Ilha de Santiago, Cabo Verde. Século XIX. A ação de Siríaco e Mister Charles, o mais recente romance de Joaquim Arena, centra-se na improvável amizade que une o jovem Charles Darwin a Siríaco, um ex-escravo negro que sofre de vitiligo. Um negro e um branco, numa história que une Portugal, Brasil e Cabo Verde, fundindo realidade e ficção numa narrativa agradável e acessível.
Siríaco existiu mesmo – era o «rapaz-tigrado», educado na corte e integrado na chamada «corte exótica» da rainha D. Maria I, ao lado de um séquito de doze anões africanos e índios. Charles Darwin também esteve durante 16 dias na ilha de Santiago de Cabo Verde, onde iniciou as suas primeiras investigações para A Origem das Espécies.
Em Siríaco e Mister Charles, o rapaz-tigrado acompanha a família real na fuga para o Brasil, em novembro de 1807. Durante a paragem na vila da Praia, ilha de Santiago, apaixona-se — e decide abandonar tudo e ficar em Cabo Verde. Em 1832, torna-se intérprete e ajudante do jovem Darwin nas suas explorações pela ilha e entre ambos cresce uma relação de confiança e respeito mútuos.
Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.
Sobre o Autor
Joaquim Arena (1964, ilha de São Vicente, Cabo Verde), filho de pai português e mãe cabo-verdiana. Emigrou para
Portugal com a família em 1970. Forma-se em Direito, em Lisboa, e torna-se músico e jornalista. Foi conselheiro cultural
e da comunicação do presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, até 2021. A Verdade de Chindo Luz (2006) foi o seu
primeiro romance, após o que publicou Para Onde Voam as Tartarugas (2010) e Debaixo da Nossa Pele (2017, que sairá na
China e nos EUA em 2022), um ensaio-reportagem sobre os seus antepassados, escravos e trabalhadores livres nos campos de arroz do Vale do Sado.