quinta-feira, 30 de outubro de 2025

E se a democracia caísse sem ninguém dar por isso?



E se um dia acordássemos e fosse tarde demais? Se as eleições que sempre pareceram apenas rotina terminassem com uma maioria absoluta da direita radical? E se a censura voltasse a ser uma política pública, o ódio um discurso oficial e o silêncio um dever patriótico?

Como proteger a democracia, de David Dinis, desafia o leitor a fazer esse exercício inquietante. Inspirando-se em exemplos reais, dos Estados Unidos de Trump à Hungria de Orbán, da Polónia de Kaczynski à Itália de Meloni, o jornalista e analista político projeta esse cenário para Portugal. O que acontecerá se o país seguir o mesmo guião?

O livro mostra que os regimes autoritários não surgem de repente. Crescem lentamente, aproveitando distrações e falsas certezas, enquanto a democracia se desgasta na indiferença e no silêncio. É assim que tudo muda, sem que pareça que algo mudou.

David Dinis desmonta o processo através do qual instituições sólidas se tornam frágeis e explica como o desinteresse cívico se transforma no aliado perfeito do autoritarismo. O perigo, escreve, não está apenas nos extremos, está quando deixamos de reparar neles.

Mas o mais importante, sublinha o autor, é que ainda é possível agir para proteger a democracia. Só que fazê-lo, acrescenta, “requer mais do que fé nas instituições. Exige vigilância, salvaguardas legais e um compromisso coletivo com os princípios democráticos.”

Como proteger a democracia é editado pela Ideias de Ler e chega hoje às livrarias. A apresentação em Lisboa está marcada para o dia 3 de novembro, às 18h30, na livraria Ler Devagar (Alcântara), e contará com a participação de José Pacheco Pereira. No Porto, o evento terá lugar a 15 de novembro, na Livraria Bertrand do Shopping Cidade do Porto, com apresentação a cargo do jornalista Manuel Carvalho.

Sobre o Autor

David Dinis é jornalista com uma longa carreira na comunicação social, é, atualmente, diretor-adjunto do Expresso e comentador na SIC Notícias. É formado em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica e é doutorando em Ciência Política no Instituto de Estudos Políticos. Trabalhou em vários meios de referência, como Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Diário Económico, tendo sido diretor do Público, da TSF e do Observador (de que foi fundador). Foi assessor de imprensa do primeiro-ministro Durão Barroso. É coautor do livro Resgatados (2012), que relata os bastidores do pedido de resgate e das negociações com a troika em Portugal. Reconhecido pela sua análise política rigorosa, David Dinis é uma das vozes mais influentes no jornalismo político nacional.