Chegou às livrarias a 19.ª edição de Daqui a Nada, primeiro romance de Rodrigo Guedes de Carvalho, publicado em 1992, há precisamente 30 anos.
Vencedor do Prémio Jovens Talentos da ONU, Daqui a Nada é um romance a três vozes – pai, mãe e filha – a partir das quais nos chega a história de uma família devastada pelas feridas da guerra colonial, pela dificuldade de comunicação e pelos encontros e desencontros da vida. Muito mais do que o retrato de uma época, o livro que assinalou a estreia de Rodrigo Guedes de Carvalho na ficção é uma profunda reflexão sobre relações entre pais e filhos, sobre pais que não sabem ser pais, sobre filhos que crescem à sombra de um pai emocionalmente distante ou mesmo ausente.
«A escrita de Daqui a Nada é vigorosa sem ser agressiva, sensível sem ser lamechas, inteligente sem ser prepotente. Este livro é essencialmente um ajuste de contas com a História», escreveu na altura, no Público, a crítica literária Helena Vasconcelos, seguida, no Diário de Notícias, por Maria Estela Guedes: “O livro lê-se num fôlego, é pequeno, intenso e muito bem construído.»
Depois de Daqui a Nada, a Dom Quixote publicará em Março uma nova edição de Mulher em Branco, editado em 2006, ficando o mês de Abril reservado para o novo romance de Rodrigo Guedes de Carvalho – cujo título será oportunamente revelado.
Rodrigo Guedes de Carvalho nasceu no Porto em 1963. Estreou-se na ficção com o romance Daqui a Nada (1992). Seguiram-se-lhe A Casa Quieta (2005), Mulher em Branco (2006), Canário (2007), O Pianista de Hotel (2017) – Prémio Autores SPA Melhor Livro de Ficção Narrativa 2018 –, Jogos de Raiva (2018) e Margarida Espantada (2020). Elogiado pela crítica, tem sido considerado uma das vozes mais importantes da nova literatura portuguesa.
É ainda autor dos argumentos cinematográficos de Coisa Ruim (2006) e Entre os Dedos (2009), e da peça de teatro Os Pés no Arame (estreada em 2002, com nova encenação em 2016).