quarta-feira, 11 de maio de 2022

A epopeia de Roma em versão bilingue




«E a vida, com um gemido, se vai, revoltada, para o mundo das sombras.» Este é o inesperado verso final de uma obra-prima que se contradiz na assunção da sua própria grandiosidade, um canto que, nas palavras de Carlos Ascenso André, «parecia quase assumido a contragosto: generais que triunfam, mas que não saem endeusados, um herói que rejeita o seu papel, um anti-herói que deixa a impressão de ter a simpatia do narrador».

É com humano orgulho que a Quetzal completa o seu catálogo de obras-primas da literatura ocidental com a edição bilingue – em latim e português – da Eneida de Virgílio, com tradução, introdução e anotações de Carlos Ascenso André.

Derrotado na Guerra de Troia, Eneias viaja rumo a Itália, onde os fados predestinaram que fundaria uma nova cidade, berço de uma raça grandiosa e de um império sem fim. A epopeia de Roma é também a epopeia da condição humana, que Virgílio teceu durante os últimos dez anos da sua vida. «Uma das obras-primas da literatura ocidental, que faz da fragilidade a sua grandeza, das contradições a sua beleza, do enlace entre luz e sombras, entre otimismo e pessimismo, a semente da sua perenidade.»

Sobre o Autor (Tradutor)

Carlos Ascenso André (1953) foi professor de línguas e literaturas clássicas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Nela se doutorou em 1990, antes de passar pela China e por Macau, onde assumiu funções diretivas no Instituto Politécnico de Macau. Tem uma longa carreira dedicada ao estudo e à tradução de literatura latina – seja a da época clássica (Cícero, Virgílio, Ovídio, Séneca), seja a do Renascimento – e aos estudos camonianos. Foi visiting professor em várias universidades estrangeiras, como a Universidade da Ásia Oriental, além das de Hamburgo, Gotinga e Poitiers.