Pedro Abrunhosa resistiu sempre à fragmentação da sua arte numa coletânea com as suas melhores canções por considerar que estas vivem nas obras em que foram editadas, como uma alma habita um corpo. Porém, neste ano atípico de 2020, decidiu aceder ao pedido de tantas pessoas que há mais de uma década lhe vêm pedindo uma antologia. Selecionou 36 canções, do “Corpo” e da “Alma”, e o resultado é um duplo álbum, intitulado “Corpo i Alma”, que reflete a banda sonora das nossas vidas há quase três décadas.
“Corpo i Alma” encontra-se disponível em loja e nas plataformas digitais. Nas 18 canções que integram o disco “Alma” de “Corpo i Alma”, encontram-se “Lua” do álbum de estreia “Viagens” (1994), “Momento (Uma Espécie de Céu)” de “Momento” (2002) e “Pode O Céu Ser Tão Longe” de “Longe” (2010), que marcam o lado introspetivo de uma discografia que encontra no “Corpo” o seu contraponto, como em “Dá-me Tudo O Que Tens Para Me Dar” de “Tempo” (1996), “Diabo no Corpo” de PLCO (2003) ou “É Preciso Ter Calma” e “Socorro” de Viagens (1994).
Ao longo deste duplo álbum podemos ainda redescobrir duetos incríveis que Pedro Abrunhosa foi levando a cabo ao longo do seu percurso, com grandes nomes da música portuguesa e não só, de Camané em “Para os Braços da Minha Mãe”, a Lila Downs em “Amor em Tempo de Muros”, passando por Ana Moura em “Dor Sem Alibi”, Carolina Deslandes em “Tempestade” ou “Lenine” em “Diabo No Corpo”.
“Corpo i Alma” é uma compilação para saborearmos enquanto aguardamos a edição do novo álbum que Pedro Abrunhosa se encontra a compor, com edição prevista para 2021.