Livros do Brasil publica «Caro Professor Germain», obra inédita em Portugal, que reúne a correspondência trocada entre Albert Camus e o seu estimado professor primário.
Os destinos de Albert Camus e Louis Germain cruzaram-se na Argélia natal do autor. E nem a distância geográfica nem a aclamação mundial do escritor conseguiram enfraquecer esta ligação alimentada por cartas e bilhetes, entre 1945 e 1959. Respeitado pelo pequeno Albert como o pai que nunca conheceu, foi Germain quem convenceu a autoritária avó do seu promissor aluno a deixá-lo prosseguir os estudos. E o resto é história. «Caro Professor Germain» é uma ternurenta homenagem à relação especial entre aluno e professor e um testemunho inspirador sobre o poder da educação.
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias amanhã.
Numa tradução de Maria Etelvina Santos, e à exceção de algumas cartas extraviadas, aqui se publica integralmente pela primeira vez esta manifestação de veneração e amizade só interrompida pela morte prematura de Camus num acidente de viação, corria o ano de 1960. Nesta correspondência fala-se de escrita e literatura, de viagens e projetos, de ensino e pedagogia, da família próxima de um e outro, de uma imensa saudade.
Sobre o Autor
Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Licenciado em Filosofia, participou na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat. Em 1957 foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século xx. Dos seus títulos ensaísticos destacam-se O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951); na ficção, são incontornáveis O Estrangeiro (1942), A Peste (1947) e A Queda (1956). A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de O Primeiro Homem, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994.