Livro parcialmente autobiográfico, que conjuga ficção, memória e sonho, Divórcio é considerado uma das mais entusiasmantes redescobertas literárias do momento, que coloca Susan Taubes — confidente e amiga íntima de Susan Sontag — ao lado das maiores figuras da literatura contemporânea.
Um romance inovador e brilhante sobre o colapso de um casamento, mas acima de tudo a descrição do abismo que se abre entre uma mulher e o seu mundo interior e exterior.
Sophie Blind, a protagonista desta história, revisita o passado e interpreta o presente, escava os recantos da sua consciência, por meio de episódios fragmentados, avanços e recuos — para descobrir no seu casamento, e no dos seus pais, um processo de anulação de si própria e de crescente atracção pela morte, somente interrompido pelo acto da escrita.
Divórcio foi publicado em 1969 e, à época, largamente ignorado. Com a morte precoce por suicídio da sua autora acabou por cair no esquecimento. Experimental, negro e espirituoso, é o primeiro romance de Susan Taubes, uma das mentes mais interessantes do século XX.
Sobre a Autora
Susan Taubes (1928–1969), nascida Judit Zsuzsanna Feldmann, cresceu em Budapeste, na Hungria, no seio de uma família judaica. Filha de um psicanalista e neta de um rabino, emigrou para os EUA em 1939. Estudou Filosofia e Religião em Jerusalém, na Sorbonne e em Harvard. Em 1949, casou com o filósofo e académico Jacob. Entre 1960 e 1969, ensinou Religião, foi curadora da Bush Collection of Religion and Culture e membro do Open Theater. Inteligente e cosmopolita, pertencente à elite intelectual da época, Susan conjugou carisma e fascínio em vida. Nos seus círculos sociais mais próximos contava-se, por exemplo, Susan Sontag, confidente e amiga íntima. Escreveu dois romances, Divórcio e Lament for Julia, ainda inédito. O seu suicídio por afogamento ocorreu pouco depois da publicação do primeiro, em novembro de 1969.