terça-feira, 4 de junho de 2024

Candidatura da prática de Cavaquinho a Património Cultural Imaterial da Humanidade



“Rasgar” é o tílulo do novo trabalho de Júlio Pereira, (25º) incluído num livro com 260 páginas ilustradas, em formato 19x19cm, evocativo dos antigos EPs de vinil.  Será apresentado hoje, dia 4 de junho, pelas 18:30h, na Sala Luis de Freitas Branco do Centro Cultural de Belém, em Lisboa e no dia 5 de junho, também pelas 18:30h, na Sala Cibermúsica da Casa da Música, no Porto.

O painel de apresentação desta obra é composto por Júlio Pereira (músico/compositor), por Nuno Cristo (etnomusicólogo, autor do texto), por Susana Sardo (etnomusicóloga, autora do prefácio), por Paulo Lima (antropólogo), por Domingos Morais (educador pela arte) e por José Moças (director Tradisom).

Ao longo das páginas do livro podemos inteirarmo-nos da Prática do Cavaquinho, desde a atualidade  até informação mais remota do instrumento, passando pelos momentos em que se cruza com o próprio autor numa historiografia inédita da trajectória do músico enquanto executante, compositor e promotor do cavaquinho.

Este estudo, verdadeiramente pioneiro, constitui a mais recente contribuição para um conhecimento atualizado do Cavaquinho, nas diversas versões que este foi assumindo, desde o séc. XIX, citando, pela primeira vez, uma série de autores, revelando repertórios e contextos sociais relacionados com a prática do Cavaquinho em Portugal em diversas épocas e lugares. Igualmente pioneira é a publicação de imagens raras, algumas delas até agora desconhecidas do grande público.

O livro é editado numa versão bilingue, em português e em inglês, de modo a ser acessível à comunidade internacional, dado que a construção do Cavaquinho é classificada como Património Cultural, sendo a entidade responsável pelo registo no Inventário Nacional, a Associação Cultural Museu Cavaquinho, da qual Júlio Pereira é o Presidente.

O disco intitula-se “Rasgar”, numa alusão, em primeira instância, à técnica de fazer deslizar os dedos da mão direita sobre as quatro cordas do cavaquinho, num movimento quase ininterrupto e que permite fazer em simultâneo, a harmonia, a melodia e o ritmo.

Mas “Rasgar” assume também outros significados, prosseguindo a trajetória de estudo e divulgação do Cavaquinho que Júlio Pereira encetou há décadas atrás, desta vez com um ênfase claro nos propósitos da Associação Museu Cavaquinho para o devido reconhecimento da prática do cavaquinho através de uma grande comunidade de grupos de que existe em Portugal, rasgando no entanto os seus horizontes, através do diálogo com instrumentos ou géneros de outra culturas.

O álbum em que o autor compôs alguns temas especificamente para tocadores de cavaquinho, rasga, igualmente os mares da lusofonia, e conta com a colaboração das vozes da brasileira Luanda Cozetti no tema “Boda Atlântica”, que navega algures entre o Marão e o Sertão e da Moçambicana Selma Uamusse, na belíssima “Terra d'Água”.



Rasgar”, com música e direcção musical de Júlio Pereira foi misturado em Dolby Atmos, uma das mais recentes tecnologias de som surround, que expande a experiência áudio tornando-a mais envolvente para o ouvinte. Poderá ser ouvido desta forma nas plataformas digitais com suporte para esta tecnologia, como a apple musica, amazon, etc.

Agora que a construção do cavaquinho é Património Nacional, Júlio Pereira, enquanto Presidente da Associação Museu Cavaquinho, vai iniciar o processo para a candidatura objectiva da prática do cavaquinho à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.