terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Um homem assim é como um farol e uma estrela



Figura invulgar, Luiz Pacheco deu de barato as ambições sociais do tempo, o respeito das convenções, a obediência às regras, o acatamento dos limites. Fundador da mítica Contraponto, onde publicou autores como José Cardoso Pires, Mário Cesariny, Natália Correia ou Herberto Helder, foi um exemplo de sarcasmo vivo e amargo, polemista temível e temido, intriguista e generoso, inconformista e incómodo. Lutou por ser livre como ninguém da sua geração – e a sua vida teve um lado escabroso, pela qual pagou um alto preço, com solidão, alcoolismo e prisão. Uma história que António Cândido Franco conta, de forma rigorosa e sem preconceitos de linguagem, no seu livro O Firmamento É Negro e Não Azul.

A quantidade de elementos reunidos nesta biografia permite reconstituir alguns dos períodos mais negros do seu percurso, bem como responder a muitas dúvidas sobre a sua vida amorosa. Modelo comum do «escritor maldito», a sua existência transformou-se ela própria em assunto literário, cheia de lendas que o próprio alimentava – e que este livro revisita, investiga, redescobre e amplia.

Sobre o Autor

António Cândido Franco nasceu em Lisboa, em 1956. Autor de vários estudos sobre literatura e cultura portuguesas, de romances, poesia e peças de teatro, é também professor na Universidade de Évora. Alguns dos seus títulos são: A Literatura de Teixeira de Pascoaes (2000), A Rainha Morta e o Rei Saudade (2003), Viagem a Pascoaes (2006), O Apocalipse de D. Carlos (2008) e Notas para a Compreensão do Surrealismo em Portugal (2013). Na Quetzal publicou, em 2015, O Estranhíssimo Colosso (Biografia de Agostinho da Silva) e, em 2019, O Triângulo Mágico (Uma Biografia de Mário Cesariny).