quinta-feira, 24 de março de 2016

"O Livro da Selva" estreia a 14 de Abril de 2016 nos cinemas portugueses


A Acarinhada História da Cria de Homem Mogli que Vai Inspirar uma Nova Geração. As personagens e as histórias de “O Livro da Selva” chegaram a pessoas de todas as partes do mundo. Nascido em Bombaim, o escritor inglês Rudyard Kipling, canalizou o seu amor pela Índia em "O Livro da Selva", em 1894, seguindo-se "The Second Jungle Book", em 1895. Embora sejam considerados livros infantis – com as suas paisagens exuberantes e animais que falam – despertaram interesse em miúdos e graúdos – introduzindo muitas vezes a Índia aos leitores, pela primeira vez. Rudyard, que escreveu as histórias ao construir uma família em Vermont, publicou outros livros e coleções de contos, tornando-se finalmente o escritor mais bem pago do mundo aos 32 anos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1907.

“As histórias de Rudyard seguem "o herói das mil caras" de Joseph Campbell, do ponto de vista da narrativa mítica", diz o realizador Jon Favreau. “Há a origem do herói - um menino que está a crescer na selva, num ambiente onde existem estas personagens padrão. Como realizador considerei que era um solo muito fértil."

As histórias de Rudyard já foram adaptadas várias vezes ao longo de 12 décadas, desde a sua publicação. Realizado por Wolfgang Reitherman, o filme de animação da Walt Disney Animation Studios, "O Livro da Selva", foi refeito quando a Walt Disney sentiu que os seus primeiros esboços retinham o lado mais sombrio das histórias de Rudyard e eram muito sérios. Lançado a 18 de outubro de 1967, um ano depois da morte de Walt Disney, o filme tornou-se num clássico acarinhado. Com canções emblemáticas como a de Terry Gilkyson, "The Bare Necessities", e a de Sherman Brothers, '"I Wanna Be Like You", a banda sonora do filme ainda hoje é cantada e reconhecida pelo seu ritmo. O filme da Disney “O Livro da Selva” voltou aos cinemas mais duas vezes e teve lançamentos em DVD e Blu-ray, ganhando fãs de todas as gerações e enraizando Mogli e os seus amigos em corações de todo o mundo.

"A ligação entre Mogli e Balu teve um grande impacto em mim enquanto criança", diz Jon. "Fez-me lembrar a minha própria relação com o meu avô, que foi uma parte importante da minha vida. O que gosto mesmo no Mogli é o facto de ser indisciplinado, sempre a arranjar problemas. Não é o menino típico bem-comportado, é um pouco precoce – do género do ‘Dennis, o Pimentinha’. Não se sente intimidado pelos animais grandes, na verdade, sente-se em casa rodeado por eles. É um menino forte, mas também vulnerável emocionalmente, especialmente com Balu.

“Há muita diversão na versão animada do clássico da Disney "O Livro da Selva””, continua Jon. "Adorei a música e lembro-me de ter sonhos bem reais com as personagens. As cenas que tiveram um maior impacto visual em mim, são as que estou a trazer para esta versão do filme, como as imagens em que o Mogli está em cima da barriga do Balu a descer o rio, a cobra piton Kaa e os seus olhos hipnotizantes e os majestosos elefantes a desfilarem."

Tal como Jon, o que levou o produtor Brigham Taylor até às personagens e à história, foi ter visto em criança o clássico de animação. "Muito antes de conhecer as obras originais de Rudyard, vi a versão de animação da Disney. Como a maioria das crianças, fiquei muito impressionado com as personagens incríveis e com a realização do desejo de uma criança de viver na selva entre os animais. Agora, 'O Livro da Selva' é uma história universal que, graças à tecnologia, se tornou na realidade do que foi imaginado por Rudyard: uma criança real numa selva verdadeira e a viver com animais também reais que são capazes de falar com ela.


Os realizadores não quiseram fazer uma reprodução literal do filme de animação, nem quiseram trazer um retorno total da versão de Rudyard. Encontrar o rumo certo para esta nova versão da história era uma das principais prioridades. A adaptação de Jon de "O Livro da Selva" inspira-se no acarinhado clássico de animação da Disney, mantendo a seriedade e a mitologia inerentes às histórias originais de Rudyard Kipling. "Somos leais às personagens do filme de animação", diz Brigham. "E noutros pontos mantivemos parte do realismo e da expressão das histórias de Rudyard. Temos a tendência para ir mais de encontro às personagens que nos são familiares e para a forma como as vivemos no filme de animação, mas fizemos uma mistura e combinação para conseguirmos esta versão da história."

Jon diz, “Mantivemos a ideia original de que Mogli é um menino criado na selva e que é forçado a sair por causa da presença deste grande inimigo, o tigre mau Shere Khan. O Mogli está a viver uma vida feliz e afortunada, mas não se encaixa na perfeição na selva porque é humano. Embora tenha sido criado por lobos e sempre tenha vivido na selva, não tem os atributos físicos necessários para sobreviver naquele ambiente. A selva – apesar de bela e com alguns habitantes amigáveis - é um lugar muito perigoso.

"Aproveitámos a ideia de Rudyard de que este é um ambiente onde há perigo real", continua o realizador. "Não é seguro para uma criança. Mantivemos a estrutura básica existente no filme de animação, mas acrescentámos mais detalhes à história. Usámos nuances que criam muito mais risco e onde a sobrevivência não é necessariamente um dado adquirido."

"É a história do crescimento de uma criança que está descobrir qual é o seu lugar no mundo", acrescenta Brigham. "A aventura é real, as apostas são altas, mas ao mesmo tempo o filme é caloroso e humano. É difícil encontrar esta combinação, mas Jon conseguiu trazê-la."

De acordo com Jon, é esse equilíbrio que atrai o público de todas as idades. “Enquanto pai, fico muito grato quando há um filme que é apropriado para os meus filhos verem e que não lhes é insignificante. As crianças podem acompanhar a narrativa sofisticada. O sonho de Walt era manter sempre as famílias unidas, mas não necessariamente da maneira mais óbvia ou previsível.”

“Na nossa versão, se for um fã da Disney, vai prestar atenção aos detalhes que honram o legado do filme", continua o realizador. "Se for uma criança a ver 'O Livro da Selva' pela primeira vez, pode esquecer-se de comer pipocas, porque vai ser um passeio muito divertido."