O mercado de arte contemporânea registou, em 2024, o segundo ano consecutivo de crescimento no número de obras vendidas, apesar da queda no valor global das transações. Segundo o Relatório de Arte Contemporânea 2025 da Hiscox, as vendas de obras criadas após 2000 caíram 27%, com uma quebra mais acentuada nas peças acima de 1 milhão de dólares. A tendência reflete os efeitos da atual conjuntura económica – marcada pela inflação e subida das taxas de juro – e o fim do crescimento especulativo pós-pandemia. Em contraste, o segmento de arte mais acessível, com obras abaixo dos 50 mil dólares, demonstrou forte vitalidade, com um aumento de 20% no número de lotes vendidos e um crescimento de 5% no valor total das vendas.
O relatório também destaca uma queda acentuada no mercado de artistas com menos de 45 anos, cujas vendas recuaram 49% em valor. Ainda assim, esta faixa etária continua mais representada nos leilões do que antes da pandemia. A desaceleração nas vendas não se limita à arte contemporânea, afetando também segmentos como o pós-guerra, impressionistas e mestres antigos. Em paralelo, a Geração Z começa a marcar presença como nova força de colecionadores, investindo mais de metade do seu capital em artistas emergentes. Para a Hiscox, estes dados indicam não um declínio, mas uma transformação do mercado, com maior foco na acessibilidade, na diversidade e na renovação geracional.