quinta-feira, 2 de julho de 2020

Regresso a casa com a nova Temporada do D. Maria II


O Teatro Nacional D. Maria II apresentou a programação da Temporada 2020/2021, que se inicia a 2 de Setembro e que marca o regresso da atividade a esta casa que é de todos os portugueses.

De Setembro de 2020 a Julho de 2021, o D. Maria II apresenta uma programação que inclui todos os espetáculos que foram cancelados entre Março e Julho de 2020 e cerca de 25 novos espetáculos e dezenas de atividades, como formações, leituras encenadas, sessões de poesia, conversas com artistas, lançamentos de livros, exposições e muito mais.

A reabertura de portas da Sala Garrett faz-se com uma verdadeira maratona de Tchékhov, em A vida vai engolir-vos, espetáculo dirigido por Tónan Quito, que se divide entre o D. Maria II e o São Luiz Teatro Municipal. Na Sala Estúdio, a temporada inicia-se com Aurora Negra, espetáculo vencedor da Bolsa Amélia Rey Colaço 2019, onde Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema questionam a invisibilidade dos corpos negros na sociedade portuguesa.

A nova temporada do D. Maria II desenrola-se ao longo de dois eixos essenciais na missão do Teatro: dar vida aos grandes textos da biblioteca teatral, ao mesmo tempo que se aposta nas novas histórias e novas dramaturgias. Eixos que se espelham em espetáculos como:

  • Última Hora, peça que Rui Cardoso Martins escreveu para o D. Maria II, que se desenrola na redação de um jornal, e que Gonçalo Amorim encena;
  • Fake, espetáculo de Inês Barahona e Miguel Fragata sobre o universo da verdade e da mentira;
  • Catarina e a beleza de matar fascistas, nova criação de Tiago Rodrigues que questiona se haverá lugar para a violência na luta por um mundo melhor;
  • Seis Meses Depois, novo espetáculo de Olga Roriz que se estreia no ano em que a Companhia assinala 25 anos de existência;
  • Carta, nova criação de Mónica Calle que conta com um elenco de mais de 30 atrizes e músicas;
  • Morte de um Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, numa produção dos Artistas Unidos, com encenação de Jorge Silva Melo;
  • Off, encenação de Jorge Andrade a partir do texto que Chris Thorpe escreveu para a companhia Mala Voadora;
  • Tempo Para Refletir, da dupla Ana Borralho e João Galante;
  • Top Girls, com encenação de Cristina Carvalhal e Distante, com encenação de Teresa Coutinho, dois espetáculos que celebram as palavras de Caryl Churchill;
  • Calígula morreu, Eu não, um espetáculo de Marco Paiva, que junta intérpretes com e sem deficiência, numa coprodução com o Centro Dramático Nacional de Madrid.


Da temporada 2020/2021 fazem também parte alguns dos mais interessantes criadores da cena internacional, com destaque para o alemão Frank Castorf e a sua mais recente criação, a partir de Artaud e Racine - Bajazet, considerando O Teatro e a Peste. E ainda: da Suíça, Massimo Furlan e Claire de Ribaupierre trazem-nos Eurovisão da Canção Filosófica, um espetáculo-concurso de canções com letras escritas por filósofos de 11 países europeus; de França, David Geselson traz-nos O silêncio e o medo, e Antoine Defoort a sua nova criação, Achas para a Fogueira; Mathilde Monnier, La Ribot e Tiago Rodrigues apresentam Please Please Please, espetáculo com uma mensagem para as futuras gerações; e, pela primeira vez em Portugal, o japonês Michikazu Matsune traz ao D. Maria II All Together, e a moçambicana Edna Jaime estreia O Bom Combate.

A estes espetáculos, juntam-se ainda outros, assinados pelos Auéééu Teatro, Catarina Requeijo, David Pereira Bastos, Elmano Sancho, Elizabete Francisca, Jean Paul Bucchieri, Marlene Monteiro Freitas, Paula Diogo, Raquel André, Rui Horta, Sandro William Junqueira, Sara de Castro, Thierry Jolivet e Tiago Cadete. E também três dos mais importantes festivais de teatro portugueses: o Alkantara Festival, o Festival de Almada e o FIMFA Lx.

Nesta temporada, o D. Maria II reforça também o trabalho para a infância e juventude, com projetos como o Boca Aberta, que tem alargado cada vez mais a sua rede de atuação junto de jardins de infância da região de Lisboa; o PANOS – Palcos Novos, Palavras Novas, dirigido a grupos de teatro escolar/juvenil de todo o país; o K Cena, destinado a jovens dos 14 aos 18 anos; ou o Presente!, projeto que pretende combater ao insucesso escolar através da atividade teatral.

Em 2020/2021, o D. Maria II continuará a levar o teatro a outros países, projetando a criação portuguesa no mundo, ao mesmo tempo que se mantém um teatro aberto à comunidade, com vários projetos de digressão nacional e de incentivo à descentralização. Exemplo disso é a Rede Eunice Ageas que, em parceria com o Grupo Ageas Portugal, continuará a assegurar uma atividade teatral de qualidade em vários municípios, de norte a sul do país; e o novo projeto Próxima Cena que, em parceria com o BPI e a Fundação “la Caixa”, novos mecenas do D. Maria II, irá promover a criação e digressão de espetáculos em zonas do país de baixa densidade populacional.

Todos os espetáculos e atividades da nova temporada do D. Maria II respeitarão as normas definidas pela Direção Geral da Saúde, para um regresso ao Teatro em segurança.