sexta-feira, 6 de novembro de 2015

One's Own Arena - Exposição Museu Electricidade + Livro


One's Own Arena é o momento final de uma trilogia de livros sobre lugares e cidades, depois de Things Here and Things Still to Come (2011) e Costa (2013). Aqui estamos em Toyama, Japão.

Este projecto começou em 2012 quando José Pedro Cortes foi convidado para fotografar nesta cidade Japonesa. O convite, feito pela Fundação Japonesa EU-Japan Fest, inseriu-se no projecto European Eyes on Japan, em que fotógrafos Europeus oriundos de países das Capitais Europeias da Cultura são convidados para realizar um trabalho sobre uma prefeitura Japonesa. Depois deste período inicial, José Pedro Cortes regressou novamente para o mesmo hotel e para o mesmo quarto, para terminar o seu trabalho sobre a cidade e sobre um grupo de pessoas com quem trabalhou.

Tal como o título alude, estas imagens criam uma arena de relações visuais, retratando homens e mulheres dentro dos seus círculos de confiança, bem como a cidade, os bares, as plantas e objectos. Esta deambulação é misturada com sequências de imagens de mulheres, numa exploração constante da relação fotógrafo-modelo.

Em One's Own Arena andamos à superfície e sentimos a superficialidade das coisas pois a fotografia é, por natureza, superficial. Pele e textura, luz e sombra e até a própria película do filme são explorados e é-nos revelado como aquilo que existe para ser conhecido.

Acerca das imagens de José Pedro Cortes, Nuno Crespo, o comissário da exposição no Museu da Eletricidade, escreve na folha de sala:
"O seu movimento é imprevisível e realiza gestos de expansão e contracção, abertura e fechamento, exprimindo-se tanto em objectos isolados como se fossem fragmentos de uma cena maior — uma jarra de vidro, por exemplo —, como em detalhes arquitectónicos, cenas quotidianas como um jantar ou situações íntimas como aquelas em que estão as mulheres que voluntariamente se despem para as imagens e se submetem ao aparato fotográfico, etc. Trata-se de uma forma particular de deambulação que não é inteiramente deambulação, porque para o fotógrafo o fazer da fotografia é indissociável de uma forma fundamental de demora, distante da ideia de “instantâneo” que caracteriza tanta da fotografia contemporânea que tem no quotidiano a sua vocação. Portanto, trata-se de um deambular que não se caracteriza por um desprendimento relativamente à realidade que usa como matéria de construção das suas imagens e, em vez de uma perspectiva em voo que vê tudo à distância e do alto, se coloca no centro das cenas e junto às coisas e às pessoas de que quer formar uma imagem."

Sobre o Autor

José Pedro Cortes (Porto, 1976) estudou em Inglaterra no Kent Institute of Art & Design (Master of Artsin Photography). Expõe regularmente desde 2005 e destacam-se exposições individuais e colectivas em locais como Centro Português de Fotografia, CGAC - Centro Galego de Arte Contemporánea, Museu de Serralves, CAV - Centro de Artes Visuais, Centre Gulbenkian Paris,Museu Berardo, entro outros.
Em 2014 foi nomeado para o prémio BESPhoto. Desde o início da sua carreira que José Pedro Cortes considera o livro como um medium importante para pensar o seu trabalho, tendo já publicado Silence (2005), Things Here and Things Still to Come (2011), Costa (2013) e One's Own Arena (2015). Todos os livros foram publicados pela Pierre von Kleist editions, de que é fundador e editor, uma editora de livros de fotografia com 21 livros já publicados.