terça-feira, 5 de maio de 2020

Crónica Saúde - Joana Franco



Esta semana iremos explicar de forma simples o que é o Coronavírus e como pode ser transmitido.

O COVID-19 é uma infecção causada por uma estirpe de coronavírus, relacionado com os vírus da gripe comum. Os indivíduos afectados apresentam sintomas com gravidade variável, muito semelhantes aos da gripe, como febre, tosse e dificuldade respiratória. Podem ainda apresentar náuseas e diarreia. Estes podem surgir cerca de 2-14 dias após a infecção. Em alguns casos, as pessoas com infecção podem não apresentar quaisquer sintomas.

Porquê o nome COVID-19?
A Organização Mundial da Saúde atribuiu o nome de COVID-19, sendo que  o nome da doença resulta das palavras “Corona”, “Vírus” e “Doença” com indicação do ano em que surgiu (2019).

O COVID-19 é a mesma coisa que o SARS?
Não. O vírus que causa o COVID-19 e o que causou a epidemia de SARS (Síndrome Respiratório Agudo Severo) em 2003 são geneticamente semelhantes, mas a doença que causam é bastante diferente.
O SARS tinha uma taxa de letalidade muito mais elevada, mas tinha uma taxa de infecção muito inferior do que o vírus da COVID-19.

O que são os coronavírus?
Na origem da COVID-19 está um vírus da família dos coronavírus. Os coronavírus são uma família de vírus respiratórios humanos e animais. Existem diversos tipos de coronavírus:
   - Os alfa-coronavírus, que podem ser responsáveis pelo aparecimento de bronquite, bronquiolite ou quadros de constipação e que eram os mais conhecidos até há relativamente pouco tempo;
   - Em 2002-2003 foi detectado pela primeira vez na China um beta-coronavírus que causava doença em humanos - SARS (síndrome respiratória aguda severa); esse vírus foi nomeado SARS-CoV-1;
   - Outro beta-coronavírus foi detectado em 2012, causando a Síndrome Respiratória do Médio Oriente ou MERS;
 - A pandemia actual é causada por uma estirpe diferente do vírus detectado em 2002-2003, designando-se SARS-CoV2. 

Então, como é que surgiu e como é que se espalhou o SARS-CoV2?
A infecção actual por coronavírus SARS-CoV2 foi primeiramente identificada em 2019 em Wuhan, a capital da província de Hubei na China.  Este vírus surgiu naturalmente e terá origem animal, sendo então uma zoonose (doenças infecciosas transmitidas de uma espécie de animal para outra). Mais concretamente, é provável que o vírus tenha tido origem numa mutação dos coronavírus de morcegos e que tenha tido um hospedeiro intermediário no pangolim; de facto, os primeiros casos confirmados tinham principalmente ligações ao Mercado Grossista de Frutos do Mar de Huanan, onde se vendem diversas espécies de animais.
O primeiro caso reportado ocorreu a 17 de Novembro de 2019 em Wuhan; no entanto, em Dezembro de 2019 esta transmissão era exclusivamente entre humanos.
A 11 de Março de 2020, a OMS declarou o surto de infecção por SARS-CoV2 uma pandemia.

Agora iremos escrever acerca do modo como de transmissão deste vírus.
Primeiramente explico qual é a diferença entre Epidemia e Pandemia. 
Uma epidemia é quando uma doença ocorre com frequência invulgar numa determinada região e por um período limitado de tempo. Por outro lado, a pandemia é uma epidemia que se alastra ao mesmo tempo em vários países, que foi o caso da COVID-19.
Até 31 de Março de 2020, pelo menos 826 222 casos foram confirmados em mais de 200 países e territórios, com grandes contágios na Europa, na China continental, nos Estados Unidos, no Irão e na Coreia do Sul.

Como se transmite o coronavírus?
O coronavírus é facilmente transmissível por uma pessoa infectada através de:
     - Gotículas respiratórias quando a pessoa tosse ou espirra;
     - Contacto directo próximo, como tocar na pessoa ou um simples aperto de mão;
     - Tocar em superfícies contaminadas com o vírus, seguido de tocar nos olhos, nariz ou boca, antes de lavar as mãos.

Em que é que uma infecção por coronavírus difere de um caso de gripe?
A COVID-19 não é igual à gripe sazonal; é considerada uma gripe pandémica e de muito maior gravidade, com taxa de mortalidade mais elevada.
A maioria das pessoas infectadas irá apresentar sintomatologia ligeira. Contudo, é preciso referir que os  coronavírus sobrevivem nos objectos e superfícies durante dias, enquanto que o vírus da gripe sazonal apenas sobrevive durante algumas horas.

É possível uma pessoa assintomática transmitir o coronavírus SARS-Cov-2?
O período de incubação refere-se ao número de dias entre a exposição a um organismo patogénico - neste caso, um vírus - e o início dos sinais e sintomas da doença. Estudos demonstram que o período de incubação do coronavírus será, em média, cerca de 5 dias, havendo casos, no entanto, que só apresentam sintomas 12 dias após a infecção. Portanto sim, é possível transmitir o vírus mesmo estando assintomático. Sendo assim, a Direcção Geral de Saúde e múltiplas outras organizações internacionais decretaram 14 dias de quarentena para pessoas que tenham estado em contacto com casos positivos.

O risco de transmissão em pessoas assintomáticas é bastante baixo. No entanto, a maior parte das pessoas infectadas terão apenas sintomas leves, semelhantes à gripe comum, especialmente nas fases iniciais da doença.
Em qualquer uma destas situações é importante seguir os conselhos das Autoridades de Saúde. No caso de Portugal, o site da Direção Geral de Saúde disponibiliza vários documentos que esclarecem os comportamentos que  cada um deve adoptar nos diferentes âmbitos.
Onde posso encontrar informação fidedigna acerca do COVID-19? É fundamental saber onde procurar informação verdadeira.
       - Organização Mundial de Saúde: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
       - Direção Geral de Saúde: https://covid19.min-saude.pt/
       - Centro de Prevenção e Controlo de Doenças: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-nCoV/index.html

Cuide da sua saúde e da saúde dos outros. Sempre e ainda mais agora!!
Até para a semana.


Apresentação Joana Franco

Chamo-me Joana Franco, tenho 32 anos, e sou natural de Geraldes, aldeia pertencente ao Concelho de Peniche.
Enfermeira de Profissão, terminei o Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil, em Lisboa, no ano de 2010.
Nos anos mais recentes abracei desafios noutros países, nomeadamente Dubai onde fiz parte um projecto na área de Turismo, e em Inglaterra, onde trabalhei como Enfermeira em “Nursing Homes”, a cuidar de Pessoas com Demência.
Em Portugal, demonstrei o meu trabalho como Enfermeira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Hospital Júlio de Matos e, atualmente, trabalho na Clínica Psiquiátrica de Lisboa, em Telheiras.
Sou uma pessoa que aceita novas aventuras e, como tal, aceitei o convite de escrever para o Blog ‘Cultura e não Só’, em que apresento novos pontos de vista e dicas para tornar melhor a saúde do leitor.