quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A Morte e a Donzela, Dramas de Princesas, de Elfriede Jelinek


Com encenação de Alexandre Pieroni Calado, A Morte e a Donzela. Dramas de Princesas, da laureada autora austríaca Elfriede Jelinek, será interpretada por Alexandra Viveiros, Alexandre Pieroni Calado, Gustavo Salinas Vargas, Paula Garcia, Sandra Hung, Sofia Dinger, terá realização vídeo de João Seiça e a concepção do espaço sonoro estará a cargo de João Ferro Martins.

O espectáculo tem estreia marcada para o Espaço Alkantara no próximo dia 18 de Dezembro, no âmbito do Festival Temps d'Images, estando integrado num programa mais vasto do qual fazem parte colóquios e sessões de cinema, entre outros.

Além disso existe uma ante-estreia marcada, num formato de prólogo, para o dia 28 de Novembro na Mostra de Teatro de Almada. 

Sobre a peça

As princesas Branca de Neve, Bela Adormecida, Jackie Kennedy, Rosamunda e Diana de Gales revelam-nos toda a verdade. Cinco quadros sobre o feminino do ciclo A Morte e a Donzela, de Elfriede Jelinek, com uma dedicatória a Rogério de Carvalho. Estereótipos penteados a contrapelo, uma história possível da encenação, uma instalação concerto de máquinas de falar. Ainda uma Princesa tem que, no fim, regressar ao sub-mundo?
Projecto de cruzamentos disciplinares que, no modo de uma historiografia ficcional, leva a cena uma encenação de Rogério de Carvalho que ele nunca realizou, dos textos A morte e a donzela. Dramas de princesas, de Elfriede Jelinek. O projecto compreende a tradução dos textos referidos, a montagem de um espectáculo cruzando teatro, música e vídeo, bem como a realização de actividades satélite na área da formação de públicos e da promoção da cultura teatral.
Trata-se de uma proposta que contempla uma importante articulação com a pesquisa e que estabelece um estreito diálogo com comunidades educativas e a sociedade civil.


Sobre a Autora

De origem austríaca, marcou o panorama teatral e literário germânico e europeu do fim do século XX como nenhuma outra autora. Eminentemente política e feminista, ao mesmo tempo, soube forjar uma linguagem muito própria que utiliza como arma artística e estética contra os males e vícios das sociedades modernas - a exclusão das diferenças, os abusos de poder, os pesos sociais que asfixiam, esmagam e destroem. Jelinek inscreve-se na tradição literária austríaca de autores como Karl Kraus e Thomas Bernhard e como eles foi considerada pornográfica e traidora da pátria. Autora galardoada com múltiplos prémios literários, não deixou, no entanto, de ser marginalizada. Considerada “degenerada” por parte da sociedade austríaca, a condenação recai sobre toda a sua obra, tanto no teatro como na literatura. Apesar de tudo isto a escritora foi laureada com o prémio Nobel da Literatura 2004, tendo o comunicado da Academia Sueca destacado “o fluxo musical das vozes e contra-vozes presente nos romances e peças” da autora, que com “extraordinário zelo linguístico”, revelam o “absurdo dos clichés da sociedade”.