o território está sem lei. Deram-se as Guerras Meridionais da Água, o Primeiro e o Segundo Eventos, e até uma pandemia de rex-vírus 3, que se espalhou pela Europa, pelo Médio Oriente e pelo Norte de África. Os países do Norte fecharam as fronteiras e interromperam o apoio financeiro que vinham a dar aos países do Sul da Europa, a «taxa do deserto».

Numa história composta a múltiplas vozes, acompanhamos, de entre outras, a do registo escrito de uma refugiada portuguesa com a sua filha. O destinatário dos seus apontamentos é o marido, em parte incerta. «Salve-se: Poupe água» é o mote num futuro não muito longínquo, quando a realidade que estamos habituados a ver à distância pode, afinal, vir a ser a nossa.

Sobre o Autor

João Reis (Vila Nova de Gaia, 1985) é autor de vários romances, entre eles A Noiva do Tradutor
(2015/2019); A Avó e a Neve Russa (2017), finalista do prémio Fernando Namora; A Devastação do
Silêncio (2018), semifinalista do Prémio Oceanos 2019; Quando Servi Gil Vicente (2019), também
finalista do Prémio Fernando Namora; e Se com Pétalas ou Ossos (2021). O seu romance Bedraggling
Grandma with Russian Snow está nomeado para a edição de 2022 do Dublin Literary Award.
Os seus livros já foram publicados nos EUA, no Brasil, na Sérvia e na Geórgia. Em 2015, foi
finalista do Bare Fiction Prize, na categoria «flash fiction», e, em 2018, foi-lhe atribuída uma das
bolsas de criação literária da DGLAB. Licenciado em Filosofia, fundou a Eucleia Editora (da
qual foi editor durante dois anos). Viveu e trabalhou na Escandinávia e traduz obras de línguas
escandinavas para português.