sexta-feira, 8 de setembro de 2023

«A Terra Tem Sede»: a história e os desafios dos rios



O relatório das Nações Unidas de 2022 fez soar o alarme: quatro mil milhões de pessoas vivem em zonas que todos os anos são afetadas ao longo de vários meses por uma grave penúria de água.

«Mais de três mil milhões de seres humanos não podem sequer fazer o primeiro dos gestos que os defendem das doenças: lavar as mãos. E essa água, quando existe, foi impunemente conspurcada: 80% dos líquidos usados, industriais e urbanos, são lançados nos rios sem qualquer tratamento.»

Num parágrafo, Erik Orsenna explica-nos a frágil condição de saúde de um planeta, do seu apelo, dos heróis que lhe responderam e do modo como a humanidade mina as possibilidades do seu próprio salvador, com a multiplicação de barragens ou a poluição. Nesta grave conjuntura, o autor questiona: até quando poderão os rios cumprir uma missão fundamental se a sabotamos perpetuamente?

Na mais premente expedição ao reino dos cursos de água da Terra, o escritor, economista, especialista em desenvolvimento sustentável do ambiente, da agricultura e das economias emergentes e membro da Academia Francesa, narra, numa prosa tão envolvente e majestosa quanto os protagonistas da sua obra, a história e os atuais desafios de trinta e três rios de todo o planeta.

Do célebre Ganges ao impressionante Mississípi, do gigante Amazonas ao ameaçadíssimo Tejo, A Terra Tem Sede – Guerras e paz nos reinos dos rios percorre as inúmeras perspetivas sobre «o mais complexo e apaixonante de todos os seres vivos», demonstrando a sua importância para responder ao apelo do planeta, bem como os desafios geoestratégicos que se prendem com as questões do clima e da água.

Sobre o Autor

Nascido em 1947, Erik Orsenna é escritor, economista, membro da Academia Francesa e especialista em desenvolvimento sustentável do ambiente, da agricultura e das economias emergentes. Após estudos de filosofia, ciência política e economia, foi professor de Finanças Internacionais e de Economia do Desenvolvimento na Universidade de Paris I e na École normale supérieure de Paris. Conselheiro cultural do presidente Mitterrand de 1983 a 1984, foi assessor de Roland Dumas para as questões africanas no Ministério dos Negócios Estrangeiros no início dos anos 1990. Nomeado conselheiro de Estado em 2000, integra o Alto Comissariado para a Francofonia e é embaixador do Instituto Pasteur. Autor de numerosas obras, ensaios e romances, recebeu o Prémio Goncourt por L'Exposition coloniale em 1988, o Prémio Joseph-Kessel por L’Avenir de l’eau em 2009 e o Grande Prémio da Sociedade de Geografia de França pelo conjunto da sua obra em 2021. Preside à associação Iniciativas para o Futuro dos Grandes Rios.