Considerado pela crítica como «um dos mais talentosos escritores da Grã-Bretanha», Cynan Jones regressa à livrarias portuguesas com uma nova obra, Estilícidio, depois de A Cova (Cavalo de Ferro, 2016), A Baía (Elsinore, 2017) e Aquilo Que Encontrámos na Praia (Elsinore, 2018).
Originalmente escrito para a BBC Radio 4, que encomendou ao autor 12 histórias interligadas, com a duração máxima de 15 minutos de tempo de leitura de rádio, Cynan Jones reverteu os constrangimentos em desafio narrativo, apresentando, em Estilícidio, uma «poderosa e urgente visão do futuro», descrevendo, com uma prosa minimalista, incisiva, poética e dramática um mundo distópico em que as alterações climáticas são já um facto do quotidiano, onde a água, cada vez mais escassa, tornou-se um produto de luxo, apenas acessível através da rebocagem para terra de enormes icebergs. Neste futuro cada vez mais presente, há lugar para o ódio, o conflito, a sobrevivência, o desespero, e o amor.
A história: A água, cada vez mais escassa, tornou-se um produto de luxo. As antigas condutas de fornecimento foram destruídas e o risco de assalto ao Comboio da Água que serve a cidade é cada vez maior. As ruas enchem-se de protestos depois de anunciada a construção de uma Doca de Gelo gigantesca, obra que desalojará um maior número de pessoas do que o inicialmente previsto.
São estes os acontecimentos que, de um modo ou de outro, acabam por ligar a vida de vários estranhos: uma enfermeira prestes a ter um caso amoroso; um rapaz em busca do seu irmão, por sua vez à procura de um cão vadio fora dos limites da cidade; uma mulher moribunda e o seu marido, um segurança do Comboio, dividido entre viver ou desistir, perseguido pelo passado e receoso do futuro que se assoma. Situada num futuro talvez mais provável do que imaginário, Estilicídio é uma história de amor e perda, assim como a história de sobrevivência do nosso próprio mundo.