terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Uma narrativa cheia de humor, inteligência e sabedoria



Onze anos depois da sua primeira edição pela Quetzal Editores, volta a ser publicado em edição revista e com nova capa aquele que é um dos grandes romances de um dos grandes mestres da narrativa do século xx e Prémio Nobel da Literatura, Saul Bellow. Morrem Mais de Mágoa, escrito em 1987, regressa às livrarias nacionais a 14 de janeiro.

Morrem Mais de Mágoa tem o humor ágil da farsa, mas são inseparáveis do seu enredo tragicómico as análises engenhosas do autor sobre a vida moderna e o dilema de dois homens cujos espíritos brilhantes não os salvam dos erros que todos nós conhecemos – e frequentemente cometemos.

Por que será que as pessoas inteligentes e dotadas se encontram invariavelmente atoladas numa vida sentimental miserável? E por que será que os sobredotados, os intuitivos, os que são capazes de ler no livro dos mistérios da natureza são tão incautos e tolos?

Kenneth Trachtenberg, o narrador desta história, é um especialista em literatura russa, que deixa Paris rumo à América ao encontro do tio, Benn Crader, um botânico famoso. Benn, depois de um casamento falhado, sucessivas experiências e uma longa demanda erótica, acaba por assentar, casando-se com a belíssima Matilda Layamon – às escondidas do sobrinho. Matilda é filha de uma família abastada do Midwest, é muito ambiciosa, e tem metade da idade de Benn. E este casamento, ao invés das cândidas expectativas de Benn, vai trazer-lhe grandes dissabores e ainda maiores sofrimentos.

As histórias amorosas de um e de outro, as muitas facetas da relação entre tio e sobrinho, as longas discussões que mantêm sobre os desígnios do amor e do desejo dão corpo a uma narrativa cheia de humor, inteligência e sabedoria.

Sobre o Autor

Saul Bellow nasceu em Lachine, no Quebeque (Canadá), em junho de 1915. Emigrou aos nove anos com a família para os EUA, fixando-se em Chicago. Morreu a 5 de abril de 2005, no Massachusetts. Considerado um dos maiores e mais influentes romancistas americanos do pós-guerra, descreve – em livros como As Aventuras de Augie March, Herzog ou O Legado de Humboldt – a complexidade social e psicológica do mundo e do espírito humano. Influenciado pela narrativa existencialista europeia e por Franz Kafka, abordou também a problemática judaica num estilo irónico e distanciado. Foi galardoado com a National Medal of Arts, três vezes com o National Book Award e, em 1976, com o Prémio Nobel da Literatura.