quinta-feira, 4 de julho de 2024

Turismo prevê aumento significativo da procura internacional no verão



Os profissionais do setor turístico antecipam um verão promissor em 2024 para Portugal, com um crescimento significativo no emprego, na procura externa e na atividade turística, com pontuações entre 59 e 63, numa escala total de 100. Esta é uma das principais conclusões da 71ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT – Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, cujo painel considera, por outro lado, expectável que o investimento público venha a diminuir nos próximos meses – 80% dos respondentes acreditam que este indicador possa vir a manter ou mesmo a diminuir o seu desempenho.

Segundo o mesmo estudo, em março, o nível de confiança médio no desempenho do turismo atingiu os 84,2 pontos, o segundo valor mais elevado registado desde abril de 2016 e um acréscimo em relação ao valor apresentado na edição passada, em outubro de 2023. Refira-se, também, que as últimas seis edições do Barómetro do Turismo retratam um crescimento do indicador e a recuperação do nível de confiança no setor no pós-pandemia, que, desde a edição de maio de 2022, se encontra acima dos 80 pontos.

Mercado externo cresce significativamente em todos os indicadores
Apesar da alteração do governo nacional gerar alguma incerteza, assim como o contexto bélico internacional, os membros do painel apresentam-se confiantes em relação ao crescimento da procura, verificando-se concordância em atribuir aos mercados estrangeiros a maior margem de crescimento em todos os indicadores. Neste ponto, refira-se que sete em cada 10 respondentes consideram que o mercado externo vai registar um aumento do número de turistas, de dormidas, de receitas e também de RevPar (Revenue per Available Room, ou seja, receita por quarto disponível) nos próximos meses, revelando um crescimento mais acentuado do que a procura interna.

Comparando com o verão de 2023, 84% dos respondentes consideram que o mercado norte-americano irá aumentar a sua representatividade como mercado emissor de turistas no verão de 2024, liderando no crescimento dos principais mercados emissores, tal como verificado nas edições anteriores do Barómetro do IPDT. A acompanhar esta perceção de crescimento acentuado, seguem-se Canadá (69%), Brasil (66%) e Espanha (58%).

Em contrapartida, o mercado nacional deverá manter um desempenho semelhante ao período homólogo em análise. Cerca de metade dos respondentes consideram que o mercado interno vai registar um aumento das receitas e do RevPar no verão de 2024, comparativamente com o de 2023. A mesma percentagem indica que o número de turistas e de dormidas de origem interna vai manter-se.

Os mercados japonês, italiano e alemão deverão, também, manter um desempenho semelhante ao do verão passado. Ainda assim, no caso do mercado alemão, em específico, 30% dos respondentes preveem a possibilidade de um ligeiro decréscimo.

De acordo com os membros do painel que responderam a esta edição do Barómetro do IPDT, sol e mar (34%), gastronomia e vinhos (18%), e património (13%) serão os três principais produtos turísticos de eleição no verão de 2024. A natureza, cultura, saúde e bem-estar, eventos e desporto foram também referidos, embora com menor destaque.

Alívio da carga fiscal no turismo deve ser prioridade do novo Governo
Com a tomada de posse do novo Governo, os participantes do Barómetro do IPDT enumeraram também as prioridades políticas no que respeita ao setor do turismo. O alívio ou redução da carga fiscal é apresentado como a principal medida a considerar, segundo mais de 60% dos respondentes – algo que já tinha sido alvo de destaque na “Agenda Turística 2024”, publicada pelo IPDT. Além disso, mais de 40% dos inquiridos destacou a necessidade de decisão governamental em relação à localização do novo aeroporto de Lisboa.

No que concerne às restantes prioridades, 31% dos respondentes que integram o painel apontam a necessidade de reforço das campanhas e linhas de apoio para a promoção turística, de modo a fomentar a notoriedade. Igualmente importante é a retenção e captação de novos talentos (31%), através do aumento salarial, da melhoria das condições de trabalho e de outros benefícios. Por fim, a aposta nas acessibilidades (apontada por 28% dos participantes) não deverá ser negligenciada, propondo-se um maior investimento nas infraestruturas aeroportuárias e ferroviárias em todo o país.

O período de inquérito para a 71ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT decorreu entre 26 de março e 2 de abril de 2024, onde se obteve um total de 51 respostas válidas, de profissionais em funções de direção e administração em várias áreas que integram o setor do turismo.