No ano passado, um estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), realizado o ano passado, revelou bons resultados no que concerne à relação os jovens com a leitura: a faixa etária entre os 15 e os 34 anos foi a que mais comprou livros em Portugal, com um aumento de 44% nas compras em comparação com o período pré-pandemia. Agora, o estudo do BNP Paribas “Consumo de Cultura pelos jovens Portugueses”, realizado pela Universidade Católica Portuguesa, vem confirmar que a leitura faz parte da vida dos jovens. 40% dos inquiridos afirmam ler mais de 5 livros por ano, enquanto 86% dos jovens asseguram que leram um livro no último ano. Além disso, 50% escolhem a leitura como ocupação de tempos livres.
Em comparação com os jovens até 24 anos, uma maior percentagem dos participantes com 25 anos ou mais declararam no último ano ter lido livros (88.2% vs. 83.7%), revistas (56.2% vs. 47.2%) e jornais (61.5% vs. 55.7%). Já quando analisado o interior em relação à região metropolitana, o interior apresentou maior percentual de leitura de jornais (62.5% vs. 56.4%) e de revistas (56.7% vs. 49.5%) no último ano. Porém, para os livros, não há diferença entre as regiões analisadas (87.3% vs. 85.9%).
No que diz respeito, à frequência de leitura, não foram identificadas diferenças entre os jovens até 24 anos e aqueles com 25 a 35 anos para livros (3.48 vs. 3.52), revistas (2.50 vs. 2.67) ou jornais (2.91 vs. 3.01). O mesmo padrão foi observado quando comparada a região metropolitana com o interior, sendo que não há diferenças para a frequência de leitura de livros (3.49 vs. 3.52), revistas (2.57 vs. 2.66) ou jornais (3.02 vs. 2.93).
Apesar do “boom” do digital, no que diz respeito aos locais de compra de livros, a maioria dos jovens prefere adquirir em lojas físicas (livrarias, supermercados ou lojas de segunda mão).
Mais ávidos por cultura leem mais livros
O estudo apresenta ainda uma comparação entre os jovens que se consideram mais ávidos por cultura (aqueles que se consideram mais cultos em comparação com os restantes jovens da sociedade e mais cultos em relação a outros indivíduos da sociedade em geral) e os menos ávidos por cultura (aqueles se consideram tão cultos quanto os restantes jovens da sociedade e tão cultos quantos os outros indivíduos da sociedade em geral). Assim, os mais ávidos por cultura afirmam ter lido mais livros no último ano (88.3% vs. 83%) e demostraram maior frequência de leitura (3.61 vs. 3.28) em comparação com os menos ávidos. Especificamente, enquanto 58.3% dos menos ávidos por cultura leem de 0 a 5 livros por ano, 52.2% dos ávidos por cultura leem 6 ou mais livros por ano. Os mais ávidos por cultura tendem a gastar valor anual superior com a compra de livros em comparação com os menos ávidos por cultura (77.22€ vs. 68.79€).
Embora haja similaridade nos meios de compra de livros entre os grupos, os jovens mais ávidos por cultura costumam comprar mais seus livros em lojas físicas (42.4%) do que os menos ávidos por cultura (37.5%). Em contrapartida, os menos ávidos compram mais em supermercados (8.5% vs. 3.9%) ou em lojas de segunda mão (12.7% vs. 8.2%). Para os formatos, os mais e menos ávidos não diferiram em suas preferências entre leitura em papel (4.32 vs. 4.25) ou em suporte digital (2.13 vs. 2.14).
Quando se fala de jornais, os mais ávidos por cultura afirmam ter lido mais jornais no último ano (66% vs. 45.9%) e demostraram maior frequência de leitura (3.08 vs. 2.65) em comparação com os menos ávidos. De forma similar, os mais ávidos por cultura afirmam ter lido mais revistas no último ano (56.8% vs. 45.6%) e demostraram maior frequência de leitura (2.75 vs. 2.27) em comparação com os menos ávidos.