segunda-feira, 5 de agosto de 2024

O papel das mulheres na ascensão da Alemanha nazi



“As Serviçais de Hitler”, série documental que o Canal História estreia hoje, 5 de agosto, às 22h15 em sessão dupla, explora o papel frequentemente subestimado das mulheres na Alemanha Nazi e como algumas delas apoiaram ativamente Adolf Hitler, assumindo papéis de grande relevância no regime.

Ao longo de quatro episódios de sessenta minutos, exibidos nas segundas-feiras de 5, 12 e 19 de agosto, a série destaca as histórias de várias mulheres que desempenharam funções significativas no Terceiro Reich, seja como propagandistas, oficiais das SS, médicas ou mesmo esposas de líderes nazis.

Seguindo uma ótica contemporânea, o papel das mulheres nazis ultrapassa a conceção de que seriam observadoras passivas e alheadas, revelando-as em cada episódio como participantes ativas em todos os aspetos da sociedade alemã.

Seja enquanto facilitadoras administrativas ou responsáveis na linha da frente, esta análise moderna do III Reich reflete um partido genocida que não teria chegado ao poder sem o apoio de mulheres ricas e influentes, nem poderia ter levado a cabo as atrocidades que levou sem cúmplices tão solícitas.

Sinopses episódicas: “As Serviçais de Hitler”

Führers Femininos
5 agosto, 22h15
Podiam autodenominar-se Führers Femininos, mas as mulheres do Partido Nazi eram mantidas longe de quaisquer funções de liderança. Promovidas por Hitler e os seus homens para a dianteira do movimento, mulheres como Gertrud Scholtz-Klink, Magda Goebbels, Jutta Rudiger e Leni Reifenstahl estavam incumbidas de fomentar a devoção ao ideal de ‘Kinder, Kuche, Kirche’ – ‘Filhos, Cozinha, Igreja’. Como esposas de líderes nazis e dirigentes de organizações de raparigas e mulheres, estes Führers Femininos endoutrinavam a próxima geração de boas nazis, destacando a maternidade e a família como os papéis mais importantes que as mulheres poderiam ter no III Reich. Quando o Partido Nazi assumiu o poder, elas eram as rainhas da propaganda, sorrindo alegremente às multidões enquanto os líderes do partido retiravam os direitos às alemãs e as obrigavam a voltar para casa.

Diabas Nazis
5 agosto, 23h08
Com o estalar da guerra, em finais dos anos 30, as mulheres, a quem for a prometido um futuro como donas de casa e mães, teriam um papel muito mais ativo nas atrocidades do Partido Nazi – algo que a História tem tido dificuldade em aceitar. Lembradas durante décadas como domésticas passivas ou, no máximo, como observadoras alheadas, uma perspetiva moderna revela o papel muito mais sinistro a que as mulheres alemãs se dispuseram, como facilitadoras do Holocausto. Foram tão responsáveis quanto os homens. Das secretárias que assinavam as sentenças de morte de judeus às guardas dos campos de concentração, passando por assassinas a sangue-frio nos Territórios de Leste ocupados, uma reavaliação da História demonstra que algumas das maiores barbaridades do Holocausto podem ser atribuídas a mulheres como Pauline Kneissler, Hermine Braunsteiner, Liselotte Meier e à Hiena de Auschwitz… Irma Grese. Estas são as Diabas Nazis.

Predadoras e Fantasistas
12 agosto, 22h15
Este episódio enquadra as Serviçais de Hitler e o papel da mulher em todos os aspetos não só do Partido Nazi como de toda a vida política de Hitler. Não eram apenas as mulheres arianas ideais do movimento ou as secretárias e administrativas que facilitaram o Holocausto – estiveram presentes desde o início, catalisando tudo o que Hitler alcançaria mais tarde. Conservadoras ricas, colunáveis como Helene Bechstein e Winifred Wagner sentiam-se ameaçadas pelos movimentos progressistas da República de Weimar. Na esperança de devolver a Alemanha aos tempos áureos dos homens viris e das mulheres caseiras, associam-se ao Partido Nazi, financiando as suas ambições políticas e instruindo Hitler em como passar de agitador a político sagaz, infiltrando-o nos círculos de doadores abastados que lançariam o seu abominável partido para a estratosfera do poder.

As Amantes de Hitler
19 agosto, 22h15
Adolf Hitler cresceu numa família turbulenta, com um pai violento e uma mãe superprotetora. O que resultou desse caldo de emoções foi um homem perturbado dado a perversões sexuais e a uma visão distorcida das mulheres à sua volta. Uma obsessão de dois anos por uma jovem a quem nunca se atreveu a dirigir a palavra definiria os seus romances posteriores – mulheres secretas condenadas à desgraça. Incentivado a permanecer solteiro para que as mulheres o adulassem e pudesse afirmar ser ‘casado com a Alemanha’, Hitler nunca casou oficialmente, tendo obsessões proibidas e romances secretos com a meia-sobrinha Geli Raubal, a estrela de cinema Renata Mueller, e a mulher que se suicidaria com ele no bunker, Eva Braun. Todas elas estavam destinadas a morrer – algumas em circunstâncias misteriosas– deixando o pervertido e perturbado Führer.