Em setembro, Black Ancient Futures traz a Portugal artistas africanos e/ou integrantes da vasta diáspora africana reimaginando um passado, um presente e um futuro para a experiência artística negra numa realidade transcontinental, especulando sobre a possibilidade de um universo de espaços, ações e sonhos utópicos de abundância e bem-estar mudando as hierarquias e as geografias da criação contemporâneas.
Na mesma ocasião inaugura O mundo inteiro é um palco de William Klein, um dos fotógrafos mais influentes da segunda metade do século XX. Será a primeira exposição antológica no continente europeu, após o seu falecimento em 2022, e abrange as várias vertentes do seu trabalho – fotografia de rua, moda, cinema, pintura e desenho gráficos.
Ainda em setembro tem início INVERTED ON US uma exposição que apresenta obras inéditas da artista portuguesa Catarina Dias.
No final de outubro, inauguram duas importantes exposições do programa do corrente ano. Na Galeria Oval são apresentadas mais de quinhentas pinturas de Vivian Suter, uma artista suíço-argentina que tem explorado as possibilidades da pintura, designadamente na sua relação com a natureza. Depois do MAAT, esta exposição segue para Paris, onde será apresentada no verão de 2025, no Palais Tokyo, que se associou ao projecto concebido pelo MAAT.
Ao lado, na Galeria 2 do MAAT Gallery, é instalado um conjunto de quatro peças de luz do artista inglês Anthony McCall, figura seminal desde os anos de 1970 no campo das interseções entre o filme experimental, a escultura e o desenho, que este ano expôs também na Tate Modern, Londres, e no Guggenheim Bilbao.
Ao introduzir nomes amplamente reconhecidos ao público português, o MAAT reforça o seu papel no panorama artístico internacional, como instituição que promove encontros e estimula reflexões em torno dos desafios quotidianos da crítica e do pensamento atuais.
BLACK ANCIENT FUTURES
Curadores: João Pinharanda e Camila Maissune
MAAT Central, MAAT Gallery, MAAT Gardens
18/09/2024–17/03/2025
Com Baloji, April Bey, Jeannette Ehlers, Lungiswa Gqunta, Evan Ifekoya, Kiluanji Kia Henda, Nolan Oswald Dennis, Gabriel Massan, Jota Mombaça, Sandra Mujinga, Tabita Rezaire
A exposição reúne obras de artistas da vasta diáspora africana, alguns deles apresentados pela primeira vez em Portugal, que, através de diversas linguagens, propõem um vasto conjunto de narrativas e paisagens alternativas ao panorama dominante das artes contemporâneas.
A potencialidade alternativa das obras convocadas para esta exposição permite especular sobre a possibilidade de um universo de espaços utópicos favorável a mudanças de pontos de vista, tanto sobre a justiça racial e histórica como sobre a hierarquia e geografia da criação contemporâneas.
A exposição terá lugar nos dois edifícios do MAAT e também nos seus jardins.
WILLIAM KLEIN – O MUNDO INTEIRO É UM PALCO
Curador: David Campany
MAAT Central (Sala das Caldeiras de Baixa Pressão – Norte)
18/09/2024–03/02/2025
Esta é a primeira grande exposição da obra de William Klein (1926–2022), reconhecido como um dos fotógrafos mais influentes da segunda metade do século XX, no continente europeu, depois do seu falecimento. Percorrendo várias vertentes do seu trabalho através de cerca de 200 obras - fotografia de rua, moda, cinema, produção editorial – e conduzindo-nos a grandes cidades como Nova Iorque, Paris, Roma, Moscovo e Tóquio, a exposição privilegia a dimensão performativa do fotógrafo norte-americano, destacando o modo singular como interagia com os seus modelos e assuntos.
A exposição é comissariada por David Campany, um dos mais reputados investigadores contemporâneos na área da fotografia.
CATARINA DIAS – INVERTED ON US
Curadora: Filipa Correia de Sousa
MAAT Central (Cinzeiro 8)
18/9/2024 - 17/3/2025
Desde o início da sua trajetória criativa que Catarina Dias (n. 1979) tem desenvolvido uma obra centrada na prática do desenho e suas derivações plásticas e conceptuais, frequentemente em combinação com a fotografia e a escultura. Em INVERTED ON US a artista dá continuidade a um trabalho de questionamento sobre em torno do enigma da visibilidade: o mistério das imagens e das palavras, das suas transparências e dissemelhanças, analogias e metamorfoses, dos reflexos límpidos e ecos tácitos, espelhos e fantasmas que lhes dão existência.
ANTHONY MCCALL – LIGHT NARRATIVES
Curador: Sérgio Mah
MAAT Gallery (Galeria 2)
30/10/2024–17/03/2025
Desde a obra seminal Line Describing a Cone (1973) que Anthony McCall (n. 1946) se tornou numa das figuras de referência no uso da luz como meio e tema artísticos. A exposição no MAAT reúne vários dos seus Solid Light Works, compondo um amplo espaço imersivo no qual se entrecruzam elementos da prática do desenho, do filme e da escultura. Trata-se da primeira exposição individual do artista em Portugal e segue-se à mostra que a Tate Modern, Londres, dedica à sua obra.
VIVIAN SUTER – DISCO
Curador: Sérgio Mah
MAAT Gallery (Galeria Oval)
30/10/2024–17/03/2025
Ao longo das últimas quatro décadas, a pintora suíço-argentina Vivian Suter (n. 1949) tem vindo a construir uma obra monumental a partir de Panajachel, no interior da Guatemala. Trata-se de uma pintura de pendor abstrato que resulta de uma relação quotidiana, física e emocional com as matérias e as contingências da natureza no local onde vive e trabalha. A chuva, a terra, a humidade e os vestígios de animais habitam frequentemente as suas telas, exprimindo a estreita interação entre a artista e o ecossistema no qual a obra é gerada.
Esta exposição surge depois de vários momentos de grande aclamação crítica internacional na sequência da sua participação na Documenta 14 e das suas mostras no Museu Nacional Reina Sofia em Madrid e na Vienna Secession. Depois do MAAT, a exposição segue para Paris, para ser apresentada no Palais de Tokyo no verão de 2025, numa parceria entre estas instituições, que se estende à publicação de uma monografia pela JRP|Editions, com distribuição internacional.