Em janeiro de 2020, o navio-escola Sagres iniciou uma viagem de circum-navegação para participar nas comemorações do quinto centenário da expedição do navegador Fernão de Magalhães. A RTP acompanhou esta viagem, entretanto interrompida, pela pandemia, e apresenta-nos um olhar sobre os 500 anos depois das economias e das sociedades na rota de Magalhães numa série documental da autoria de Sofia Leite e António Louçã.
No dia 21 de outubro de 1520, uma frota espanhola encontrou a passagem do oceano Atlântico para o Pacífico. À frente da expedição estava o navegador português Fernão de Magalhães. A este local foi dado o nome do português: o Estreito de Magalhães.
Para assinalar a data, o navio-escola Sagres, da Marinha Portuguesa, iniciou uma viagem à volta do mundo à qual se juntou a RTP. Em janeiro de 2020, a RTP foi ao encontro da Sagres nas Canárias, acompanhou-a até Cabo Verde e depois esperou por ela no Brasil e daí seguiram para o Uruguai e Argentina.
Uma viagem à volta do Atlântico, inicialmente prevista para um ano, mas que teve apenas a duração de quatro meses, onde realizamos várias reportagens que apresentamos em Fernão de Magalhães 2020 nos dias 22 de fevereiro e 4 e 15 de março.
Sofia Leite e António Louçã, autores da série documental, explicam qual o objetivo do projeto e como surgiu: “ao propormos que a RTP acompanhasse o navio-escola Sagres em algumas das etapas fundamentais na sua circum-navegação de 2020, pensámos que o serviço público de televisão poderia nessa oportunidade facultar ao público informação relevante para se entender o que é, hoje, uma viagem de circum-navegação, e o que se tornou o mundo circum-navegado, cinco séculos depois da viagem de Magalhães. A ideia que nos animava era a de produzir reportagens e peças jornalísticas sobre a panóplia de centros urbanos, de quadros ambientais ou de comunidades humanas que estava previsto encontrar no trajeto da “Sagres”. Encarávamos a viagem como uma oportunidade de eleição para um olhar sobre o que se tornaram, 500 anos depois, as economias e sociedades que se encontravam na sua rota prevista; sobre o impacto que teve na natureza o processo de globalização simbolicamente iniciado com a viagem de Magalhães; sobre o destino que tiveram os povos indígenas objeto daqueles “achamentos”; sobre as colonizações que vieram enxertar-se no seu habitat”.
A partir de dia 22 de fevereiro vai poder acompanhar esta série documental na RTP1. Por ocasião da data do início da expedição do navegador Fernão de Magalhães, a RTP1 emitiu um dos episódios da série, que nos deu a conhecer o quotidiano vivido a bordo da Sagres, o qual poderá rever a 22 de fevereiro, logo a seguir ao Jornal da Tarde. E ao início da noite, às 21h00, será emitido o segundo episódio deste trabalho intitulado de “Tenerife, a outra Pérola do Atlântico”, o qual nos leva à descoberta da ilha utilizada como primeira escala pelo navegador português na sua histórica viagem.
Como a Madeira, também Tenerife é conhecida por “Pérola do Atlântico”. É a ilha maior do arquipélago canário e tem uma fascinante história geológica antes da primeira presença humana, uma fascinante história humana antes da colonização espanhola e uma natureza rica em espécies que são desconhecidas noutros pontos do mundo.
A natureza, a biodiversidade, o vulcão adormecido do Teide, os vestígios da transumância guanche, tudo isto tem vindo a sofrer nas últimas décadas os efeitos de uma erosão social e ambiental galopante, associada a um turismo de massas desproporcionado. E agora revelam-se também, para cúmulo, as vulnerabilidades estruturais de uma economia baseada na "monocultura do turismo".
Fernão de Magalhães 2020, série documental da autoria de Sofia Leite e António Louçã que poderá acompanhar nos dias 22 de fevereiro, 4 e 15 de março na RTP1.