terça-feira, 28 de março de 2017

Canibalia redux inaugura esta sexta


Inaugura no próximo dia 31 de Março, às 19h, a exposição coletiva Canibalia, redux no Hangar - Centro de Investigação Artística.  Curada por Julia Morandeira Arrizabalaga, esta exposição examina as lógicas e os imaginários do canibalismo e do canibal. Abrangendo desde a sua concepção colonial até à sua compreensão como uma perspectiva ecossistêmica de estar com o mundo, a exposição tenta traçar e convocar a geografia visceral à qual o canibal se sujeita. O canibal é aqui uma figura enganosa que permite entrar na história através de diversas figuras subalternas - o corpo, a nota de rodapé, a selva, o escravo e a bruxa - bem como uma posição cosmopolítica de predação, simbiose e agregação; um dispositivo político do imaginário e uma força centrífuga de troca, que tudo devora e transforma ao longo do seu caminho.

Canibalia, redux é uma proposta de envolvimento com o território que o canibal consagra, como uma contra-topia para (re)pensar o canibalismo como um lugar de dissidência, desejo, comunidade, ecologia e troca.

Esta exposição está inserida na programação do Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017 e está patente no HANGAR até ao dia 9 de Junho. A entrada é livre.

No âmbito desta exposição, realiza-se o workshop "Ancestros Indigestos", com entrada livre, no sábado, dia 1 de abril, às 17h.  As inscrições devem ser feitas através do email geral@hangar.com.pt  (assunto: workshop Ancestrais indigestos)

"Ancestros Indigestos” (Ancestrais indigestos) é um workshop prático-teórico, sobre alimentos fermentados de origem simbiótica tais como o kefir, kombuchá e tibicos. Ao estudar nosso passado microbiano vamos des-antropomorfizar a noção de canibalismo para entendê-lo como um processo de alimentação compartilhada e recíproca. O workshop abordará também os aspectos práticos da manutenção e do aproveitamento das comunidades fermentadas e será o princípio das receitas que serão oferecidas no Hangar durante a exposição Canibalia, redux.

Carlos Monleón (Madrid, 1983) trabalha entre diferentes níveis de sensação corporal e consciência, do biológico ao performativo e corpos sociais. Quase sempre a trabalhar em colaboração, expôs na Seventeen Gallery, AutoItalia, CA2M , Matadero e HIAP, entre outros. Programa inserido no Lisboa Capital Íbero-americana de Cultura 2017.