terça-feira, 10 de dezembro de 2024

B.Leza assinala 29 anos de história em dezembro



O B.Leza completa 29 anos de história a 21/12. Para assinalar a data, a casa mítica da cultura africana em Lisboa apresenta um cartaz forte ao longo de todo o mês de dezembro. 

De entre uma agenda com muitos eventos, destaca-se o já ocorrido na passada sexta-feira, em que Dieg esgotou a casa com a sua original e impactante música enraizada nos ritmos de Cabo Verde. O jovem e promissor artista agitou Lisboa e levou ao rubro a plateia de fãs.

Na próxima sexta-feira, dia 13, é a vez de a Guiné-Bissau subir ao palco, pela mão e pela voz de Karyna Gomes. A célebre artista traz-nos grandes temas do cancioneiro guineense, dos anos 60 aos anos 2000, num imenso e rico repertório para todos os ouvidos e idades.

Na semana seguinte, a 20 de dezembro, desfila Angola no palco do B.Leza, com Klaudio Hoshai aos comandos. O artista, que este ano atuou no AME, em Cabo Verde, com uma excelente receptividade, e que passados dois meses regressou ao arquipélago para se apresentar em Mindelo nas festas de São João perante 11 mil pessoas, traz ao B.Leza mais uma noite da sua residência artística “Convida” e faz uma verdadeira Farra de Natal, convidando um punhado de outros artistas angolanos: lugar ao semba, à kizomba e até ao kuduro!

Dia 21, o B.Leza promete uma grande festa de aniversário: é o momento de juntar amigos e soprar as velas. As portas abrem-se a todos os que desejem assinalar mais um ano deste espaço de igualdade e multi-culturalidade. E a Banda B.Leza, juntamente com alguns grandes músicos, prepara um repertório à altura para animar a noite!

A passagem d’ano tem em agenda mais um grande concerto no B.Leza: a histórica Banda Monte Cara convida Lucibela para um concerto no dia 31. Autenticidade e tradição cabo-verdianas na poderosa voz desta cantora e nas vibrantes notas do carismático conjunto musical.


Programação eclética rumo aos 30
O ano fecha, mas a programação continua com grandes agendamentos já previstos para 2025. A 11 de janeiro Bitori nha Bibinha e Chando Graciosa sobem ao palco e cativam para mais e diferentes ritmos de Cabo Verde. Verdeiras lendas vivas do Funaná nas noites do B.Leza!

Mas nem só de África se faz o B.Leza. Cada vez mais, este é um espaço por onde também passam grandes nomes da música portuguesa, brasileira, latino-americana e de outras latitudes. Uma casa que se afirma de todos e para todos, porque a música e a dança não têm fronteiras. Um espaço multi-cultural e multi-racial, reconhecido pela Câmara Municipal de Lisboa de “interesse cultural relevante da cidade de Lisboa”.



Um pouco de história
Em 1988, o Palácio Almada Carvalhais acolheu o projeto “O Baile”, idealizado por um grupo de amigos. Tinha como objetivo criar um espaço de música africana que privilegiasse o convívio de gentes diferentes.

Mais tarde, em 1995, “O Baile” deu lugar ao “B.Leza”, projeto batizado em honra desse nome maior da cultura cabo-verdiana, o poeta e compositor Francisco Xavier da Cruz. 

Desde sempre o B.Leza tem procurado divulgar e promover a cultura dos países de expressão portuguesa, privilegiando a música. Artistas de renome como Ala dos Namorados, Ildo Lobo, Tubarões, Tito Paris, Jorge Palma, Dino D’Santiago, Dany Silva, Bana, Carlos Zel, Lura, Sara Tavares, Nancy Vieira, Bau, Rodrigo Leão, Cool Hipnoise, Paulino Vieira, Paulo Flores, Bonga, B Fachada,  Bruno Pernadas, Ana Lua Caiano, Zé Ibarra, Rodrigo Amarante, Ferro Gaita, Fogo Fogo, Bulimundo, África Negra, Toty Sa'med, Yuri da Cunha, Pongo e tantos outros, já por ali passaram, fazendo daquele palco um santuário da expressão musical dos nossos dias.  

Com um público fiel, o B.Leza demarca-se dos outros espaços noturnos pelas suas características eminentemente culturais e sociais, associadas a um espaço de lazer. 

Com o passar dos anos, outras artes e movimentos já ali ganharam lugar, como teatro, dança, exposições de pintura, fotografia e artesanato, projeção de documentários e mesmo gastronomia. Uma espécie de  continuação natural do crescimento de uma casa que desde sempre se afirmou como pólo cultural, inclusive destacado recorrentemente na imprensa nacional e internacional.

O B.Leza promove e apoia também projetos de solidariedade social e de angariação de fundos destinados ao incremento e desenvolvimento de programas de cariz social.

E, acima de tudo, é uma casa que entrou no quotidiano dos lisboetas. Inúmeras pessoas de vários quadrantes sociais e políticos, de várias etnias e nacionalidades, incluem na sua agenda uma visita periódica ao B.Leza, para encontrar amigos, ouvir boa música e saber notícias da diáspora. 

Ao sábado, a casa tem uma banda residente dedicada a um repertório lusófono, com alternância de vocalista: algo quase sem precedentes nos dias de hoje, visto que o esforço de manter uma banda residente é já raro. Às sextas, aquele espaço promove grandes concertos com artistas convidados em apresentações únicas, por vezes mesmo inéditas. Ao domingo, as danças tomam conta do B.Leza, com workshops de estilos variados a acontecerem durante a tarde e DJ set logo após. A casa abre portas igualmente em outros dias da semana e nas vésperas de feriados.

Cada vez mais um local de passagem obrigatório para lisboetas, africanos, afro-descendentes, residentes de outras culturas e mesmo turistas em visita à cidade. Um grande armazém para todos, dedicado sobretudo à cultura e onde, ao lado do Tejo e com os olhos na Ponte 25 de Abril, podemos sentir e viver os sons de outras culturas que nos ligam ao mundo.

O B.Leza é um projeto de empreendedorismo feminino liderado por duas mulheres, mas fruto do trabalho de uma vasta equipa, desde músicos, a técnicos, passando por gente da área dos negócios.