terça-feira, 30 de setembro de 2025

Ricardo Reis Soares antecipa EP contra tempo com novo single "Qualquer Coisa"



Ricardo Reis Soares nasceu em Braga e vive em Lisboa. Muito novo teve aulas de piano e mais tarde descobriu na guitarra uma confidente ouvinte das suas histórias. Passou pela Academia Valentim de Carvalho e estudou jazz no Hot Clube de Portugal.

Músico, compositor, traz para as suas canções a sua interpretação do mundo através da sensibilidade de quem o escuta devagar, o olha através dos detalhes e conta histórias através de seus personagens. O quotidiano, as coisas mais simples do dia a dia, têm sido o que mais o inspira a compor e a escrever.

O seu primeiro EP “contra tempo” conta com Miguel Marôco na produção e vai ser editado no dia 28 de Novembro. Ao vivo apresenta-se tanto a solo como com banda constituída por Sílvia Ferreira no piano/teclados, João Curado no baixo elétrico e Miguel Curado na bateria. Tem já concerto confirmado para dia 24 de outubro no Bota, em Lisboa.

O EP “contra tempo” é composto por seis canções originais escritas em português. Pode ser compreendido como um EP de apresentação, o qual revela a forma como o cantautor vive o dia a dia através da sua escrita. Este tem vindo a perceber que o que mais o identifica talvez seja a profundidade com que vê e entende as coisas mais simples e superficiais do quotidiano. Muito influenciado com a escrita poética de autores como José Saramago ou pelas imagens e cores que os romances e a música de Chico Buarque lhe pintam os dias, este conjunto de canções retratam histórias reais quanto mais não seja a partir do momento em que estas lhe vão surgindo inspiradas em alguma constatação ou interpretação da realidade. Em termos de estilo musical, as canções podem ser caracterizadas como indie/pop, singer-songwriter, talvez com influência do jazz, sua formação e estilo que também aprecia e consome.

“Qualquer coisa” é o quarto single partilhado pelo cantautor. Trata-se da canção mais recente das incluídas no EP e fala sobre amor, este tema que tem tanto de inevitável como de inexplicável. A forma como se entrelaça no dia a dia das pessoas, as infinitas formas de se manifestar e a importância que tem para a existência de vida faz do amor o maior dos sentimentos. A canção é uma tentativa de recolher e descrever precisamente o instante em que este é percecionado. O videoclipe com letra foi realizado por Vitor Martins. Este tem vindo a trabalhar em vídeo e imagem ao longo da concretização do EP e conta com Margarida Soares como assistente de produção. Neste vídeo é referenciado o processo criativo do compositor e da importância prestada à palavra cantada.



RENT no Auditório dos Oceanos



A magia da Broadway regressa aos palcos nacionais, com o teatro musical RENT pela MTL - Music Theater Lisbon e UAU, numa produção que transporta o público para os boémios anos 90 em Nova Iorque. 

Em Lisboa, RENT estará em cena de 21 de maio a 28 de junho de 2026 no Auditório dos Oceanos, Casino Lisboa e a estreia na cidade invicta está marcada para 02 de julho, estando em cena até 04 de julho no Coliseu Porto Ageas.

RENT é considerado um dos espetáculos mais importantes e transformadores da Broadway. Inspirado na ópera La Bohème de Puccini (1896), trouxe para o teatro musical uma narrativa mais próxima do público, com uma história romântica e trágica, cuja linguagem e estética urbana, assim como a banda sonora, não deixa ninguém indiferente.

A obra de Jonathan Larson assinala um ponto de viragem no teatro musical por dar palco à realidade urbana que se vivia em Nova Iorque nas vésperas da entrada no novo milénio e por abordar temas como o amor, amizade, diversidade e luta pela sobrevivência.

No palco, RENT acompanha um ano na vida de um grupo de amigos e artistas nova-iorquinos que, enquanto perseguem os seus sonhos, enfrentam problemas amorosos, financeiros (como pagar a renda da casa) e de saúde. A música assume também o papel de personagem principal, viajando do rock ao gospel e dá voz e ritmo às emoções vividas em cena.

Jonathan Larson faleceu tragicamente antes da estreia e não viveu para assistir ao sucesso de RENT, que ao estrear em 1996, esteve por mais de doze anos em cena na Broadway, revolucionando os públicos e as artes, tendo inclusivamente perpetuado êxitos mundiais com as canções "Seasons of Love" ou "Take me or Leave me".

Michael Greif, encenador da produção original, acompanhou de perto todas as apresentações de RENT desde então e, uma vez mais, colaborou com a MTL nesta versão portuguesa que conta com Martim Galamba como produtor executivo. O elenco é composto por: Bruno Huca, Carlos Martins, Dennis Correia, Diogo Leite, Gonçalo Martins, Inês Ramos, Margarida Martins, Marta Lys, Marta Mota, Nuno Martins, Pedro Fontes, Pedro Paz, Rafaela Monteiro, Sara Claro e Sissi Martins.

Nas apresentações em Lisboa e no Porto, o espetáculo será cantado e interpretado integralmente em português e contará com música ao vivo. Sissi Martins está responsável pela encenação da adaptação portuguesa de RENT que, depois do grande sucesso da primeira curta temporada, regressa aos palcos já em 2026, com uma produção fiel à original da Broadway.

“How do you measure, measure a year?” é o mote para o regresso de RENT que em menos de um ano estará em cena nas cidades de Lisboa e Porto.

Os bilhetes para RENT já se encontram disponíveis em ticketline.pt e nos locais habituais.

Tu és meu, sou tua também



Poemas de amor dos séculos XII e XIII chegam às livrarias a 2 de outubro, editados pela Assírio & Alvim, chancela do Grupo Porto Editora.
 
É inegável a importância da poesia medieval para o cânone das literaturas europeias: sejam os belíssimos versos dos provençais, ou a inventividade dos nossos cancioneiros galego-portugueses. Faltava-nos contudo, em português, uma peça do puzzle : a poesia trovadoresca alemã conhecida como Minnesang. Assim sendo, um dos maiores marcos literários da Idade Média chega agora às livrarias portuguesas em O Ramo da Tília, obra que apresenta uma seleção inédita desta poesia, compreendendo os séculos XII e XIII, apresentando aos leitores uma janela para o mundo que reconhecemos no amor cortês.

A antologia foi traduzida e organizada pelo especialista português J. Carlos Teixeira, que apresenta ainda uma visão panorâmica sobre este tipo de poesia, suas características principais e inovações. Cada autor é brevemente apresentado seguido de uma seleção de poemas desta inigualável beleza:

Amor, que cruel me feriu,
peço e imploro:
deixa-me ver a bela donzela
que sabe fazer-me feliz.
Fosse eu como o cisne,
cantando às portas da morte:
morto estaria.

Sobre o Autor

J. Carlos Teixeira (Porto, 1992) é licenciado em Literatura Inglesa e Alemã e mestre em Literatura Alemã Medieval pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Viveu em Berlim, onde desenvolveu a sua tese de doutoramento com uma proposta de edição e tradução para português da poesia trovadoresca alemã, agora editada pela Assírio & Alvim.

«O Canto dos Corações Rebeldes»: uma história de devoção, traição, esperança e, acima de tudo, amor



Numa Índia suspensa entre a modernidade e o obscurantismo, duas mulheres corajosas e rebeldes enfrentam as consequências da liberdade e das escolhas que fazem. Com uma narrativa poderosa, de devoção, traição, esperança e, acima de tudo, amor, O Canto dos Corações Rebeldes chega às livrarias portuguesas a 2 de outubro.

O livro, um bestseller internacional escrito por Thrity Umrigar – que nasceu em Bombaim, na Índia, e aos 21 anos partiu para os Estados Unidos, onde vive até hoje –, conta ao leitor a história de Smita, uma mulher que deixou a Índia com a família quando tinha 14 anos e que prometeu a si própria nunca mais voltar. Porém, anos mais tarde, é forçada a cobrir uma história em Mumbai para o jornal onde trabalha.

No regresso ao país que deixou na adolescência, Smita conhece Meena, uma jovem que foi vítima de violência por parte dos irmãos e da rejeição dos vizinhos após descobrirem que se casou com um homem de uma religião diferente.

São duas histórias que se entrelaçam, num livro dividido em quatro partes e que, embora seja uma obra de ficção, tem como uma das fontes de inspiração os artigos escritos pela jornalista Ellen Barry para o New York Times sobre as condições de opressão em que as mulheres vivem em partes rurais da Índia. O respeito e a admiração de Thrity Umrigar pelas mulheres que se rebelaram contra os «velhos costumes» deram origem a Meena, uma das protagonistas.

Adorado pelos leitores e pela crítica, O Canto dos Corações Rebeldes é um romance que, segundo a autora, levanta a questão sobre se é ou não possível amar um país quando se tem vergonha das políticas que aí vigoram. A obra, que já conquistou milhões de leitores em todo o mundo, recebeu elogios de Reese Witherspoon e Salman Rushdie, que Umrigar descreve como um dos seus «irmãos literários».

Nomeado para Goodread Choice Awards como o Romance Favorito dos Leitores e com tradução de Fernanda Oliveira, O Canto dos Corações Rebeldes chega às livrarias a 2 de outubro.

Sobre a Autora

Jornalista e escritora, Thrity Umrigar é uma autora bestseller premiada, elogiada pela crítica e pelos leitores, com mais de dez romances publicados. Ao longo de uma carreira de quase duas décadas, tem colaborado com publicações como o New York Times e o Washington Post. Doutorada em Literatura Inglesa, leciona Escrita Criativa e Literatura na Case Western Reserve University. Um dos seus últimos romances, O Cantos dos Corações Selvagens, tornou-se um bestseller internacional, estando publicado em mais de dez países. A autora vive em Cleveland, nos Estados Unidos.

Motorola reforça presença nacional com nova loja online



A motorola dá um novo passo para consolidar a sua presença no mercado nacional ao apresentar a versão portuguesa da sua loja oficial de comércio online. Já disponível e totalmente funcional, a loja online vem reforçar a estratégia digital da Motorola, respondendo à crescente procura por soluções de e-commerce que primam pelo acesso a um catálogo completo de produtos, planos de proteção e apoio ao cliente.


Proporcionando acesso pleno aos modelos de smartphone mais populares da marca, como a família razr e edge, em todas as cores e acabamentos possíveis, a nova loja online permite também aos utilizadores adquirir acessórios e modelos atualmente não disponíveis em lojas físicas, incluindo o thinkphone 25, g56 business edition, g86, entre outros.

Também disponível na loja online está a nova coleção de estreia da The Brilliant Collection, que junta o motorola razr e moto buds loop, decorados com crystals by Swarovski, numa demonstração radiante de como a moda e a funcionalidade podem brilhar em perfeita harmonia.

Ao adquirirem smartphones da motorola nesta loja, os utilizadores podem também optar pelos planos de assistência técnica Moto Care, que proporcionam proteção adicional aos seus dispositivos. Estão disponíveis três planos: Proteção contra danos por acidente, com duração de dois ou três anos, e Proteção contra danos no ecrã com um ano de cobertura, este último exclusivo apenas para compras no website. Além disso, as encomendas acima de 80 € beneficiam ainda de entrega gratuita, acrescentando conveniência ao processo de compra.

“A nossa loja online para o mercado português foi pensada para proporcionar uma experiência fluida e intuitiva, desde a descoberta dos produtos até ao pós-venda. Além disso, disponibilizamos planos exclusivos de proteção Moto Care, garantindo que os nossos clientes usufruam dos seus equipamentos com total tranquilidade”, afirmou a propósito James Atkins, Emea Ecom Director. “Contudo, este é apenas o começo: em breve vamos anunciar mais novidades que irão reforçar ainda mais a experiência diferenciada que a motorola proporciona aos consumidores portugueses.”

Chamusca acolhe Eh!Toiro - Feira Taurina 2025



De 3 a 5 de outubro, a Chamusca acolhe a 11ª edição do Eh!Toiro, um tributo à tradição e à cultura tauromáquica num concelho onde a afición, o toiro, o cavalo e a festa brava ocupam um lugar de destaque.
 
A 11ª edição da feira taurina apresenta, este ano, algumas novidades de que são exemplo a Tourada à Corda, tradição única da Ilha Terceira, e a Capeia Arraiana, uma corrida de touros típica das terras de Ribacôa, nas aldeias da raia junto à fronteira com Espanha, marcada pela icónica “lide” do touro com o forcão.
 
Durante três dias, a Chamusca transforma-se num verdadeiro palco de emoção, cultura e entretenimento, reafirmando-se como referência na preservação da tradição taurina.
 
O evento decorre na zona da Horta das Freiras e oferece experiências para todas as idades. Entre o desfile de gala que reúne cavaleiros, campinos e etnografia, encierros, largadas de toiros, demonstrações de toureio a pé, pegas e maneio de gado bravo, a feira mistura tradição e modernidade, acompanhada de música, folclore, artesanato e convívio.
 
A Corrida de Toiros agendada para dia 4 de outubro, às 17h, na centenária Praça de Toiros, contará com a lide a cavalo dos cavaleiros Paco Velasquez e António Telles Filho. A pegar em solitário estará o Grupo de Forcados Amadores da Chamusca, numa corrida marcada pela passagem de testemunho de Nuno Marecos para Diogo Marques. Os toiros são das ganadarias Veiga Teixeira, Vale Sorraia e Cochicho. Bilhetes disponíveis em ccsbilhetica.com.
 
O Eh!Toiro encerra com um espetáculo da Banda da Carregueira, com participação especial da fadista chamusquense Marisa Ferreira.
 
Programa
 
DIA 3 – SEXTA-FEIRA
20h00 - Abertura do evento
21h00 - Bezerros para crianças
21h30 - Luna Flamenca e Marisa Ferreira - Sevilhanas e Fado
22h45 - Grupo Musical "Rumo ao Sul"
00h00 - Entrada de Toiros
00h30 - Largada de Toiros
01h30 - DJ Stefan da Silva
 
DIA 4 - SÁBADO
10h00 - Prova de condução do Boi da Guia
11h00 - Prova de condução de Cabrestos
12h00 - Maneio de gado bravo
15h30 - Desfile de Gala - Cavaleiros, Campinos e Etnografia
17h00 - Corrida de Toiros - Praça de Toiros da Chamusca
17h30 - Grupo Musical "Trio Pica-Cebolas"
21h00 - Bezerros para crianças
21h30 - Rancho Folclórico de Paços dos Negros
22h30 - Grupo Musical FH 5
00h00 - Solta de vacas/Encierro
00h30 - Largada de Toiros
01h30 - DJ Escybe
 
DIA 5 - DOMINGO
10h00 - Prova da Vaca
11h30 - Jogos "Eh!Toiro"
16h00 - Tourada à Corda à Moda dos Açores
17h30 - Demonstração de Capeia Arraiana
18h00 - Demonstração de pegas pelo Grupo de Forcados Amadores da Chamusca (GFAC)
19h00 - Demonstração de toureio pelo Clube Taurino do Concelho da Chamusca
19h30 - Banda da Carregueira com participação especial de Marisa Ferreira

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Silence 4 - Reedições em CD e Vinil Colorido de ambos os álbuns



Os álbuns que marcaram uma geração estão de volta. Na passada sexta-feira, os dois discos de estúdio dos Silence 4, "Silence Becomes It" e "Only Pain Is Real", foram reeditados em formato físico, com edições especiais em vinil colorido, garantindo que a herança musical da banda continua viva e acessível para todos os fãs.

Estas reedições surgem num momento de grande expectativa, já que a banda anunciou a sua reunião para comemorar os 30 anos de formação em 2025, com uma série de concertos especiais agendados para as principais salas do país.

"Silence Becomes It", de 1998, foi o disco que catapultou os Silence 4 para o estrelato, com mais de 240 mil cópias vendidas e a distinção de seis discos de platina. O álbum inclui os êxitos “Borrow” e “My Friends”, bem como as memoráveis versões de “A Little Respect” e os temas em português “Sextos Sentidos” (um dueto com Sérgio Godinho) e “Eu Não Sei Dizer”. Esta reedição estará disponível em CD e numa edição em disco de vinil branco.

"Only Pain Is Real", lançado originalmente em 2000, foi gravado em Londres, tendo sido o último trabalho de estúdio da banda. O álbum apresentou uma sonoridade mais elaborada, com orquestrações ricas, e inclui os singles “To Give” e “Only Pain is Real”. Pela primeira vez em anos, os fãs poderão adquiri-lo em CD e numa edição especial em disco de vinil vermelho.

A celebração do legado dos Silence 4 culminará numa série de concertos únicos, que prometem ser um reencontro emocionante com a banda ao vivo. Depois de terem passado pelo Teatro José Lúcio, em Leiria, nos passados dias 13 e 14 de junho, o grupo vai atuar a 13, 14, 15 e 16 de novembro na Super Bock Arena, no Porto, e a 12 e 13 de dezembro na MEO Arena, em Lisboa.

Estas reedições são uma oportunidade para revisitar ou descobrir a música que definiu o final dos anos 1990 e início dos anos 2000 em Portugal. "Silence Becomes It" e "Only Pain Is Real" estão disponíveis nas principais lojas de discos.

Comédia “The Sunline” no Casino Estoril



O Auditório do Casino Estoril recebe, nos próximos dias 7 e 8 de outubro, a partir das 20 horas, “The Sunline". Os actores Natalia Eprikyan e Alexander Gudkov protagonizam esta original comédia terapêutica em um único acto. Trata-se de uma adaptação contemporânea da peça de Ivan Vyrypayev.

“The Sunline" distingue-se pelo diálogo intenso de um casal sobre a sua verdadeira intimidade. Os cônjuges ficam presos numa conversa durante a noite, explorando as barreiras de comunicação e os conflitos não resolvidos

Com uma linguagem forte e alguma dose de ironia, “The Sunline" revela os vários mecanismos que impediram um homem e uma mulher de realmente se verem e ouvirem desde a criação do mundo.

Os papéis dos cônjuges são interpretados pela georgiana Natalia Eprikyan e pelo russo Alexander Gudkov. São dois actores e humoristas muito populares nos seus países de origem. Ambos conquistaram uma elevada notoriedade com as suas participações no programa "Comedy Woman". 

"O Abominável Mundo Novo" de Nuno Rogeiro



Tendo como ponto de partida a distopia de Aldous Huxley escrita há cem anos, o comentador da SIC procura "identificar o turbilhão em que vivemos e dar-lhe algum sentido".

O mundo está a mudar a uma velocidade vertiginosa. Todos os dias somos confrontados com o que julgávamos não poder acontecer, a cada momento as nossas certezas são testadas. Guerras sangrentas, matanças cruéis, fronteiras imemoriais desabadas, nações arruinadas, sociedades desnorteadas, instituições disfuncionais, famílias e povos estilhaçados, passaram a fazer parte do nosso quotidiano. "Até dentro de portas" notamos as transformações profundas.

"Este livro procura investigar algumas tendências geopolíticas, relacio­nando os lugares físicos da Terra em que se localizam fenóme­nos específicos de organização social e formas de poder. Cabem aqui as transformações da presidência americana ou as guerras na Europa, Médio Oriente e África, entre muitos outros ele­mentos de transição brusca ou controlada. Em 2025, as guerras que nos apoquentam não parecem enfraquecer. Em Portugal, e no universo exterior, tivemos de tudo, excepto, no nosso caso, para o mal e para o bem, a rup­tura total."

Sobre o Autor

Nuno Rogeiro é analista, conferencista e estudioso dos assuntos globais e militares. Autor de vários livros "bestsellers", ocupa um lugar destacado na comunicação social, sendo um rosto muito conhecido da televisão portuguesa. Colabora actualmente com a SIC, onde mantém os programas Jogos de Poder e Leste/Oeste. Influente em círculos europeus e internacionais, está ligado ao Wilton Park, ao Salzburg Global Seminar e ao International Institute of Counter-Terrorism de Herzelyah. Em 2016, foi distinguido pelo Presidente da República com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.  

Casino Lisboa inaugura etapa do Circuito Nacional de Poker



É já a partir de hoje que o Casino Lisboa recebe uma relevante etapa do Circuito Nacional de Poker - CNP. Será uma semana repleta de emoções com 7 torneios para todos os perfis de jogadores e, ainda, satélites para os mais importantes torneios do calendário CNP. O programa estende-se, até ao dia 5 de outubro, prometendo suscitar o interesse dos visitantes do Casino Lisboa.

“É uma etapa que está a gerar uma enorme expectativa, tanto de jogadores nacionais como internacionais, pelo que estamos convictos que iremos receber mais de 700 participantes, batendo o recorde registado na última edição”, revela a organização do Circuito Nacional de Poker.

O aguardado festival de poker decorrerá no piso 1 do Casino Lisboa, iniciando-se com o tradicional torneio de boas-vindas (150€), que no ano passado já fez história ao bater o recorde de participações, dessa vez, no Casino Estoril.



Com um extenso calendário, estará em destaque o Main Event (550€) que conta com 3 flights de arranque (dia 1A, 1B e 1C) jogados entre os dias 2 e 3 de outubro, estrutura com reentradas até ao 13 nível, torneio esse que a grande atração é a transmissão em direto na fase final do dia 4 e durante todo o dia 5 de outubro que culminará com a grande mesa final.

Os jogadores mais ambiciosos terão, ainda, a oportunidade de participar no High Roller (1.100€), nos dias 1 e 2 de outubro, com 80.000 fichas iniciais e níveis de 45 minutos. 

O calendário inclui ainda diversos side events, como, por exemplo, o Knockout (100€+100€Bounty), o Pot Limit Omaha, o Mini CNP Lisboa e o Torneio de Encerramento.

Pandemónio’s Jazz Fest regressa em outubro



De 17 a 19 de outubro, Braga volta a acolher algumas das vozes mais vibrantes do jazz nacional e internacional. A nova edição distingue-se pela valorização de músicos e grupos da região, reforçando uma rede cultural que envolve associações, escolas e espaços da cidade, e que promete três dias intensos de música e descoberta.

Mais do que um festival, o Pandemónio’s Jazz Fest afirma-se como um projeto de articulação em rede, com destaque para a parceria com a JAM – Jazz do Minho, responsável por dar visibilidade a talentos locais emergentes. Esta dinâmica tem deixado um impacto profundo na formação de novos públicos e no desenvolvimento do jazz em Braga, razão pela qual o evento conta, pela 4.ª vez consecutiva, com o apoio do Município de Braga, a que se junta este ano o apoio da DGArtes.

Assumindo o desafio de aproximar o jazz de diferentes públicos, o festival procura desfazer a ideia de que este género musical é um território hermético, promovendo um diálogo estreito entre o jazz e a comunidade. A programação convoca projetos que, tal como a visão artística do festival, procuram romper fronteiras estéticas, colocando lado a lado vozes emergentes e nomes já consolidados. O resultado é uma experiência musical que valoriza tanto o risco criativo como a diversidade de linguagens.

Programação
Atividades antes do festival
O Pandemónio’s Jazz Fest 2025 abre-se à cidade ainda antes do arranque oficial dos concertos, promovendo diversas ações de sensibilização em contexto escolar, em parceria com a Escola de Jazz de Braga. Estas iniciativas (Concerto-Palestra e Jazz no Intervalo), pensadas para aproximar os jovens do jazz no seu quotidiano, contribuem para o reconhecimento deste género como linguagem artística fundamental. Ao cruzar instituições culturais com a rede de escolas públicas locais, o festival incentiva as novas gerações a tornarem-se não apenas espectadores, mas também criadores e pensadores, reforçando a sua dimensão formativa e o posicionamento internacional de Braga como cidade de referência cultural.

Programação principal
O festival arranca oficialmente no dia 17 de outubro (sexta-feira), no Auditório S. Frutuoso, com o concerto do Quésia Carvalho Quarteto (21h15), em estreia e com curadoria da JAM – Jazz do Minho. Segue-se a energia dos GARFO (22h45), que em 2024 lançaram o álbum Órdia (Robalo), marcado pela improvisação livre. A noite termina no espaço Sé la Vie, parceiro da iniciativa, com uma Jam Session (00h00). Em cada noite, a JAM – Jazz do Minho é responsável por escolher o grupo que dá o mote inicial, transformando a sessão num ponto de encontro aberto a todos os que queiram subir ao palco e partilhar música.

No dia 18 de outubro (sábado), a música começa às 18h30 com o Rogério Francisco 4tet, que prepara o lançamento do novo disco If Morning Could Speak. Seguem-se, no Auditório S. Frutuoso, os AXES (21h45), cujo mais recente álbum Hexagon foi nomeado para os Prémios Play 2024, e o Tommaso Perazzo Trio (22h45), formação que reúne músicos da vibrante cena nova-iorquina. À meia-noite, o Sé la Vie volta a acolher mais uma Jam Session, novamente inaugurada pela escolha da JAM – Jazz do Minho.

O encerramento do festival acontece no domingo, 19 de outubro, com o João Nuno Lopes Quartet (18:30), em estreia, e com o concerto de Mané Fernandes (21h00), no Auditório S. Frutuoso, apresentando o seu aclamado Matriz Motriz (2023), trabalho que cruza jazz, hip-hop, soul e música minimalista.

Atividades paralelas
Paralelamente, entre 17 e 19 de outubro, realiza-se o Jazz Music Market, no espaço PISO (casa da Plataforma do Pandemónio, no Largo da Sé, em frente ao Auditório). O mercado estará aberto na sexta-feira e sábado, das 16h00 às 00h00, e no domingo, das 15h00 às 22h00. Aqui será possível descobrir editoras independentes nacionais de jazz, com os seus lançamentos e publicações mais recentes, promovendo o contacto direto entre público, músicos e estruturas editoriais.

Sobre a Plataforma do Pandemónio
O Pandemónio’s Jazz Fest é uma iniciativa da Plataforma do Pandemónio, coletivo conhecido pela sua abordagem inovadora e colaborativa. Composta por cerca de 50 profissionais da cultura, a Plataforma é uma comunidade artística dedicada à promoção de novos talentos nas artes. Diferencia-se pela abordagem multidisciplinar e pela forte rede de colaboração, tendo como missão não apenas criar, mas também conectar e fortalecer a comunidade artística em que se insere.

Casino Lisboa estreou "Sexo e a Idade" em noite de humor no Auditório dos Oceanos



Foi com o Auditório dos Oceanos esgotado que o Casino Lisboa estreou a comédia "Sexo e a Idade”. Com uma assinalável cumplicidade em palco os actores Diogo Valsassina, Jorge Mourato, Manuel Marques e Pedro Teixeira iniciaram, da melhor forma, um hilariante ciclo de espectáculos que se renova às quintas e sextas-feiras às 21h00; aos sábados às 17h00 e 21h00; e aos domingos às 17h00.

Em noite de humor e muita diversão, foram muitas as personalidades de relevo, nomeadamente da área do espectáculo e dos media, que marcaram presença no Auditório dos Oceanos. 



"Sexo e a Idade” contagiou de boa disposição os espectadores, ao longo de uma hora e meia. Vasco (Jorge Mourato) está a fazer anos. Ou melhor: a tentar sobreviver ao seu próprio aniversário. Escritor falhado, falido e recém-abandonado pela mulher (que ainda não esqueceu), decide reunir os velhos amigos para uma noite que, em teoria, seria de celebração... mas que, rapidamente, se transforma num campo minado de egos, mágoas e mentiras bem contadas.

Rui (Pedro Teixeira), o galã de novelas com quem Vasco está zangado (por ter tido um caso com a sua ex-mulher); Miguel (Diogo Valsassina), um psicólogo e coach de autoajuda que precisava, ele mais do que ninguém, de terapia urgente; e Duarte (Manuel Marques), um advogado sem trabalho, mas cheio de teorias — todos aparecem com histórias de sucesso, conquistas e autoconfiança. Só que nada disso é bem verdade.



À mesa, entre copos e vaidade, o que mais se fala... é delas. Das mulheres. As ex, as atuais, as imaginadas e as impossíveis. Com humor, exagero e muita ignorância, os quatro amigos tentam decifrar o que nunca entenderam. Se elas soubessem o que se diz quando eles estão sozinhos…

“Sexo e a Idade” é uma comédia que mergulha no universo masculino com sarcasmo, afeto e uma boa dose de estupidez. Um retrato cómico — e, às vezes, desconcertante - da amizade, da masculinidade, dos desejos, e da eterna tentativa de parecer bem... mesmo quando tudo vai mal.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Um olhar sobre a escrita de Ernaux



«Tenho a sensação de que, no meu caso, na minha situação de trânsfuga, a escrita é aquilo que posso fazer de melhor, como ato político e como dádiva», refere a escritora em A Escrita como Uma Faca, publicado pela Livros do Brasil, chancela do Grupo Porto Editora.

O livro é o resultado de uma longa entrevista de Annie Ernaux ao escritor Frédéric-Yves Jeannet. Durante um ano de troca de correspondência, a consagrada autora expôs com total franqueza os bastidores da sua produção literária, nomeadamente da recusa em embelezar a linguagem e do compromisso com uma escrita que seja justa, incisiva e politicamente consciente.

Ernaux abriu, desta forma, as portas aos leitores, dando-lhes acesso ao seu processo criativo, que mistura a sua própria vivência com o panorama social e político.

A obra conta com um posfácio da autora escrito em 2011, uma década após a realização daquela entrevista. A edição portuguesa encontra-se já em pré-venda e chega às livrarias no dia 2 de outubro.

Sobre a Autora

Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Normandia, em 1940, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017), o Prémio Formentor de las Letras (2019) e o Prémio Prince Pierre do Mónaco (2021) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional. Em 2022, Annie Ernaux foi distinguida com o Prémio Nobel de Literatura.

Quem são os anjos e de que forma comunicam connosco?



Kyle Gray, autor e conferencista britânico de renome, partilha uma mensagem profundamente atual: não estamos sós. Os Anjos Estão Connosco percorre a história e a representação dos anjos em diferentes culturas e religiões, e mostra como a sua orientação pode ser integrada de forma prática no dia a dia, oferecendo sinais de conforto, proteção e esperança.

Neste livro, o autor descreve quem são os anjos, muito além das imagens religiosas, como comunicam connosco e quais as leis espirituais que regem a sua ligação à humanidade. Partilhando testemunhos pessoais e orientações práticas, o autor convida-nos a abrir espaço para uma relação mais consciente com o mundo espiritual. Kyle Gray reflete ainda sobre a forma como o sistema patriarcal terá influenciado a narrativa dos anjos, originalmente descritos com aparência feminina e mais tarde transformados em figuras masculinas, num processo que reforçou as estruturas de poder vigentes. Perante esta herança histórica, o autor afirma: “Sempre que posso, advogo o fortalecimento das vozes espirituais femininas. Podem apelidar-me de feminista, se tal vos aprouver!”

Ao longo das páginas deste livro, é possível acompanhar uma visão clara e acessível que desafia ideias préconcebidas, aproximando os anjos de todos, independentemente das crenças religiosas. Para Kyle Gray, eles “estão consigo agora mesmo e a cada momento da sua vida”, e aprender a reconhecer os seus sinais pode transformar a forma como são vividos os desafios e decisões do quotidiano.

Os Anjos Estão Connosco chega às livrarias a 2 de outubro.

Sobre o Autor

«Desde que descobri o poder e a beleza dos anjos, sempre soube que queria trabalhar para eles. Ainda era novo e já sentia um chamamento interior, como se a minha vida tivesse um propósito maior, mas não sabia o quê nem como o descobrir. Sabia que trabalhar nos domínios da espiritualidade seria uma viagem emocional e que encontraria obstáculos pelo meio, mas, mesmo assim, não estava preparado nem para metade das experiências que vivi desde então.» 
Kyle Gray é um dos médiuns e conferencistas inspiracionais de maior sucesso e renome no Reino Unido. É uma presença constante nos media de destaque, e viaja por todo o mundo para partilhar a mensagem de amor e de esperança dos anjos com milhares de pessoas. 

Coimbra acolhe a 8.ª edição de O Mundo do Vinho



Apresentado na passada quarta-feira à imprensa, o programa da 8.ª edição de O Mundo do Vinho, que decorre em Coimbra de 15 a 29 de Outubro, promete duas semanas de celebração em torno da cultura vínica, reunindo cinema, literatura e poesia, gastronomia, coleccionismo e enoturismo, com novas parcerias, estreias em espaços emblemáticos da cidade e uma evocação especial a Rafael Bordalo Pinheiro, no ano em que se assinalam 120 anos da sua morte.

Entre os dias 15 e 29 de Outubro, Coimbra volta a brindar ao conhecimento, à arte e à celebração da vida com a 8.ª edição de O Mundo do Vinho (OMV). Durante duas semanas, a cidade transforma-se num palco de encontros e experiências, tendo o vinho como pretexto, convocando o cinema, o coleccionismo, a literatura e a poesia, a gastronomia e o enoturismo.

Este ano, o programa chega com novidades, ao integrar quatro novos espaços da cidade – Galeria de Arte da Casa da Mutualidade – A Previdência Portuguesa, Imprensa da Universidade de Coimbra, Semente Atelier e Casa Costa Lobo – que se juntam a parcerias já familiares e bem-sucedidas.

Entre provas comentadas, degustações, showcooking, conversas, sessões de cinema, concertos de leitura e passeios vínicos, o OMV 2025 afirma-se como um evento plural, aberto a todos os que vêem no vinho
muito mais do que uma bebida: um símbolo de cultura, partilha e identidade.

Rafael Bordalo Pinheiro em destaque
A edição de 2025 evoca a figura incontornável de Rafael Bordalo Pinheiro, desaparecido há 120 anos. O humor mordaz, a crítica política e a paródia gastronómica do artista estarão presentes em dois momentos
especiais do programa: na apresentação do livro Rafael de Faca e Garfo (24 de outubro, Casa Museu Bissaya Barreto) e no jantar vínico Uma Paródia Culinária: Bordalo à mesa do Cordel (25 de outubro, Mercearia e Restaurante Cordel).

Programa diversificado
O ciclo de cinema Sabores, Saberes (15, 22 e 29 de outubro) abre caminho a histórias universais sobre a mesa, a comida e o convívio humano, com sessões no auditório da ESEC (apresentadas por personalidades convidadas), acompanhadas de degustações inspiradas nos filmes.
Seguem-se propostas que cruzam património, gastronomia e território: a exposição de rótulos de vinho do Porto de Carlos Cabral (16 de Outubro), a prova comentada de vinhos Terras de Sicó com Queijo Rabaçal (17 de Outubro), a conversa Em busca do pão perdido (18 de Outubro) e o concerto de leitura vínico "E uma vez mais me perderei, dizendo: o vinho?" com Miguel Gouveia (19 de Outubro).

A programação prossegue com o showcooking de Vera Ferraz (23 de outubro), no qual o vinho do Porto se assume como ingrediente principal, e com a apresentação do livro Rafael de Faca e Garfo, de Ana Marques Pereira, moderada por Maria da Graça Pericão (24 de outubro), obra que explora a dimensão crítica e satírica de Rafael Bordalo Pinheiro em torno da gastronomia e da vida quotidiana.

No dia 25 de outubro, a gastronomia volta a estar em evidência com o jantar vínico Uma Paródia Culinária: Bordalo à mesa do Cordel, concebido pelo Chef Paulo Queirós, num menu que presta homenagem ao humor e à crítica social de Bordalo Pinheiro. A noite inclui ainda a apresentação do livro Paródia Culinária, à mesa de Bordalo, por Rita Nobre de Carvalho, do Museu Bordalo Pinheiro.

O programa culmina a 26 de outubro com o passeio vínico Uma viagem pelo património vitivinícola de Sicó, que integra visita à aldeia vinhateira de Podentes e a uma adega, prova de vinhos, visita ao PO.RO.S – Museu Portugal Romano em Sicó e um almoço de produtos endógenos, num tributo ao território, à sua história e às suas tradições gastronómicas.

Uma história com corpo e alma
Ao longo de oito anos, O Mundo do Vinho consolidou-se como um evento singular, capaz de reunir diferentes artes e públicos em torno do vinho. A cada edição, a iniciativa tem vindo a ganhar maturidade e consistência, afirmando-se como um projeto com uma narrativa própria, que se deseja continuada e apreciada com o mesmo prazer que se dedica a um bom vinho — o elogio maior que se lhe pode atribuir. O Mundo do Vinho é um projecto da autoria de Margarida Mendes Silva, produzido pela Cultura e Risco Associação Cultural.

A neuropsicóloga Alba Cardalda desafia os leitores a deixarem de ser os seus piores inimigos



Depois de conquistar leitores com o bestseller Como Mandar à Merda (De forma educada), a neuropsicóloga Alba Cardalda regressa agora com Pára de Ser o Teu Pior Inimigo, um manual pensado para ajudar todos aqueles que pretendem transformar a forma como se relacionam consigo próprios.

Ao longo do dia, e sem se aperceber, o ser humano trava um diálogo constante consigo mesmo. Discute, debate, critica-se e, por vezes, até se boicota. Esse tom crítico e impiedoso, tão distante da empatia que exigem aos outros, acaba por fragilizar a autoestima e por comprometer a saúde mental. Em Pára de Ser o Teu Pior Inimigo, a autora com décadas de experiência em prática clínica, explica como funcionam esses diálogos internos e mostra por que motivo é essencial identificar padrões negativos e questionar o pensamento. Com base em estratégias práticas e numa linguagem acessível, os leitores são convidados a aprender a falar consigo próprios com respeito e empatia, tornando-se aliados do seu corpo e da sua mente.

Com este novo livro, Alba Cardalda reforça o seu lugar no panorama editorial português, oferecendo um guia inspirador para quem procura transformar a relação mais importante da sua vida, a que tem consigo próprio.

Pára de Ser o Teu Pior Inimigo chega às livrarias a 2 de outubro.

Sobre a Autora

Alba Cardalda é psicóloga e especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Terapias Breves e Neuropsicologia, com prática clínica individual, de casais, familiar e com adolescentes. 

Artista norte-americana Coumba Samba apresenta instalação no espaço Lumiar Cite




O espaço Lumiar Cité apresenta “1100-651 Lisboa”, a primeira exposição individual da artista norte-americana Coumba Samba em Portugal, no contexto da sua residência artística no Programa Internacional de Residências da Maumaus. A exposição é organizada em colaboração com o Kunstverein in Hamburg.
 
Através de escultura, instalação, música e performance, Coumba Samba reflete sobre a realidade contemporânea do capitalismo do comércio global, espelhado na circulação de objetos, materiais e ideologias. A artista examina a forma como o poder está inscrito no conhecimento, nas instituições, nos signos e nas cores, questionando a sua circulação e preservação com base numa infraestrutura globalizada.
 
Para esta exposição, a artista desenvolve uma nova e expansiva instalação que, simultaneamente, liga e examina a geometria rígida e os opacos padrões de movimento do comércio global. Recorrendo à arquitetura modular, a artista interliga a história da pintura abstrata e da grelha modernista com as cadeias globais de abastecimento e a sua impressão cada vez mais alargada na experiência vivida.
 
Coumba Samba (EUA, 2000) vive e trabalha em Nova Iorque. As suas exposições individuais incluem: “deutschland”, Kunstverein in Hamburg (2025), “Dress Code”, empire (Nova Iorque, 2024); “Red Gas”, Arcadia Missa (Londres, 2024); “Capital”, Cell Project Space (Londres, 2024); “This is Money”, Drei (Colónia, 2024); e “Couture”, Galerina (Londres, 2023). As suas exposições coletivas incluem “Undermining the Immediacy”, MMK (Frankfurt, 2025); “Ensemble, The Perimeter (Londres, 2025); “ZONE”, Reena Spaulings (Nova Iorque, 2024); “118 ½”, Emalin (Londres, 2024); “A Crooked World”, Drei (Colónia, 2023); “Slow Dance (3)”, Stadtgalerie (Berna, 2023); “Ways of Living 3.0”, Arcadia Missa (Londres, 2023); “World as diagram, work as dance”, Emalin (Londres, 2023); e “Hello” Galerina (Londres, 2022).

Luísa Castel-Branco revisita o Portugal do Estado Novo no seu mais recente romance



Se Este Foi o Meu País, o novo romance de Luísa Castel-Branco, chega às livrarias a 2 de outubro e assinala o regresso da autora à ficção com uma escrita mais madura e profundamente humana. Neste livro, Luísa Castel-Branco revisita o Portugal do Estado Novo para contar a história de uma família burguesa, centrando-se nas mulheres que a compõem e oferecendo um retrato pungente de um tempo que foi o nosso e sem o qual não estaríamos aqui.

Num país onde a Liberdade era mais rara do que uma pedra preciosa, uma mãe e três filhas nascem, crescem e descobrem-se num tempo em que não ser homem era quase uma sentença. Ligadas pelo sangue, mas radicalmente diferentes, estas quatro mulheres vivem enredadas nas teias do quotidiano burguês, divididas entre o desejo e a razão, o amor e a sobrevivência. Cada uma coloca, dia após dia, nos dois pratos da balança cabeça e coração, conscientes de que basta um grama de amor ou razão para mudar tudo.

Através desta história familiar, o leitor reconhece e revisita momentos da nossa História recente sob uma nova luz. Sem cedências revivalistas ou sentimentais, Luísa Castel-Branco olha para o Portugal da sua infância com a distância e a sensibilidade de quem é hoje uma mulher diferente. O resultado é um romance de viragem na sua obra, onde cada personagem feminina é uma espécie de caleidoscópio de possibilidades num tempo em que as mulheres tinham muito menos liberdade e autonomia.

Considerada uma das autoras mais queridas do público português, Luísa Castel-Branco regressa assim à ficção com um livro intenso e profundamente realista, capaz de tocar tanto pela força das suas personagens como pela atualidade das questões que levanta.

Se Este Foi o Meu País estará disponível em todas as livrarias a partir de 2 de outubro.

Sobre a Autora

Luísa Castel-Branco nasceu em Lisboa, em 1954. Desde sempre ligada à comunicação, colaborou no Semanário e fez parte do grupo fundador da Máxima. Foi assessora de imprensa de vários gabinetes ministeriais e criou uma agência de comunicação, dedicando-se ao marketing político. Em 1999, integrou o projeto CNL, onde começou a sua carreira televisiva. Depois do talk show Luísa, apresentou vários programas e, na SIC Mulher, foi o rosto de Vícios e Virtudes. Nos últimos anos, marcou presença como comentadora de televisão.  A autora estreou-se na ficção com Alma e os Mistérios da Vida, uma obra que convenceu a crítica e conquistou o público. Desde então, publicou mais de uma dezena de títulos. Se Este Foi o Meu País é o seu mais recente romance. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Ana Castela - Um mês para os concertos em Portugal



A contagem decrescente já começou: falta menos de um mês para Ana Castela regressar a Portugal e reencontrar o público português. A artista brasileira, um dos maiores fenómenos da música sertaneja da atualidade, prepara-se para três concertos imperdíveis: 24 e 25 de outubro na Super Bock Arena, Porto, e 26 de outubro no MEO Arena, Lisboa, e esta é a derradeira oportunidade para agarrar os últimos bilhetes disponíveis.

Depois de ter conquistado o país na sua última tour, com três datas esgotadas, Ana Castela, promete agora elevar a fasquia com um espetáculo ainda mais vibrante, marcado pela sua energia contagiante e pela ligação única com os fãs.

No alinhamento, não faltarão êxitos como “Nosso Quadro”, “Pipoco”, “As Meninas da Pecuária”, bem como temas do mais recente álbum “Let’s Go Rodeo”, editado este ano.

Com uma produção imersiva e uma performance arrebatadora, Ana Castela traz de volta toda a autenticidade, carisma e força que a tornaram numa das vozes mais marcantes da sua geração. Uma oportunidade única para viver de perto o fenómeno da eterna “Boiadeira”.

Os últimos bilhetes estão disponíveis em bol.pt e nos locais habituais. Espetáculos com o apoio da Rádio Comercial.

Metrónomo com alma: O ritmo vivo de Tony Allen



Depois da homenagem a Raymond Scott e Delia Derbyshire, a Sala do Capítulo do Museu de Leiria abre um novo ciclo expositivo, entre os dias 4 de Outubro e 30 de Novembro, desta vez dedicado a um dos mais revolucionários bateristas da história da música: Tony Allen.

Tony Allen (1940–2020) reinventou a bateria ao fundir jazz, funk e ritmos iorubás, foi um dos bateristas mais inovadores e autodidatas de sempre. Allen criou padrões rítmicos que transformaram a música e deram forma ao Afrobeat, um género que mudou para sempre a música popular do século XX. “Sem Tony Allen, não haveria Afrobeat”, afirmou o próprio Fela Kuti.

A sua criatividade, técnica e sensibilidade musical inspiraram gerações de músicos em todo o mundo, deixou um legado de ritmo vivo, energia e invenção que continua a ecoar na música contemporânea.

Entre 4 de Outubro e 30 de Novembro, a Sala Capítulo do Museu de Leiria convida o público a descobrir a energia pulsante de Tony Allen, um metrónomo com alma cujo legado continua vivo e a ressoar em palcos de todo o mundo.

Para este Capítulo, o pintor Leonardo Rito, foi desafiado a criar uma obra inédita, onde imagina como seria a capa de um álbum de Tony Allen nos dias de hoje, e a dupla de percussionistas Vasco Silva e Pedro Marques, representantes da nova geração de músicos, respondem ao desafio de como soaria um álbum de Tony Allen, onde exploram a bateria como território de invenção e trazem para o palco a energia e o espírito de Allen, num concerto marcado para o dia 19 de Outubro.

A mostra é a terceira de quatro que se realizarão ao longo de 2025, sempre na sala do Capítulo do Museu de Leiria. Depois de Raymond Scott, Delia Derbyshire e Tony Allen, o próximo e último capítulo deste ano vai debruçar-se sobre a carreira e legado de Ryuichi Sakamoto.

Capítulo é uma iniciativa da CCER MAIS, CRL com co-produção do Museu de Leiria e co-financiada pela Direcção Geral das Artes e Município de Leiria.



«A Loja Japonesa dos Desejos»: descubra um dos grandes sucessos da nova literatura do Japão



Situada na fronteira entre o mundo real e o mundo dos espíritos, a Rua do Anoitecer só pode ser vista por criaturas sobrenaturais ou por pessoas que se encontram vulneráveis devido a alguma angústia. No fim desta rua, encontra-se a Loja Japonesa dos Desejos, onde são vendidos doces com poderes mágicos.

Se pedir um desejo nesta loja, ele ser-lhe-á concedido. Mas pode não ser bem da forma que pensou… Por isso, entre, fique à vontade e descubra o novo livro-sensação japonês, já publicado em vários países. Em Portugal, A Loja Japonesa dos Desejos, de Hiyoko Kurisu, chega às livrarias a 2 de outubro.

Atrás do balcão desta loja peculiar está Kogetsu, o proprietário, um jovem de grande beleza, olhos dourados e… orelhas de raposa? Os doces encantados que este jovem vende podem ter efeitos imprevisíveis. Siga as instruções, respeite a dose recomendada e deixe-se levar pela magia!

Dividido em seis capítulos, que misturam magia, bondade e superação, quase como se de uma fábula se tratasse, A Loja Japonesa dos Desejos é o presente perfeito para quem adora romances japoneses, mas não só. Estes seis capítulos – histórias comoventes e interligadas – são sobre os sentimentos que nos tornam vulneráveis e, ao mesmo tempo, fortes.

Com 4,7 estrelas Amazon, tradução do japonês de Jefferson José Teixeira e adaptação para o português europeu por Hélder Guégués, A Loja Japonesa dos Desejos, de Hiyoko Kurisu, ficará disponível a 2 de outubro.

Sobre a Autora

Hiyoko Kurisu nasceu na província de Ibaraki, no Japão. É a autora premiada de vários romances e das chamadas «light novels» japonesas, além de obras mangá. O seu livro mais recente é The Twilight Post Office in the Night Alley, a sequela de A Loja Japonesa dos Desejos, que também será publicado em vários idiomas um pouco por todo o mundo.

Aerodinâmica na Mercedes-Benz



Baixa resistência ao ar significa elevada eficiência. Isto torna o comportamento aerodinâmico crucial, especialmente para os veículos elétricos. A redução do coeficiente de arrasto aerodinâmico em apenas 0,01 permite aumentar a autonomia em viagens longas em cerca de 2,5 por cento. Com base numa quilometragem anual de 15 000 quilómetros, a correspondente otimização aerodinâmica resulta em mais 375 quilómetros de distância.

A Mercedes-Benz reconheceu cedo que a aerodinâmica é fundamental para a eficiência. Assim, a lista de modelos com desempenho aerodinâmico de topo é longa: começa com o W 125 de 1937, passando pelo 540 K “Streamliner” de 1938 e o C111 dos anos 70, até ao W124 de 1984, que com um Cd de 0,29 foi o primeiro automóvel de produção a ficar abaixo de 0,30. Mais recentemente, devem ser mencionados o CLA de 2013 com um Cd de 0,22, o EQS com 0,20, e o atual CLA com Tecnologia EQ com um valor líder na sua classe de 0,21. Outro campeão de aerodinâmica é o VISION EQXX de 2022. Com um Cd de 0,17, esta plataforma tecnológica oferece ao vento ainda menos resistência do que uma bola de futebol americano. Enquanto o foco do VISION EQXX estava na própria eficiência, o AMG GT XX teve como objetivo principal garantir essa eficiência a velocidades superiores a 300 km/h. Graças, não menos, ao seu valor de Cd de 0,19 e à aerodinâmica inteligente, o AMG conquistou 25 recordes mundiais de longa distância na pista de testes de Nardò em agosto de 2025.

Anteriormente, e especialmente nas corridas, as velocidades atingíveis e as altas velocidades em curva, ou seja, a força descendente, eram o foco. Atualmente, o principal objetivo é o consumo de energia e a autonomia, mantendo as características de condução famosas e muito apreciadas da Mercedes. Mas não só em termos de resistência ao ar, também nas outras disciplinas aerodinâmicas no que diz respeito a aeroacústica, limpeza do veículo e conforto de condução com capota aberta, os modelos Mercedes‑Benz estão na vanguarda há muitas décadas.

Isto deve-se também ao elevado nível de esforço de desenvolvimento que a marca da estrela dedica a esta área: o “Grande Túnel de Vento” em Untertürkheim foi o primeiro do mundo do seu género para o desenvolvimento automóvel. O primeiro teste documentado teve lugar ali há mais de 80 anos, em 5 de fevereiro de 1943. O “Grande Túnel de Vento” continua a ser utilizado. Em 2013, a Mercedes‑Benz voltou a assumir a liderança nos testes de aerodinâmica com o túnel de vento aeroacústico no Centro de Desenvolvimento de Sindelfingen.

Pequenos detalhes, grande impacto: otimização aerodinâmica do CLA
Por maior que seja o valor acrescido na condução do dia a dia, as otimizações aerodinâmicas dos veículos são igualmente extensas, como mostra o exemplo atual do novíssimo CLA elétrico. Com um Cd a partir de 0,21, este modelo totalmente elétrico é um dos melhores da sua classe. Dentro da gama, a diferença também é muito pequena. Isto deve-se em parte à ampla gama de jantes otimizadas aerodinamicamente. Incluem, pela primeira vez, um revestimento total bicolor para jantes em liga leve. Comparada com uma jante convencional, tem um desempenho até 15 pontos Cd melhor; em comparação com uma jante de alumínio aero já otimizada, a vantagem ainda é de até dois pontos Cd. Além disso, os engenheiros de aerodinâmica otimizaram os spoilers das rodas dos eixos dianteiro e traseiro em todos os tamanhos de rodas, minimizando o impacto das rodas e dos pneus na resistência ao ar.

Em redor da grelha frontal e dos faróis, as juntas estão posicionadas de forma otimizada e parcialmente vedadas. O conceito de plataforma do EQS e do EQE foi adicionalmente desenvolvido. A secção inferior da carroçaria, muito suave, está quase completamente fechada, com os braços de controlo e os tirantes também cobertos. O revestimento das cavas das rodas traseiras está fixado à carroçaria, não tem ligações aos componentes na sua proximidade e, por conseguinte, não se move com o eixo, por exemplo, durante a fase de compressão da suspensão. Para evitar quaisquer compromissos aerodinâmicos, a Mercedes‑Benz disponibiliza duas versões de difusores para a secção traseira do CLA totalmente elétrico: nas versões com e sem gancho de reboque.

Para uma maior autonomia, segurança e conforto
Aerodinâmica na Mercedes-Benz: as disciplinas de aerodinâmica
  • O mais importante para a eficiência: otimização do fluxo de ar
  • Crucial para o conforto em longas distâncias: aeroacústica
  • Contributo para a segurança ativa: manter o veículo limpo
Em viagens longas, a aerodinâmica é de longe o fator com mais influência na eficiência. Um ponto no valor Cd, ou seja, um milésimo (0,001), equivale a uma poupança de dez quilos de peso no ciclo WLTP. Ou, por outras palavras: menos um ponto Cd significa aproximadamente mais um quilómetro de autonomia para veículos elétricos. Um valor Cd mais baixo é particularmente vantajoso a velocidades mais elevadas e contribui para a filosofia de “Eficiência na Vida Real” orientada para o cliente da Mercedes‑Benz. Isto porque a resistência do ar aumenta com o quadrado da velocidade. Isto significa que se a velocidade duplicar, a resistência ao ar quadruplica.

O coeficiente de resistência aerodinâmica Cd, adimensional, é a medida da qualidade aerodinâmica de um corpo e, portanto, também de um automóvel. A designada área frontal indica a área dianteira projetada de um veículo que está sujeita ao vento. Anteriormente, era determinada projetando a sombra da carroçaria com uma lâmpada muito distante sobre um ecrã transparente. Depois, desenhava-se o contorno e calculava-se a área total a partir dos segmentos individuais. Atualmente, a área frontal é digitalizada com barreiras de luz laser. A área frontal multiplicada pelo valor Cd determina a resistência ao ar.

As boas características de fluxo do ar contribuem decisivamente para um baixo consumo de energia em condições normais de utilização. Mas também a segurança, o conforto e o meio ambiente beneficiam da eliminação de turbulências de ar perturbadoras. Baixos valores de força ascendente garantem uma boa aderência à estrada, e o baixo ruído do vento assegura um elevado nível de tranquilidade e conforto em viagens longas. Desta forma, os passageiros podem realizar viagens longas de forma relaxada e segura.

A Mercedes-Benz otimiza as características de fluxo de ar dos veículos até ao mais pequeno detalhe através de um grande número de ciclos de cálculo, simulações (ver parágrafo a seguir) e medições no túnel de vento em Sindelfingen. Além da geometria exterior, são geralmente as muitas pequenas medidas que conduzem a valores aerodinâmicos de topo. Estas incluem a redução da área frontal, um conceito de vedação extenso e o revestimento da secção inferior da carroçaria. Spoilers especiais nas rodas dianteiras e traseiras ajudam frequentemente a garantir que o ar circula em torno das rodas com a menor resistência possível. O ajuste aerodinâmico rigoroso também é realizado nas jantes e nos pneus. Um sistema de persianas móveis atrás da grelha frontal está disponível em muitos modelos, dependendo do mercado, que regula o fluxo de ar através do compartimento do motor conforme necessário. Isto evita fluxos de ar desnecessários e, assim, um aumento do consumo.

Para otimizações em fases iniciais: simulação extensiva
Enquanto o comportamento de fluxo do ar era otimizado nas fases iniciais de desenvolvimento com modelos no antigo túnel de vento em Untertürkheim, este trabalho fundamental é agora realizado exclusivamente por simulação. Já numa fase precoce, o campo de fluxo tridimensional que envolve fundamentalmente os veículos é calculado em clusters de simulação de alto desempenho utilizando um software de cálculo da dinâmica de fluidos (CFD - Computational Fluid Dynamics).

Pouco depois do início do projeto, na fase do conceito dimensional, são normalmente realizados vários estudos extensivos DOE (Design of Experiments) com até 250 cálculos por estudo com base no modelo antecessor. Os engenheiros de aerodinâmica definem o intervalo dimensional de parâmetros de determinados componentes, por exemplo, para a possível altura da tampa da bagageira.

Uma investigação DOE deste tipo demora vários dias e cobre completamente o intervalo dimensional dos parâmetros especificados. Com base nestas simulações, pode então ser calculado um ponto ótimo global ou local, ou, ainda mais importante nesta fase, pode ser determinada a influência dos parâmetros individuais e das suas dependências mútuas na resistência ao ar. Com a ajuda do método DOE, requisitos aerodinâmicos concretos podem ser transmitidos e discutidos com os colaboradores da área do conceito dimensional e do departamento de design, logo nesta fase muito inicial.

Nos últimos anos, os especialistas em aerodinâmica da Mercedes-Benz desenvolveram intensivamente os processos de cálculo automatizados, incluindo o DOE. Para atingir o recorde mundial de aerodinâmica do EQS, foram necessários cerca de 1000 cálculos no túnel de vento virtual com a utilização de aproximadamente 700 CPUs por cálculo.

Para um interior silencioso: aeroacústica e psicoacústica
No desenvolvimento aeroacústico, a Mercedes‑Benz trabalha sempre em duas frentes: por um lado, deve ser gerado o mínimo de ruído possível na fonte, ou seja, quando o ar circula em torno da superfície exterior do veículo com todos os seus elementos. Já na fase inicial do desenvolvimento de um novo modelo, a equipa de engenharia começa, portanto, a definir as dimensões geométricas particularmente relevantes a este respeito, por exemplo nos pilares A e nos espelhos retrovisores exteriores.

O pré-design é realizado através de uma simulação em CFD (Computational Fluid Dynamics), com simulações detalhadas nas áreas mais críticas do veículo e com a ajuda de modelos físicos à escala real (1:1) no túnel de vento. Em combinação com uma matriz composta por 350 microfones, as fontes locais de som na superfície exterior do veículo podem ser visualizadas em três dimensões. Desta forma, mesmo os mais pequenos detalhes em áreas importantes podem ser desenvolvidos desde cedo.

Por outro lado, a qualidade da vedação e do isolamento acústico contribui de forma decisiva para garantir que os ruídos inevitáveis do vento deixem de ser sentidos ou não sejam sentidos como perturbadores no interior. Um requisito básico para um baixo nível de ruído do vento no interior é a estanqueidade ao ar das vedações das portas e dos vidros. Isto aplica-se em particular a veículos com vidros laterais sem moldura. Com cabeças artificiais, mesmo os mais pequenos pontos fracos podem ser localizados de forma específica, sendo depois eliminados da melhor forma possível através de soluções técnicas.

Algumas revistas de automóveis utilizam um medidor de nível de pressão sonora na realização de testes. No entanto, tais medições refletem apenas de forma incompleta a realidade, porque o ouvido humano é mestre em localizar ruídos perturbadores. Por conseguinte, a Mercedes‑Benz investiga especificamente os efeitos psicoacústicos relevantes e a localização dos ruídos perturbadores. Com base em testes com sujeitos de ensaio, os especialistas da empresa chegaram mesmo a definir um índice de referência próprio. As suas variáveis medidas ponderadas cobrem todo o espectro de frequências da audição humana. Por exemplo, são consideradas as seguintes variáveis e os seus efeitos:

  • Intensidade sonora [sone]: representação da perceção humana da intensidade;
  • Nitidez [acum]: classificação dos ruídos desde inaudíveis a agudos, os componentes de maior frequência influenciam significativamente a nitidez;
  • Índice de articulação [%]: Inteligibilidade da fala, com especial foco na área de melhor audição humana. Quanto mais elevado o valor, maior a facilidade de manter e compreender as conversas.
As medições são normalmente realizadas no túnel de vento com as designadas cabeças artificiais binaurais. Ali, os microfones encontram-se em canais auditivos simulados, o que permite gravações fiéis ao ouvido. Dependendo do fenómeno em estudo, as cabeças artificiais sentam-se na posição do condutor ou ocupam outros lugares no veículo. Os resultados das medições fornecem então uma indicação realista de quão alto ou baixo, perturbador ou agradável, os passageiros sentem o ruído no interior.

Para uma visão desimpedida: manter os vidros limpos
Ter os vidros e os espelhos exteriores o mais limpos possível e, assim, uma visibilidade ideal em todas as condições, serve a segurança ativa. Por este motivo, a disciplina aerodinâmica de manter o veículo limpo sempre recebeu especial atenção na Mercedes‑Benz. Para não sobrecarregar a tecnologia de medição altamente sensível e as correias do túnel aeroacústico em Sindelfingen com testes de contaminação, estes continuam a ser realizados no “Grande Túnel de Vento” em Untertürkheim (ver capítulo especial).

A contaminação pode ser causada pela chuva, por veículos à frente ou por gotas levantadas pelas próprias rodas do veículo. No túnel de vento, esta contaminação é tornada visível com a ajuda de líquido fluorescente. O objetivo do trabalho de desenvolvimento é direcionar a água de modo que os campos de visão relevantes permaneçam idealmente limpos. Para esta finalidade, os engenheiros de aerodinâmica otimizaram, entre outros, o contorno dos pilares A com componentes integrados, bem como a forma dos espelhos retrovisores exteriores e das molduras dos vidros ou das guarnições em portas sem moldura.

Por exemplo, pequenas alterações geométricas no alojamento do espelho, otimizações detalhadas com vedações e uma faixa especial de deflexão de água podem reduzir significativamente a contaminação no vidro lateral. A Mercedes‑Benz estabelece como requisito que não haja qualquer comprometimento da visibilidade devido a pulverização, regos ou gotas isoladas na chamada área central de visão do vidro lateral e no espelho retrovisor exterior.

Tranquilidade ao conduzir de capota aberta: elevado conforto sem correntes de ar
Nos cabrios e roadsters, os engenheiros de aerodinâmica da Mercedes-Benz dedicam especial atenção ao chamado conforto sem correntes de ar, ou seja, a um habitáculo o mais livre de vento e agradavelmente moderado possível. Por exemplo, o CLE Cabrio é equipado de série com o aquecimento de pescoço AIRSCARF® e com o sistema defletor de vento elétrico AIRCAP®. Ambos os sistemas tornam a condução de capota aberta agradável mesmo a temperaturas exteriores baixas. O AIRSCARF® envolve o pescoço e a zona da garganta dos ocupantes dianteiros com um calor agradável, mesmo em condições de vento desfavoráveis.

O AIRCAP® pode ser estendido com o simples pressionar de um botão e reduz então de forma significativa a turbulência do ar no interior do modelo do quatro lugares. O sistema é composto por dois elementos: um defletor de vento que pode ser estendido alguns centímetros com uma rede na estrutura do tejadilho e um defletor de vento que também pode ser estendido atrás dos apoios de cabeça dos dois bancos traseiros.

Quando estendido, no entanto, o AIRCAP® pode constituir uma potencial fonte de ruído. Por conseguinte, no túnel de vento, os engenheiros de aerodinâmica passaram muito tempo a aperfeiçoar o design do sistema e das suas envolventes, reduzindo o ruído ao mínimo. Os especialistas otimizaram, entre outros aspetos, a escolha da rede, a geometria da aleta e outros raios e formas. A forma como o ar circula sobre a rede e como ambos os componentes do AIRCAP® interagem foi também investigada e adaptada às necessidades dos clientes.

Dispositivos de medição avançados e metodologia moderna
Aerodinâmica na Mercedes-Benz: os túneis de vento e dispositivos de medição
  • Tempestade sob comando: os túneis de vento em Sindelfingen e Untertürkheim
  • Clima conforme pretendido: os túneis de vento climatizados
  • Acústica: microfones e manequins de medição
Há muitas décadas que os especialistas da Mercedes-Benz otimizam as propriedades aerodinâmicas dos novos modelos de veículos. Equipamentos de medição e métodos avançados contribuem para isso. Inclui-se aqui em particular o túnel de vento aeroacústico de Sindelfingen. Com a sua excelente qualidade de fluxo, ruído de fundo muito baixo, simulação de estrada sofisticada e elevada eficiência, estabeleceu novos padrões aquando da sua inauguração em 2013. O centro de testes continua a ser um dos maiores e mais modernos do seu género no mundo. Oferece também um nível particularmente elevado de qualidade de simulação.

O túnel de vento segue o “design de Göttingen”, o que significa que, após a secção de medição, o ar é conduzido de volta para a turbina e novamente acelerado, poupando assim muita energia. A turbina tem um diâmetro de nove metros e conta com 18 pás que colocam o ar em movimento. Com um binário máximo de 202 150 Nm, o motor elétrico de acionamento possui cerca de mil vezes o binário de um motor de automóvel com bom desempenho. A uma velocidade do vento de 250 km/h, o consumo de energia é de cinco megawatt. A turbina roda então a 238 rotações por minuto e o caudal de ar atinge os 2000 m³, ou seja, cerca de três moradias unifamiliares por segundo. A velocidade máxima do vento é de 265 km/h.

A temperatura do ar no túnel de vento é mantida entre 23 e 24°C. Para poder medir com precisão, mesmo com temperaturas exteriores de inverno, o tubo de betão do canal é envolvido por um edifício e, por isso, encontra-se isolado. Antes de o ar acelerado pela turbina alcançar a secção de medição através de um bocal de 28 m², deve ser estabilizado com retificadores e grelhas de forma a eliminar turbulências e redemoinhos perturbadores. Para utilização como canal acústico, no qual são medidos os ruídos do vento dentro e fora do veículo em teste, foram integradas extensas medidas de isolamento acústico. Mesmo a 140 km/h, o ar flui pela secção de medição de forma quase silenciosa.

Secção de medição: cinco tapetes rolantes até 265 km/h
O centro da secção de medição, com 19 metros de comprimento, é o sistema de tapete rolante e balança de aproximadamente 90 toneladas com plataforma rotativa. O novo túnel de vento dispõe de um sistema de cinco tapetes para simular a estrada: um tapete pequeno corre sob cada roda e um tapete central, com nove metros de comprimento e mais de um metro de largura, corre entre as rodas. Todos os cinco tapetes funcionam de forma síncrona com o vento e reproduzem assim exatamente as mesmas condições que na estrada até 265 km/h. A balança de 24 toneladas, onde os veículos são montados, é extremamente sensível e mede ao grama mais próximo. Mesmo as linhas de fornecimento dos cabos têm de ser dispostas de forma a não introduzirem forças perturbadoras no sistema. Os valores medidos com a ajuda da balança aerodinâmica servem de base para determinar os coeficientes da força de resistência do ar, força lateral e força ascendente em cada eixo, bem como momento de inclinação, rotação e guinada.

O sistema de deslocação permite aos engenheiros posicionar diversas sondas aerodinâmicas ou microfones em torno do objeto de medição com altíssima precisão, para poderem realizar medições de pressão, acústica e velocidade de forma exata. O sistema do túnel de vento de Sindelfingen dispõe de sete eixos e pode assim cobrir um volume de medição de 19 x 14 x 5 metros. O peso deste sistema é de 26 toneladas, porque mesmo à velocidade máxima do vento, as sondas de medição devem permanecer exatamente e sem vibrações na sua posição.

O centro da secção de medição do túnel de vento é o sistema de cinco tapetes rolantes, com cerca de 90 toneladas, que reproduz de forma perfeita as condições de estrada. Graças à plataforma rotativa integrada, com um diâmetro de doze metros, os veículos a medir podem ser rodados em qualquer ângulo e, por exemplo, os ventos laterais podem ser simulados de forma realista.

De 1943 até hoje: o “Grande Túnel de Vento” em Untertürkheim
O “Grande Túnel de Vento” da então Daimler AG, na fábrica de Estugarda-Untertürkheim, foi o primeiro do mundo especialmente concebido para investigar as propriedades aerodinâmicas de veículos automóveis. As obras de construção começaram em 1939, impulsionadas pelo lendário pioneiro da aerodinâmica Wunibald Kamm. A primeira medição documentada teve lugar a 5 de fevereiro de 1943. Devido à guerra, apenas em 1954 o túnel de vento se tornou o primeiro do mundo a ser utilizado regularmente para medições em automóveis de tamanho real.

Sempre atualizado de acordo com os mais recentes padrões técnicos, o túnel de vento de Untertürkheim continua a ser indispensável para o desenvolvimento da Mercedes‑Benz, em especial para estudos de contaminação e testes de limpa para-brisas. Neste túnel, os engenheiros de aerodinâmica continuam também a testar se a camuflagem dos veículos de ensaio resiste a altas velocidades. E o “Grande Túnel de Vento” não tem este nome por acaso: muitos veículos comerciais da Mercedes‑Benz recebem também aqui os seus ajustes finais.

Além do trabalho aerodinâmico em veículos, o túnel de vento é por vezes utilizado também para testes não relacionados com automóveis: quer seja a televisão a filmar sequências para um documentário sobre furacões, trenós a serem otimizados para bobsleigh ou patinadores de gelo a aperfeiçoarem a sua postura, quem luta com ou contra o vento encontrará um aliado em Untertürkheim. Um dos desafios muito especiais foi a investigação aerodinâmica do revolucionário teto em forma de tenda do Estádio Olímpico de Munique.

Desde regiões tropicais até ao ártico: o clima nos túneis de vento climáticos
A Mercedes‑Benz opera também dois túneis de vento climáticos em Sindelfingen, que permitem reproduzir eventos meteorológicos no interior. Os túneis de vento climáticos permitem aos engenheiros otimizar veículos ou componentes recém-desenvolvidos para todas as condições meteorológicas numa fase inicial. Para os testes subsequentes no mundo real, em estradas sob o frio do ártico e sob o calor abrasador do deserto, apenas protótipos que já demonstraram um elevado grau de maturidade sob as influências climáticas mais adversas são lançados.

Um dos dois túneis de vento climáticos é concebido como canal frio, com uma faixa de temperatura de menos 40 a mais 40 graus Celsius. No canal quente, encontra-se disponível uma faixa de temperatura de menos 10 a mais 60 graus Celsius. Ambos os canais têm um dinamómetro de rolos integrado de dois eixos e permitem velocidades de até 265 km/h — reservas suficientes para colocar mesmo veículos desportivos à prova.

Tecnologia de medição moderna contra ruído do vento e correntes de ar
Uma matriz especial de microfones auxilia na medição de ruído no túnel de vento acústico. As medições extensivas no interior são também chamadas de “holografia acústica”. A Mercedes‑Benz utiliza 64 microfones duplos que permitem localizar áreas problemáticas na faixa de baixa frequência. Incluindo os dispositivos para medições externas, são utilizados quase 500 microfones.

No desenvolvimento aerodinâmico e aeroacústico utilizam-se manequins de medição, cabeças artificiais e microfones de campo próximo. “Tanja” é um desses manequins de medição: a Mercedes‑Benz utiliza-a para analisar correntes de ar em cabriolets e roadsters. Mais de uma dúzia de sensores na cabeça, pescoço e braços medem as velocidades do fluxo de ar no interior. “Tanja” cobre todos os lugares. Nos bancos da frente, 'ela' atua como um homem de 75 por cento, e atrás como um homem de 50 por cento. À frente, o manequim de ensaio é colocado de forma a ser maior do que 75 por cento de todos os homens. Atrás, a posição sentada corresponde à de um homem médio.

Do veículo em forma de lágrima ao VISION EQXX
Aerodinâmica na Mercedes-Benz: história
  • Inspirada na construção aeronáutica: otimizações aerodinâmicas de automóveis desde há muitos anos
  • Recordes na produção em série: antecessores do CLA com Tecnologia EQ
Campeões de aerodinâmica: veículos-conceito e plataformas tecnológicas, como o VISION EQXX
Há mais de 100 anos que a aerodinâmica entrou pela primeira vez no foco da ciência — mas apenas após a segunda crise do petróleo, há cerca de 45 anos, recebeu elevada prioridade no desenvolvimento de veículos. Os primeiros automóveis de passageiros foram derivados das carroças. Também devido às baixas velocidades possíveis, considerações aerodinâmicas não desempenhavam um papel importante. Mesmo os primeiros “verdadeiros” automóveis da marca Mercedes, de 1901, enfrentavam o vento de forma irregular. Por exemplo, o Mercedes Simplex de 1902 tinha uma área frontal de cerca de 3 m², e o seu valor de Cd de 1,05 significava que o vento encontrava quase dez vezes mais resistência do que num automóvel moderno.

Pouco depois da Primeira Guerra Mundial, os especialistas começaram a estudar a aerodinâmica dos automóveis. O designer de aeronaves Eduard Rumpler (1872-1940) apresentou o seu veículo em forma de lágrima em 1921, que com a sua carroçaria estreita não só abordava a questão da área frontal (2,4 m²), mas, com a sua forma de lágrima, minimizava a turbulência à frente e na esteira. O resultado parecia incomum, mas com um valor de Cd de 0,28 e uma resistência ao ar de 0,67 m², enviava um sinal claro.

Paul Jaray (1889-1974), outro “pai do streamlining”, também era oriundo da indústria aeronáutica. Também em 1921, solicitou uma patente que ainda hoje parece instruções para construir uma carroçaria moderna: “A parte inferior da carroçaria tem a forma de uma meia-carroçaria aerodinâmica e cobre o chassis com as rodas, o compartimento do motor e o habitáculo. A parte inferior é plana e corre paralela à superfície do piso.” Pela primeira vez, as rodas deixaram de estar livres, sendo protegidas pela carroçaria, e o fastback minimizava a turbulência na traseira. Como a tecnologia de transmissão convencional se ajustava à forma da carroçaria de Jaray, alguns construtores de automóveis produziram veículos segundo o seu princípio, incluindo a Mercedes-Benz: em 1935, foi criado um protótipo com a forma correspondente.

A maior desvantagem do streamlining de Jaray era a traseira longa — um espaço “morto”. A solução foi encontrada na década de 1930 por Wunibald Kamm (1893-1966), o primeiro professor de engenharia automóvel na Universidade Técnica de Estugarda e, em 1930, fundador do Instituto de Investigação Privado e Sem Fins Lucrativos para Engenharia Automóvel e Motores de Veículos em Estugarda (FKFS). Kamm cortou abruptamente a traseira aerodinâmica e desenvolveu o protótipo de um automóvel de passageiros aerodinamicamente inovador com o K-Wagen, de 1938 a 1941. O termo “Kamm-back” para a extremidade traseira recortada mantém-se até hoje. O veículo K3 baseava-se num Mercedes‑Benz 170 V e, com uma área frontal de 2,1 m², era caracterizado por um valor de Cd de 0,23, medido no túnel de vento de modelos da época.

O aumento da prosperidade e a queda do preço da gasolina na década de 1950 empurraram o esforço de redução da resistência à condução para segundo plano. Só com a segunda crise do petróleo em 1980 a atenção voltou-se para a redução do consumo e da resistência ao ar. Por essa razão, os automóveis de produção da Mercedes‑Benz estabeleceram repetidamente novas referências em termos de aerodinâmica: exemplos são o Classe S da série 126 apresentado em 1979 com Cd 0,36, os limousines do Classe E de série 124 introduzidos em 1984 com Cd 0,29, ou o limousine Classe S (W 220) apresentado em 1998 com Cd 0,27. Com um Cd de 0,22 e área frontal de 2,19 m², o CLA (W 117) atingiu a menor resistência ao ar de todos os veículos de produção em 2013 (o mesmo no Classe A limousine em 2018 e no Classe S série 223 em 2020).

Mais recentemente, o EQS conquistou este título em 2021. Com um Cd a partir de 0,20, a variante limousine do modelo elétrico é o veículo de produção mais aerodinâmico do mundo.

À frente do seu tempo: veículos recordistas, veículos aerodinâmicos e veículos-conceito
Os veículos de competição e de recorde aerodinamicamente aperfeiçoados também têm uma longa tradição na Mercedes‑Benz. O veículo recordista Mercedes‑Benz W 25 da época de 1936 tem um chassis com carroçaria totalmente aerodinâmica pela primeira vez. No túnel de vento da Zeppelin Works de Friedrichshafen, os especialistas analisaram e otimizaram a carroçaria em termos de tecnologia de fluxo. O resultado: Cd 0,24, recorde mundial de velocidade e três recordes internacionais de classe. Rudolf Caracciola alcança uma velocidade máxima de 372,1 km/h com o veículo recordista de 419 kW (570 CV).

O projeto seguinte, o veículo recordista Mercedes‑Benz W 125, estabeleceu o recorde mundial de velocidade em estradas públicas ainda válido hoje, a 28 de janeiro de 1938: Rudolf Caracciola atingiu 432,7 km/h. A versão recordista do Silver Arrow W 125 está perfeitamente preparada para o seu propósito especial no túnel de vento do Instituto Alemão de Investigação Aeronáutica em Berlim-Adlershof. A carroçaria plana, totalmente revestida, com traseira em forma de cunha, atinge um valor sensacional de Cd de 0,16. Isto inclui uma entrada de ar de dimensões radicalmente reduzidas na secção dianteira.

No entanto, os conhecimentos aerodinâmicos não são implementados apenas para viagens de recorde, mas também em estrada. O Mercedes‑Benz 540 K Streamliner, construído em 1938, coroou o desenvolvimento de veículos Mercedes‑Benz aerodinamicamente otimizados na década de 1930. Com as linhas fluidas e a silhueta baixa da sua carroçaria em alumínio, as fontes de perturbação minimizadas na superfície e a secção inferior da carroçaria revestida, o Streamliner exemplifica os resultados da investigação — apresentando um coeficiente de arrasto notavelmente baixo de Cd 0,36.

O streamlining dos Silver Arrows voltou ao foco do público mundial em 1954 com o veículo de corrida totalmente novo W 196 R. A versão aerodinamicamente otimizada foi construída primeiro para a época de 1954, porque a corrida de abertura em Reims, França, permitia velocidades muito elevadas. Pouco depois, seguiu-se uma segunda variante com rodas livres. O regresso às corridas da Mercedes‑Benz terminou de forma espetacular: Juan Manuel Fangio e Karl Kling conquistaram uma vitória dupla. Com a versão melhorada do Streamliner, Fangio também venceu o Grande Prémio de Itália de 1955.

A partir de 1969, a Mercedes‑Benz construiu uma série de veículos experimentais e de recorde com a designação interna C 111. O veículo recordista diesel C 111-III de 1978 foi consistentemente otimizado aerodinamicamente. O veículo é mais estreito do que os seus antecessores, tem uma maior distância entre eixos, cobertura total das rodas e uma longa traseira. Desta forma, o valor de Cd do C 111 foi reduzido para 0,18. Durante os recordes em Nardò, o Streamliner atingiu velocidades superiores a 300 km/h. Os nove recordes mundiais do C 111-III incluem também o de mais de 1000 milhas (1609 km) com uma velocidade média de 319 km/h.

A rigor, o Concept IAA (2015) incorpora dois veículos num só: por um lado, um coupé de quatro portas com um design fascinante, por outro, um recordista mundial de aerodinâmica com um Cd de 0,19. Além disso, a partir de 80 km/h, o estudo muda automaticamente do modo design para o modo aerodinâmica, alterando a sua forma através de numerosas medidas de aerodinâmica ativa: oito segmentos prolongam-se na traseira e alongam-na; flaps dianteiros extensíveis no para-choques dianteiro melhoram o fluxo em torno do arco e dos guarda-lamas dianteiros; as jantes ativas alteram a sua concavidade; e a barbatana no para-choques dianteiro move-se para trás, otimizando o fluxo na secção inferior da carroçaria.

Com um Cd de 0,172, o VISION EQXX (2022) oferece ao vento ainda menos resistência do que uma bola de futebol americana. A plataforma tecnológica deve o seu valor excecional de Cd à forma básica aerodinâmica, à inovadora placa de arrefecimento neutra do ponto de vista aerodinâmico na secção inferior da carroçaria, e à elaborada integração de elementos aeroativos e passivos na carroçaria.

No âmbito do programa tecnológico CONCEPT AMG GT XX, foi realizada investigação sobre uma tecnologia fundamentalmente nova: “Aerodinâmica por fio”. Pela primeira vez, a equipa de investigação conseguiu utilizar um atuador elétrico de plasma para criar uma separação de fluxo direcionada numa curva da carroçaria na traseira. Normalmente, isto requer um spoiler físico, geométrico, na parte exterior do veículo. Esta solução altamente inovadora reduz a resistência ao ar, melhora o desempenho aerodinâmico e permite uma liberdade de design completamente nova.