Aos 44 anos, deitado numa cama com gripe, Bento de Espinosa – que desde cedo viveu uma vida difícil e de livre pensamento – recebe uma misteriosa visita. Três horas depois, foi encontrado sozinho e sem vida. O dinheiro destinado ao médico desapareceu, assim como uma faca com cabo de prata. Era domingo, 21 de fevereiro do ano 1677.
Prematura, suspeita e nunca totalmente explicada, a morte de Espinosa é o tema do romance de estreia de Jean-François Bensahel, Quem Matou Espinosa? – um entusiasmante thriller filosófico que chega às livrarias nacionais a 7 de agosto, com tradução de Antonio Sabler.
De olhar acutilante – como um gato – Espinosa escreveu Ética, uma obra revolucionária na história da filosofia, e o famoso Tratado Teológico-Político, tornando-se um dos pensadores mais populares desde o século xviii. Judeu holandês de origem portuguesa (a sua família viveu na Vidigueira antes de fugir para França e, depois, para Amesterdão), conquistou também inimigos ao longo da vida pela sua visão demasiado arrojada. E se a sua morte não tivesse sido causada pela sua saúde frágil – mas tivesse sido assassinado? Quem é a pessoa que o visitou no dia em que morreu? Que cartas e manuscritos não publicados desapareceram da sua secretária? Quem beneficia com um crime desta natureza? Católicos, protestantes, judeus, adversários filosóficos, franceses, holandeses. Todos são suspeitos.
Quem Matou Espinosa?, de Jean-François Bensahel, reconstitui a obra e vida de Espinosa e lança o debate sobre a morte de um homem cujo pensamento ameaçava os fundamentos das sociedades europeias de então.
Sobre o Autor
Jean-François Bensahel (1964) é professor, matemático e engenheiro do Corpo de Minas. Empresário há mais de trinta anos, filantropo, leitor voraz de filosofia, publicou vários livros sobre história da filosofia e da religião.