quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Dom Quixote e o seu labirinto vital


Extraído o material clínico, “trabalhei-o com o método fenomenológico adaptado às ciências psíquicas, nas suas duas variantes capitais, a compreensiva e a estrutural. Esta via científica conduziu-me a distinguir, na obra genial de Cervantes, três registos ou níveis compreensivos e estruturais. Tal distinção constitui a coluna vertebral deste livro que o amável leitor começou a ler. Podemos enunciar estes três registos oferecidos pela leitura fenomenológica de Dom Quixote como realidade, espírito e mito. 
O plano da realidade está ocupado pela pessoa do fidalgo Alonso Quijano, transformado em Dom Quixote, ao sofrer um impacto de um transtorno mental, identificado nestas páginas como um episódio maníaco ou hipertímico”.
Quanto aos outros dois níveis, o leitor terá oportunidade de os conhecer ao longo da obra.

Sobre o Autor

Catedrático de Psiquiatria da Universidade Complutense de Madrid, da qual foi nomeado com carácter vitalício Catedrático Emérito desde 1990. 
Prémio Nacional Rubio de Medicina (1961). Primeiro presidente da Sociedade Espanhola contra o Alcoolismo e a Toxicodependência (1972-1974). «Asturiano do Ano» (1981). Prémio da Investigação em Psiquiatria pelo Instituto Superior de Estudos Sanitários de Roma (1988). Presidente de Honra da Sociedade Europeia de Psiquiatria Social (2005). «Prémio à Excelência Sanitária» pelo Instituto Europeu de Saúde e Bem-Estar Social, da OMS (2008). 
Autor de cerca de meio milhar de trabalhos publicados em revistas científicas espanholas ou estrangeiras e de quarenta e nove livros. 
A sua obra poligráfica inclui várias orientações originais de relevo: nova concepção do fenómeno alucinatório (psicopatologia); a depressão tetra-dimensional, a personalidade pré-alcoólica, os tipos de alcoólicos, a forma pseudopsicopática do transtorno bipolar (psiquiatria clínica); a transformação trans-histórica do neurótico, o trabalho como marcador de saúde mental ou como vício (psiquiatria social); as alterações da temporalidade e da espacialidade (psiquiatria antropológica); o perfil dos Áustrias Espanhóis e de Filipe V (psico-história; nova perspectiva de Dom Quixote e Sancho, e de Dom Juan Tenório (psicoliteratura); a personalidade de Goya, a arte depressiva (psico-arte); vivências do estigma¬tizado religioso (psicomística).