segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Toda a gente pensa naquilo, ninguém fala daquilo



Não há muito pudor, nem decoro, nem tranquilidade. O Sexo das Mulheres, um livro que parece uma torrente imparável, onde a autora, Anne Akrich, de ascendência polinésia e tunisina, toma a palavra. Cheia de humor, fúria, desejo de falar e de esclarecer as coisas. Quase tudo é explosivo num livro em que a autora diz em voz alta e com rara audácia o que muitas mulheres pensam consigo mesmas e o que muitos homens se recusam a reconhecer. Já nas livrarias, com tradução de Telma Costa.

«Aos doze anos, estava pronta para viver a comédia do amor, do sexo e da morte», confidencia, num manifesto comovente, rico de memórias e muito pessoal. «O humor é a única maneira de dizer a verdade sem que nos queiram assassinar.»

O Sexo das Mulheres. Fragmentos de um discurso belicoso é uma descida ao fundo do poço. «Para escrever, é preciso que o desgosto seja tão forte que nos obrigue a encher a página», escreve a autora. «Este livro é o soluço que liga as margens do riso e da angústia.»

Sobre a Autora

Anne Akrich (1986) nasceu em Paris, filha de mãe polinésia e de pai judeu tunisino. Passou a adolescência no Taiti, estudou na Sorbonne e foi jornalista. Publicou romances e ensaios, notórios e muito falados pelo seu tom «belicoso». Em 2018 escreveu o romance Il faut se méfier des hommes nus, sobre a «biografia tragicómica» de um monstro sagrado do cinema, Marlon Brando, e sobre o Taiti.