terça-feira, 5 de abril de 2022

Silva - 10 anos de carreira no Coliseu do Porto



Quando Silva editou “Ao Vivo em Lisboa” (2020) ficava evidente que aquele era um registo que dava testemunho de um enorme talento da música cantada na nossa língua, mas também da forte relação que existe entre esse talento e o público português. Desde o disco de estreia, “Claridão”, editado em há 10 anos (2012), essa relação não parou de crescer, num amor correspondido por ambas as partes. Há motivos para isso: Silva assume-se cada vez mais como um dos grandes nomes da nova música brasileira, graças a discos como “Brasileiro” ou ao mais recente “Cinco”. Portugal continua no mapa de Silva e Silva continua no mapa de referências dos melómanos portugueses. E o próximo capítulo desta história também se escreve na cidade invicta. O músico brasileiro atua dia 17 de julho no Coliseu do Porto.

É impossível escrever sobre a melhor música brasileira dos últimos dez anos sem falar em Silva. Desde 2011, ano da edição do EP “Silva”, que este brasileiro de Vitória é um dos nomes mais acarinhados pelo público, pela crítica e pelos seus pares mais sonantes (recorde-se as colaborações com Tom Zé, Gal Costa, Nelson Motta, entre muitos outros…). Depois de um notável disco de estreia, "Claridão”, em 2021, Silva não parou de surpreender e editou de seguida outros dois discos de originais, mostrando assim um fulgor criativo muito acima da média. "Vista Pro Mar" (2014) e "Júpiter" (2015) conquistaram ainda mais ouvintes, com elementos eletrónicos a conviver alegremente com a influência da música popular brasileira. Em 2016 presenteou o público com “Silva Canta Marisa Monte”, um registo em que mostra o seu amor pela música de Marisa Monte, dando uma nova roupagem a alguns dos maiores sucessos da cantora. Dois anos depois, voltou aos originais em “Brasileiro”. Este é muito provavelmente o registo mais interventivo de Silva, gravado e editado numa época de enorme turbulência social e política, propondo um outro Brasil, melhor sem nunca deixar de lado a exigência de fazer cada canção valer a pena, nesse trabalho de artesão musical que lhe assenta tão bem. No final de 2020 chegou a altura de “Cinco” ver a luz do dia. Com colaborações de Anitta, João Donato e Criolo, o músico voltava a dar ao público uma coleção de canções memoráveis, num registo que marcou o início de um novo ciclo na sua vida e na sua carreira. Entretanto, nos últimos meses, preparou “O Bloco do Silva”, uma experiência ao vivo onde o músico canta o que quer, passeando pelas suas memórias afetivas, num abraço dado ao público depois de dias tão sombrios. Depois de já ter gravado um disco “Ao Vivo em Lisboa”, é evidente que Silva se dá bem em Portugal. E nós agradecemos! Dia 17 de julho, no Coliseu do Porto, é a vez do público da invicta se encontrar com esta voz incontornável da música cantada na nossa língua.