Autora galardoada com vários prémios volta a mostrar o seu virtuosismo na arte da novela em O regresso de Júlia Mann a Paraty. Em simultâneo, é publicada a 7.ª edição da coletânea de contos A mulher que prendeu a chuva e outras histórias.
Dando início à celebração dos 40 anos de vida literária de Teolinda Gersão, a Porto Editora publica O regresso de Júlia Mann a Paraty, o novo livro da autora, composto por três novelas que se entrecruzam, de modo surpreendente. Através de um conhecimento profundo da vida e da obra de personagens históricas, e respeitando a veracidade dos factos, a autora desvenda o mundo interior de todas elas, vívida e credivelmente ficcionado, numa narrativa fascinante que agarra o leitor da primeira à última página. Eis o resultado ficcional de leituras infindáveis de autores e temas que a autora investigou durante muitos anos. Nestas novelas, absorvemos pontos de vista distintos: o de Freud pensando em Thomas Mann, o de Thomas Mann pensando em Freud, e o de Júlia Mann regressando a Paraty – aonde, na verdade, nunca regressou.
Em sincronia, é reeditado A mulher que prendeu a chuva e outras histórias, conjunto de 14 contos que partem da vida quotidiana mas que se abrem, insensivelmente, a outros mundos – oníricos, fantásticos, terríveis ou absurdos –, que nem por isso deixam de nos pertencer e de ser o lugar onde habitamos. Um livro já na sua 7.ª edição e que (também ele) nos prende, sendo recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
Os livros estão disponíveis nas livrarias a partir de hoje.
Sobre a Autora
Estudou nas universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, foi leitora de português na Universidade Técnica de Berlim e professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada. A partir de 1995 passou a dedicar-se exclusivamente à escrita literária. Viveu três anos na Alemanha, dois anos em São Paulo, Brasil, e conheceu Moçambique, onde se passa o romance A árvore das palavras (1997). Foi escritora-residente na Universidade de Berkeley em 2004. É autora de vários livros de ficção, traduzidos em 11 línguas.
Foram-lhe atribuídos os seguintes prémios: por duas vezes o Prémio de Ficção do PEN Clube (O silêncio, 1981, e O Cavalo de Sol, 1989), o Grande Prémio de Romance e Novela da APE (A casa da cabeça de cavalo, 1995), o Prémio Fernando Namora (Os Teclados, 1999), o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco (Histórias de ver e andar, 2002), o Prémio Máxima de Literatura (A mulher que prendeu a chuva e outras histórias, 2008), o Prémio da Fundação Inês de Castro (2008), o Prémio Ciranda e o Prémio da Fundação António Quadros (A Cidade de Ulisses, 2011), o Prémio Fernando Namora (Passagens, 2014) e o Prémio Literário Vergílio Ferreira 2017 pelo conjunto da sua obra. Alguns dos seus livros foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, na Alemanha e na Roménia.