Depois de esgotarem algumas das mais emblemáticas salas do nosso país, os Mão Morta continuam a apresentar o álbum “Viva La Muerte!” com datas por vários pontos do país até ao final do ano.
O espectáculo “Viva la Muerte!”, dos Mão Morta, foi criado para assinalar os 50 anos do 25 de Abril e os 40 anos da banda, neste tempo em que as democracias enfrentam ameaças renovadas à sua existência, com as expressões de ódio e intolerância e a iniciativa ideológica das forças políticas conservadoras a terem acolhimento privilegiado nos média e a dirigir o discurso político dominante. Assim, “Viva la Muerte!” mergulha no âmago doutrinário do fascismo, passado e presente, de forma intensa e provocadora, denunciando os perigos que corremos e em que a democracia incorre, através de um conjunto de temas originais inspirados na música de intervenção portuguesa, cruzando rock, experimentalismo e um coro masculino.
Estreado em Janeiro, no Theatro Circo de Braga, completamente esgotado, “Viva la Muerte!” foi ainda apresentado no primeiro trimestre de 2025 nas restantes salas que o co-produziram, sempre esgotadas ou completas – o Teatro das Figuras, em Faro, o Teatro Municipal de Ourém, a Culturgest, em Lisboa, o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e o Teatro Aveirense, em Aveiro -, antecedido ou sucedido por uma conversa com os historiadores Sílvia Correia, Luís Trindade e Manuel Loff e o politólogo Carlos Martins, ora com a presença dos quatro, ora de dois, ora apenas de um, numa abordagem reflexiva, mais rigorosa e esclarecedora, de partilha de conhecimento e de saber, sobre o conceito de fascismo e as suas exteriorizações.
A digressão “Viva la Muerte!” prosseguiu depois, ainda em Março e Abril, por outras salas, também esgotadas ou muito perto de esgotar – o Teatro Municipal da Covilhã, a Casa das Artes de Arcos de Valdevez, a Casa da Música, no Porto, o Teatro Municipal da Guarda e o Ponto C, em Penafiel -, já sem a conversa com os historiadores, excepto no Ponto C, que contou com a presença de Sílvia Correia, encerrando assim a primeira parte da sua apresentação, que teve uma recepção espantosamente eufórica e entusiástica, tanto do público como da crítica, a exemplo do que acontecera com o disco homónimo, contendo a música do espectáculo, editado na véspera da estreia.
Em Maio, “Viva la Muerte!” foi adaptado a palcos ao ar-livre e apresentado no Festival do Maio, no Seixal, dando início ao interregno do Verão, que tem continuidade com nova apresentação no Festival N2, em Chaves, no cair de Julho.
Em Setembro é retomado o circuito de salas, habitat natural para onde o “Viva la Muerte!” foi originalmente pensado, com apresentações já programadas até Dezembro em locais como o Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, a Casa da Criatividade, em S. João da Madeira, o Centro de Arte de Ovar, o Teatro Municipal Constantino Nery, em Matosinhos, ou o Convento de S. Francisco, em Coimbra, que pela expectativa já gerada se prevê voltarem a ser novas enchentes celebrativas da liberdade e da diferença.