Esta semana dentre as várias estreias de cinema nas salas nacionais o "Cultura e não Só" destaca as seguintes:
A Morte de Estaline
Março de 1953. Depois de 30 anos a governar a União Soviética sob um regime ditatorial, Joseph Estaline morre. Nos dias imediatamente a seguir, os membros do comité do Partido Comunista, outrora fiéis seguidores do ditador, revelam a sua sede de poder. O cargo de líder está livre e pode pertencer-lhes. Os dados estão lançados. Vencerá quem for mais hábil na manipulação e traição.
Adaptação da novela gráfica com o mesmo nome, da autoria dos franceses Fabien Nury e Thierry Robin, uma comédia negra em tom de sátira política, assinada por Armando Iannucci ("Em Inglês, S.F.F."). Estreado em 2017, no Festival de Cinema de Toronto, o teor deste filme causou muita controvérsia entre políticos e figuras das artes de vários ex-membros da União Soviética. Foi banido na Bielorrússia, no Cazaquistão, no Quirguistão e na Rússia. Os actores Steve Buscemi, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor, Paddy Considine, Tom Brooke, Olga Kurylenko, Justin Edwards e Michael Palin, entre outros, dão vida às personagens.
The Forgiven - Redenção
Após o fim do "apartheid" – o regime de segregação racial vigente em África do Sul entre 1948 a 1994, durante os sucessivos governos do Partido Nacional – o arcebispo sul-africano Desmond Mpilo Tutu, prémio Nobel da Paz em 1984, é chamado a efectivar a Comissão de Verdade e Reconciliação. Sob o seu comando, a comissão responsabilizou-se por examinar crimes contra pessoas de raça negra cometidos entre 21 de Março de 1960, data do massacre de Sharpeville, e 10 de Maio de 1994, dia do início do mandato de Nelson Mandela na Presidência da República. A ideia era concretizar uma justiça baseada na necessidade de ouvir, compensar e dignificar as vítimas mas, simultaneamente, ouvir e compreender quem cometeu os crimes. É neste contexto que o arcebispo visita Piet Blomfeld, um recluso numa prisão de alta segurança que é acusado de ter assassinado uma jovem adolescente negra (cujo corpo nunca foi encontrado), para avaliar uma eventual indulto. Apesar das boas intenções de Desmond, o criminoso não revela remorsos nem qualquer intenção em colaborar. Na verdade, o que acaba por fazer é insultá-lo de tal modo que faz nascer dentro dele um sentimento de dúvida e inquietação. Mas quando um companheiro de cela atenta contra a sua vida, Blomfeld decide confessar. No entanto, dentro da cadeia há quem tenha muito a perder com a sua confissão…
Com Forest Whitaker no papel real de Desmond Tutu e Eric Bana a encarnar a personagem ficcionada de Piet Blomfeld, um "thriller" psicológico sobre um delicado momento histórico, com realização de Roland Joffé – "Terra Sangrenta" (1984), "A Missão" (1986), "Adultério" (1995), "Encontrarás Dragões" (2011) –, segundo um argumento seu e de Michael Ashton.
Cá Por Casa Tudo Bem
Uma família italiana igual a tantas outras reencontra-se para celebrar as bodas de ouro de Alma e Pietro, os patriarcas. O evento decorre em Ischia, a pequena ilha onde o casal de idosos vive há já várias décadas. Tudo corre bem até surgir uma tempestade que força as autoridades a cancelarem todos os "ferries" que partem da ilha. Isso obriga os convidados a prolongar a estadia até passar o temporal. O que poderia ser um agradável alongar das festividades acaba por se transformar num pesadelo, trazendo à tona ressentimentos de toda a espécie e dando origem às mais inesperadas discussões…
Com realização do italiano Gabriele Muccino ("Lembra-te de Mim", "Em Busca da Felicidade”, "Sete Vidas", "Fintar o Amor"), segundo um argumento seu e de Paolo Costella ("Amigos Amigos, Telemóveis à Parte"), uma comédia de costumes que se tornou um enorme êxito no seu país de origem. Os actores Stefano Accorsi, Carolina Crescentini, Elena Cucci, Tea Falco, Pierfrancesco Favino, Gianmarco Tognazzi e Claudia Gerini, entre outros, dão vida às personagens.