O mais recente filme de Tarik Saleh, sueco de origem egípcia, é um sufocante e magistral thriller que denuncia a corrupção assassina no meio político-religioso do Egipto contemporâneo.
O filme estreia em exclusivo a 23 de Novembro na Filmin.
Estreado em competição no Festival de Cannes 2022, onde venceu o prémio de Melhor Argumento, este é um ousado thriller de espionagem, de contornos políticos e religiosos, cuja narrativa se desenvolve de forma estonteante num campus egípcio.
Através de Adam, filho de um pescador a quem é dada a oportunidade de estudar na prestigiosa Universidade Al-Azhar no Cairo, o realizador Tarik Saleh, que nos tem vindo a habituar a coreografias intensas de tensão e acção, constrói uma poderosa e labiríntica saga política que expõe a corrupção oficial do Egipto que desencadeou a revolta da Praça Tahri.
Depois de dissecar a aceleração da revolução egípcia em The Nile Hilton Incident (Hadith Alnayl Ilitun), em 2017, Tarik Saleh estreou-se na Competição do Festival de Cannes com A Conspiração do Cairo (Walad Min Al Janna). O cineasta, jornalista e artista sueco regressa ao Egipto para uma nova investigação: desembaraçar os fios do tecido político e religioso da principal universidade do país.
O realizador de origem egípcia volta a mergulhar no que sabe fazer melhor com esta longa-metragem. Há cerca de vinte anos, Tarik Saleh produziu um documentário premiado sobre os campos de detenção da Baía de Guantánamo. Agora, traça um retrato de personagens cuja principal devoção permanece pouco clara: dedicam-se ao Islão ou a si próprios?
Os primeiros excertos deixam antever uma história ágil e envolvente sobre as lutas pelo poder para determinar quem será o próximo Grande Imã. A experiência do cineasta como jornalista transparece no pormenor meticuloso de cada cena, desde as ruas do Cairo até à Universidade de Al-Azhar, o coração pulsante da história.