«Tenho a sensação de que, no meu caso, na minha situação de trânsfuga, a escrita é aquilo que posso fazer de melhor, como ato político e como dádiva», refere a escritora em A Escrita como Uma Faca, publicado pela Livros do Brasil, chancela do Grupo Porto Editora.
O livro é o resultado de uma longa entrevista de Annie Ernaux ao escritor Frédéric-Yves Jeannet. Durante um ano de troca de correspondência, a consagrada autora expôs com total franqueza os bastidores da sua produção literária, nomeadamente da recusa em embelezar a linguagem e do compromisso com uma escrita que seja justa, incisiva e politicamente consciente.
Ernaux abriu, desta forma, as portas aos leitores, dando-lhes acesso ao seu processo criativo, que mistura a sua própria vivência com o panorama social e político.
A obra conta com um posfácio da autora escrito em 2011, uma década após a realização daquela entrevista. A edição portuguesa encontra-se já em pré-venda e chega às livrarias no dia 2 de outubro.
Sobre a Autora
Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Normandia, em 1940, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017), o Prémio Formentor de las Letras (2019) e o Prémio Prince Pierre do Mónaco (2021) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional. Em 2022, Annie Ernaux foi distinguida com o Prémio Nobel de Literatura.