segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Siríaco e Mister Charles, de Joaquim Arena, vence o Prémio Oceanos



O romance de Joaquim Arena é o vencedor do Prémio Oceanos 2023, na categoria de ficção, uma notícia que nos enche de orgulho e alegria. Publicado pela Quetzal em meados de 2022, Siríaco e Mister Charles retrata a improvável amizade entre Charles Darwin e um negro de Lisboa nascido no Brasil: um negro que sofre de vitiligo e um branco, numa história que une Portugal, Brasil e Cabo Verde, fundindo realidade e ficção numa narrativa fascinante e poética.

Siríaco existiu mesmo – era o «rapaz-tigrado», educado na corte e integrado na chamada «corte exótica» da rainha D. Maria I, ao lado de um séquito de doze anões africanos e índios. Conheceu Charles Darwin em Cabo Verde, onde o ainda jovem cientista esteve durante 16 dias (na ilha de Santiago) e iniciou as suas primeiras investigações para A Origem das Espécies.

Em Siríaco e Mister Charles, o rapaz-tigrado acompanha a família real na fuga para o Brasil, em novembro de 1807. Durante a paragem na vila da Praia, ilha de Santiago, apaixona-se — e decide abandonar tudo e ficar em Cabo Verde. Em 1832, torna-se intérprete e ajudante do jovem Charles Darwin nas suas explorações pela ilha e entre ambos cresce uma relação de confiança e respeito mútuos. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.

Sobre o Autor

Joaquim Arena (1964, ilha de São Vicente, Cabo Verde), filho de pai português e mãe cabo-verdiana, emigrou para Portugal com a família em 1970. Forma-se em Direito, em Lisboa, e torna-se músico e jornalista. Foi conselheiro cultural do presidente da República de Cabo Verde até 2021. A Verdade de Chindo Luz (2006) foi o seu primeiro romance, após o que publicou Para Onde Voam as Tartarugas (2010) e Debaixo da Nossa Pele (que saiu na China e nos EUA em 2023), um ensaio-reportagem sobre os seus antepassados, escravos e trabalhadores livres nos campos do Vale do Sado.